A semana foi positiva aos preços da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da commodity registraram valorizações importantes nos últimos dias, consolidando o patamar de US$ 10,00 por bushel. De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, na semana, as cotações da oleaginosa acumularam valorizações entre 1,84% e 1,99%.
No pregão desta sexta-feira (28), as principais posições da oleaginosa passaram por um movimento de realização de lucros depois das recentes altas. Com isso, as principais posições da soja encerraram o dia com perdas de mais de 12 pontos. O vencimento novembro/16 era cotado a US$ 10,01 por bushel, enquanto o janeiro/17 trabalhava a US$ 10,12 por bushel. O março/17 fechou a sessão a US$ 10,18 por bushel.
Segundo o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, a demanda aquecida continua a dar suporte aos preços da soja no mercado internacional. "É preciso considerar que, os produtores americanos estão finalizando a colheita de uma grande safra e os preços continuam sustentados acima de US$ 10,00 por bushel, demonstrando a força da demanda", pondera.
Ainda essa semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que, o volume comprometido nas vendas semanais na temporada é de 33.764,0 milhões de toneladas, 24% acima do registrado no mesmo período do ano anterior. E, segundo as projeções do órgão, as exportações de soja do país deverão ficar próximas de 55,11 milhões de toneladas neste ciclo.
Novas vendas também foram anunciadas ao longo da semana. A primeira de 516 mil toneladas do grão para a China. Depois o órgão ainda divulgou a venda de 129 mil toneladas para destinos desconhecidos e a de 396 mil toneladas também para a China. Ambas as aquisições deverão ser entregues ao longo da campanha 2016/17.
No caso da colheita nos EUA, o número já chega a 76%, ainda conforme dados do USDA e referentes até o último domingo. Os números serão atualizados na próxima segunda-feira (31). A perspectiva é que sejam colhidas mais de 116 milhões de toneladas do grão nesta safra.
Ainda na visão do consultor, o foco do mercado, a partir de agora, deve ser a safra na América do Sul. No Brasil, a perspectiva é que mais de 28% da safra já tenha sido cultivada até o momento, conforme projeções das consultorias privadas. "Precisamos de uma safra cheia na América do Sul, se tivermos uma quebra próxima de 6% nessa produção veremos o mercado mais nervoso", explica Fernandes.
Mercado brasileiro
No mercado doméstico, os preços da soja apresentaram ligeiras altas ao longo dessa semana, ainda de acordo com levantamento do Notícias Agrícolas. No Oeste da Bahia, o valor subiu 3,46%, com a saca da oleaginosa a R$ 67,25. Na região de Não-me-toque (RS), a valorização foi de 2,31%, com a saca a R$ 66,50. Ainda no estado gaúcho, em Panambi, a saca fechou a semana a R$ 67,50, com ganho de 2,27%.
No caso de Sorriso (MT), o valor subiu 1,41%, com a saca a R$ 72,00. No Paraná, nas praças de Ubiratã, Londrina e Cascavel, a alta foi de 1,52%, com a saca a R$ 67,00. Em Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, ambas em Mato Grosso, a alta foi de 1,43%, com a saca a R$ 71,00. Em Avaré (SP), a lata foi de 0,69%, com a saca a R$ 71,32. Apenas em São Gabriel do Oeste (MS), o valor caiu 1,43%, com a saca a R$ 69,00.
Nos portos brasileiros, os preços tiveram um comportamento misto ao longo da semana. No Porto de Rio Grande, os valores subiram, com o disponível a R$ 77,50 e alta de 4,73%, já a cotação futura ficou em R$ 79,00 e ganho de 1,94%. Em Paranaguá, o preço disponível ficou em R$ 78,00 e alta de 0,65%. O preço futuro caiu 0,64%, com a saca a R$ 78,00. No terminal de Santos, o preço ficou em R$ 77,50, com queda de 1,65%. Já em Imbituba (SC), a valorização foi de 1,95%, com a saca a R$ 78,50.
"Nesse momento, o dólar mais baixo não estimula a realização de novos negócios. E também é preciso destacar que, nós já temos 25% da safra de soja negociada antecipadamente no país e, nesse instante, os produtores estão focados no plantio. Em Mato Grosso, o índice de comercialização está próximo de 40% e, em Goiás, o número é de 30%", diz Fernandes.
Dólar
O câmbio fechou a sexta-feira (28) com alta de 1,3%, cotado a R$ 3,1965 na venda. Segundo a Reuters, a moeda intensificou o movimento positivo após o reporte do FBI que abriu nova investigação sobre emails de Hillary Clinton, candidata à presidência dos EUA, informação que pode manchar a sua candidatura.
Porém, o dólar já subia ao longo do dia diante do crescimento mais forte na economia americana, ampliando as apostas do aumento da taxa de juros no país. Do mesmo modo, a proximidade da formação da Ptax também pesou. Na semana, o câmbio subiu 1,14%.
Fonte: Notícias Agrícolas
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