Mercado prevê menos inflação e retração maior do PIB em 2016
Estimativa para IPCA em 2016 caiu de 6,89% para 6,88%, informou o BC.
Analistas passaram a estimar contração de 3,3% para o PIB neste ano.
O mercado financeiro passou a prever um crescimento um pouco menor da inflação e uma retração mais profunda do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, além de um crescimento menor do nível de atividade em 2017.
As expectativas foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (31), por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Mais de 100 instituições financeiras foram ouvidas.
A estimativa do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano recuou de 6,89% para 6,88% na semana passada. Foi a sétima queda seguida do indicador. Mesmo assim, permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação e bem distante do objetivo central de 4,5% fixado para 2016.
Para 2017, a estimativa do mercado financeiro para a inflação ficou estável em 5%. Deste modo, permanece abaixo do teto de 6% mas ainda longe do objetivo central de 4,5%, fixados para o ano que vem.
Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA, a inflação oficial do país, somou 0,08% em setembro, o menor índice para o mês desde 1998. Já em 12 meses, a IPCA ficou em 8,48%.
O BC tem informado que buscará "circunscrever" o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016 (ou seja, trazer a taxa para até 6,5%), e também fazer convergir a inflação para a meta central de 4,5% em 2017.
Produto Interno Bruto
Para o PIB de 2016, a previsão do mercado financeiro passou de um encolhimento de 3,22%, na semana retrasada, para um "tombo" maior, de 3,30%.
Para o PIB de 2016, a previsão do mercado financeiro passou de um encolhimento de 3,22%, na semana retrasada, para um "tombo" maior, de 3,30%.
Essa será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de queda no nível de atividade da economia – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948. No ano passado, o recuo foi de 3,8%, o maior em 25 anos.
Para o comportamento do Produto Interno Bruto em 2017, os economistas das instituições financeiras baixaram sua previsão de alta de 1,23% para 1,21%, informou o BC.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.
Taxa de juros
O mercado financeiro manteve a previsão para a taxa de juros no fim de 2016 em 13,50% ao ano. Atualmente, os juros estão em 14% ao ano. Com isso, a estimativa do mercado é de novo corte nos juros até o fim de 2016.
O mercado financeiro manteve a previsão para a taxa de juros no fim de 2016 em 13,50% ao ano. Atualmente, os juros estão em 14% ao ano. Com isso, a estimativa do mercado é de novo corte nos juros até o fim de 2016.
Já para o fechamento de 2017, a estimativa para a taxa de juros recuou de 11% para 10,75% ao ano, o que pressupõe uma queda maior dos juros no ano que vem.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados.
As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços. Quando julga que a inflação está compatível com as metas preestabelecidas, o BC pode baixar os juros.
Câmbio, balança e investimentos
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2016 permaneceu em R$ 3,20. Para o fechamento de 2017, a previsão dos economistas para o dólar ficou estável em R$ 3,40.
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2016 permaneceu em R$ 3,20. Para o fechamento de 2017, a previsão dos economistas para o dólar ficou estável em R$ 3,40.
A projeção para a balança comercial em 2016 permaneceu em um superávit (exportações maiores que importações) de US$ 48 bilhões. Para o próximo ano, a previsão de superávit ficou em US$ 45 bilhões.
Para 2016, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil ficou inalterada em US$ 65 bilhões e, para 2017, a estimativa dos analistas continuou em US$ 68 bilhões.
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