Produtores enfrentam quebra da safra do café arábica em MG e no ES
Colheita do grão está adiantada em cafezais cultivados na Zona da Mata de Minas Gerais e nas serras do Espírito Santo.
A produção de café arábica caiu nesta safra na região leste de Minas Gerais e nas serras do Espírito Santo. O Globo Rural conversou com os agricultores sobre a situação.
Montanhas bonitas com pedras enormes, clima fresco e altitude entre 600 e 1000 metros. A região na divisa entre Minas Gerais e Espírito Santo é importante para a produção de café arábica. Em municípios como Lajinha, Mutum, Viçosa, Ibatiba e Brejetuba vivem e trabalham mais 30 mil cafeicultores.
O produtor Roger Fonseca tem 62 hectares de cafezais em Lajinha. Filho e neto de produtores, ele se diz um apaixonado pela atividade. “Eu esperava colher 1,8 mil sacas, mas colhi mil sacas. Vamos ter redução de 40%”, diz.
O produtor Roger Fonseca tem 62 hectares de cafezais em Lajinha. Filho e neto de produtores, ele se diz um apaixonado pela atividade. “Eu esperava colher 1,8 mil sacas, mas colhi mil sacas. Vamos ter redução de 40%”, diz.
Esse tipo de problema se repete em milhares de fazendas da região. Segundo a Coocafé, cooperativa que reúne mais de seis mil cafeicultores, 70% da safra desse ano já foi colhido e a quebra na produção deve ficar entre 15% a 20% em relação ao ano passado.
A produção fraca é consequência do clima. O agrônomo Pedro Araújo, especialista em café, explica que a região enfrentou uma série de problemas.
“Nos últimos anos as chuvas foram abaixo da média. Não ocorreu no momento que a planta precisava. E aumento da temperatura. As rosetas eram pra estar cheias, todas completas. Elas estão vazias. E isso produz pouco café”, explica.
O produtor Maurino da Silva tem 67 hectares de cafezais em Ibatiba, no Espírito Santo, perto da divisa com Minas. Além de sofrer com a queda da safra, ele enfrenta outro problema comum na região: a redução da qualidade do produto. Com o cafeeiro mais fraco, os grãos crescem menos, amadurecem de forma irregular e ficam mais sujeitos a pragas e doenças.
O presidente da Coocafé Fernando Cerqueira está preocupado com redução da renda dos agricultores. “O preço precisa melhorar. A melhoria de preço garante que o produtor vai cuidar melhor da lavoura e vai adubar e pulverizar melhor, o que garantiria uma safra de melhor qualidade no ano que vem”, explica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário