sábado, 1 de julho de 2017

Criação de búfalos para produção de carne e laticínios cresce em Minas Gerais

Da Redação
01 Jul 2017 - 08:00
Atualizada em 01 Jul 2017 - 09:13
Criação de búfalos para produção de carne e laticínios cresce em Minas Gerais
A criação de búfalos no estado de Minas Gerais vem crescendo nos últimos dez anos, segundo dados da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A participação mineira no rebanho do país avançou de 2,7% em 2002 para 4,6% em 2015, de acordo com a última estatística divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Por terem uma carne e o leite mais saudáveis, os produtores vêem a criação com uma forma mais rentavél para sua produção. 

A carne de búfalos possue como vantagens em relação ao do boi. Possui cerca de 40% a menos em colesterol, 11% de proteínas a mais e uma quantidade de calorias 55% inferior.  Não é por pouco que o consumo da iguaria vem crescendo no Brasil, e não só da carne, mas também dos derivados do leite do animal, que também oferece ganhos em sua composição sobre o da vaca. 

Para João Batista de Sousa que, com o sócio Marcelo Vargas Leãos, conduz a propriedade do Laticínio Bom Destino em Morro do Ferro, distrito de Oliveira, Região Centro-Oeste de Minas. A fazenda é a maior produtora de leite e derivados do animal no estado.  “A gente vinha com média de crescimento de cerca de 20% ao ano em 2016. Devido à crise, esse crescimento foi um pouco menor, mas, mesmo assim, é possível dizer que a atividade está em expansão, assim como a demanda e o consumo”, contou João Batista.

O presidente da Associação Mineira de Bubalinocultura, Élcio Reis, diz que a crise afetou em cheio a produção bovina, mas em compensação, no caso da criação de búfalos, os resultados não foram tão impactados. “Apesar da retração, o búfalo segue bem valorizado e os criadores têm boa rentabilidade”, afirmou. 

Reis destacou que o estado tem um dos melhores rebanhos do país, apesar de Minas ocupar apenas a 6ª colocação no ranking nacional. Eram em 2015 63.337 cabeças. Na liderança da produção nacional está o Pará, seguido do Amapá, São Paulo, Maranhão e o Amazonas. O país tem aproximadamente 1,4 milhão de cabeças.

Desafios

A expansão da bubalinocultura impõe, no entanto, desafios aos produtores. Segundo Élcio Reis, a burocracia no registro dos animais é um entrave a ser superado. Ele conta que, com a dificuldade, boa parte dos criadores deixa de registrar os animais. “Você tem prazos muito apertados para informar ao Ministério da Agricultura, por exemplo, quando ocorre a cobertura e quando nasce um animal novo”, relata.

Para João Batista de Sousa, do Laticínio Bom Destino, a fiscalização deixa a desejar quando não consegue garantir que 100% dos produtos que trazem a informação de que são feitos de búfalo sejam puros, sem a adição de outros ingredientes, como leite de vaca.

O produtor também chama a atenção para a comercialização, que, segundo ele, é um dos grandes desafios. “Quem for iniciar uma linha de produção com búfalo deve ficar atento para buscar quem valorize o produto que seja puro. Assim é possível valorizar a mercadoria”, afirma. Ele considera desleal a concorrência com quem não entrega ao consumidor o derivado puro.

A expectativa da Associação Brasileira de Criadores de Búfalo (ABCD) é que em 30 anos o país tenha rebanho de 50 milhões de cabeças. No caso de Minas Gerais, a produção vem aumentando ano a ano desde 2002, quando começou a ser feito o levantamento. Apenas entre os anos de 2005 e 2008 os números cresceram pouco, chegando a cair de 38,1 mil cabeças em 2006 para 37,5 mil em 2007.

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