domingo, 30 de abril de 2017

Manejo da tropa ajuda a limitar o avanço da anemia infecciosa equina

Edição do dia 30/04/2017
30/04/2017 08h18 - Atualizado em 30/04/2017 08h18

Manejo da tropa ajuda a limitar o avanço da anemia infecciosa equina




A AIE compromete o desempenho dos cavalos do Pantanal.
Uso incorreto de instrumentos e ferramentas é principal disseminador.


Ana Dalla PriaCorumbá, MS


A anemia infecciosa equina compromete o desempenho dos cavalos do Pantanal. Mas dá para limitar o avanço da doença, melhorando o manejo das fazendas, já que o uso incorreto de instrumentos e ferramentas de trabalho foi, e ainda é, o principal disseminador da doença nos rebanhos pantaneiros.
“Antigamente, agulhas e seringas descartáveis eram caras. Então, se usava aquelas de ferro. E se usava mesmo agulha, a mesma seringa, para muitos animais. Então, quando existe esse compartilhamento, se o primeiro animal que recebe o medicamento, por exemplo, tiver um vírus, e aí se usar a mesma agulha pro segundo animal, o sangue que ficou na agulha, que parece uma quantidade muito pequena, tem milhões de partículas virais. E pode infectar todos os outros”, explica a veterinária da Embrapa Márcia Furlan.
Na fazenda da Embrapa Pantanal, que já é uma área livre de anemia, os pesquisadores trabalham para conscientizar os criadores de que é possível barrar o avanço da doença, tomando algumas medidas de manejo. A primeira delas é usar apenas material descartável na hora de tratar.
Outro problema de manejo que contribui para espalhar a doença é o compartilhamento da tralha de montaria. Especialmente das peças que podem causar ferimentos e sangramentos nos animais, como freios, bridões e esporas.
Se a fazenda não tem uma tralha para cada animal, o correto é fazer a desinfecção do equipamento logo após o uso. E não é difícil: basta lavar bem as peças com escova e uma mistura feita com 10 litros de água e 100 ml de detergente. Depois colocar tudo para secar no sol, que é um desinfetante natural. A Embrapa também aconselha trocar esporas afiadas por outro modelo, com pontas grossas e arredondadas que cutucam, mas não ferem os animais.
Se não dá para sacrificar os animais doentes, uma medida essencial é identificar os que têm o vírus e separá-los dos sadios, mantendo entre eles uma boa distância para que o mutuca (mosquito) não leve o vírus de tropa para outra. Evitar o trânsito de cavalos desconhecidos pelas áreas que já estão livres da doença também é fundamental. E também sempre exigir o exame negativo para a anemia na hora de comprar qualquer equídeo.
O controle da AIE é fundamental para a preservação do cavalo pantaneiro que ao longo de séculos vem ajudando os criadores a manejar o seu gado pelas terras inundadas da região. “Uma raça dessa presta serviço valioso ao homem. Ela vive de recursos naturais, não precisa nem suplementar”, diz a zootecnista da Embrapa Sandra Santos.


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