Represa de Sobradinho na BA chega ao nível mais baixo da história
Em contrapartida, o período chuvoso devolve o verde à vegetação na região agreste de Pernambuco.
A época das chuvas está terminando no nordeste com grandes contrastes dentro da região. Há lugares onde choveu bem e outros que continuam sofrendo com a seca.
Uma área em Sobradinho que serve de pasto já foi rio um dia. Hoje, em vez de água, no lugar há terra seca e galhos de árvores mortas. O Rio São Francisco recuou quase um quilômetro nos últimos anos e abriu a trilha por onde o pescador João Eudes dos Santos caminha todos os dias até o lago de Sobradinho para ver se encontra peixe.
Na barragem de Sobradinho é possível perceber o quanto o rio está seco. O reservatório opera com 600 metros cúbicos de água por segundo, a menor vazão desde a construção da barragem há 38 anos.
Este mês, o volume do lago está mais baixo em relação ao nível registrado em julho do ano passado. Na ocasião, o lago estava com pouco mais de 20%. Este ano, está com menos de 11% da capacidade.
Para evitar que a situação piore, a Agência Nacional de Águas – ANA já determinou que a captação na bacia do Rio São Francisco seja suspensa todas as quartas-feiras. Até o fim de novembro, nesse dia a água só pode ser retirada para consumo humano ou animal.
Na comunidade de Algodão Novo, os agricultores dependem da irrigação para a produção de frutas. O agricultor Antônio Ferreira tem dois hectares de manga e goiaba. Antes, o sistema ficava ligado oito horas por dia. Agora, o tempo caiu pela metade.
O mapa da Climatempo mostra como foi a distribuição da chuva de janeiro até agora na região Nordeste. Nas áreas verdes, a chuva ficou acima da média. Nas avermelhadas, onde fica a bacia do São Francisco, foi o contrário. O acumulado está bem abaixo do esperado. Nas áreas mais claras, que são amareladas, a precipitação foi considerada normal.
Em Caruaru, no agreste de Pernambuco, os primeiros meses do ano foram secos. Mas, agora a situação está mudando com a volta da chuva. Os agricultores não escondem a satisfação de ao ver a zona rural verde de novo.
A chuva encheu os reservatórios de pequenos produtores rurais que há muito tempo sofriam com a estiagem. Há sete anos, um dos açudes da região não ficava tão cheio. A água será utilizada para a criação de animais.
Durante a seca o agricultor Antônio Vila Nova estava gastando R$ 500 por mês para comprar ração para o gado. Ele vendeu oito das 10 cabeças de gado que tinha. Agora, está pensando em comprar animais para criar.
A chuva caiu com intensidade. Nos últimos três meses foram 423 milímetros, com aumento de 31% em relação ao esperado. O cenário mudou rapidamente.
O período de setembro a janeiro é aquele em que normalmente não há chuvas no Nordeste.
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