segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Produtores mato-grossenses precisam travar custos, alerta Aprosoja 31/10/2016 08:54



O desconhecimento dos reais custos da produção de soja na safra 2016/17 foi um dos pontos constatados durante a segunda semana do Circuito Tecnológico Etapa Soja. A rodada é realizada pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) em parceria com o Sistema Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
Na última semana, as oito equipes do evento percorreram mais de nove mil quilômetros e visitaram mais de 500 propriedades rurais. Contabilizando as duas semanas do Circuito, foram mais de 23 mil quilômetros percorridos e 981 propriedades.
No roteiro, os grupos realizam questionários para entender as expectativas dos produtores quanto à safra. “Percebemos um início de semeadura mais precoce em relação à safra passada. No Norte, por exemplo, a abertura de semeadura ocorreu por volta de 20 de setembro, favorecido pela ocorrência de chuvas mais cedo. Por outro lado, nos espantou o desconhecimento dos reais custos de produção pela maior parte dos produtores. São poucos que demonstram ter um bom controle de custos, conseguindo afirmar com segurança quanto é o seu real custo de produção”, avalia o pesquisador da Embrapa, Osmar Conde.
Além disso, de acordo com Conde, pode ser constatado menor percentual de venda antecipada de soja em relação à safra passada. “Isso é atribuído à redução do preço ofertado no momento”, completa o pesquisador.
Devido a esse desconhecimento, a Aprosoja alerta para a necessidade de “travar o custo”. “Os produtores devem começar a negociar a soja para cobrir o custo da produção. É importante que eles busquem, para tal, gerenciar de forma mais organizada seu negócio. A Aprosoja fornece de forma gratuita, por exemplo, o Projeto Referência”, explica o diretor técnico da Aprosoja, Nery Ribas.
O Referência foi desenvolvido pela Aprosoja em 2007 e é uma plataforma na qual o produtor insere dados da produção agrícola e possibilita criar uma rede de difusão de informações gerenciais a partir da análise de indicadores de gestão de propriedades de associados à Aprosoja. “Além de ter o controle de suas próprias atividades, o projeto possibilita que o produtor faça um comparativo com produtores da região ou do Estado”, diz Ribas.
Qualidade – O Circuito Tecnológico Etapa Soja também constatou uma melhoria na qualidade das sementes nesta safra, comparando-se com a safra passada. Em 2015, a conclusão do Circuito apresentou relatos generalizados de baixa qualidade de sementes de soja, com baixa germinação e vigor, o que ocasionou replantios, troca de lotes e de cultivares.
As chuvas, por outro lado, seguem irregulares em todo o estado. Na Região Sul, por exemplo, o plantio está mais adiantado que na Região Leste.
Outros números – Neste ano, as oito equipes percorreram 51 municípios na primeira semana e 46 na segunda semana. Houve, desta vez, um aumento no número de questionários aplicados: enquanto em 2015 foram 462, neste ano o número chegou, até o momento*, a 490. Além disso, foram 323 mostras de sementes recolhidas e 146 de fertilizantes.
Tanto sementes como fertilizantes terão suas qualidades avaliadas em laboratório e os resultados serão encaminhados posteriormente para os produtores rurais.
As informações são da assessoria da Aprosoja. 

Fonte: Só Notícias/Agronotícias (foto: assessoria/arquivo)

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