Seguindo orientação técnica, sojicultores investem na produtividade e impulsionam suas médias
24/02/17 - 12:00
Rally Cocamar Bayer e Spraytec de Produtividade rodou pela região da cooperativa nos últimos dias para mostrar as práticas adotadas pelos produtores que vêm fazendo a diferença nos resultados
A família Palaro começou a cultivar soja em Cianorte no ano de 1966. “Fomos os primeiros”, diz o produtor Ivo, que cultiva 62 alqueires com o irmão José no município e região. Naquela época, a cultura ainda era uma novidade no norte do Paraná, semeada nas entrelinhas do café e conduzida de uma maneira impensável para os dias de hoje: “a colheita era manual e depois de as vagens secarem ao sol, a gente ainda precisava bater com um ferro para retirar os grãos”, recorda-se Ivo. Ele conta que um japonês aparecia para comprar tudo e mandar para o Japão.
As lembranças desse passado são recordadas pelos Palaro em meio a muitas risadas. De lá para cá, as técnicas evoluíram e, com a mecanização da lavoura, tudo foi ficando mais prático. A família comprou a primeira colheitadeira em 1973.
Dos tempos do café, só restou a velha tulha na propriedade, mas atualmente, os Palaro andam mais sorridentes do que nunca e por uma razão em especial: a grande safra de soja que estão acabando de colher. Na tarde de segunda-feira, dia 20, o Rally Cocamar Bayer e Spraytec de Produtividade passou por lá.
Histórico - “Nunca colhemos tanto”, afirma José, de 59 anos, ao lado do irmão Ivo, de 67. Ao longo dos anos, ambos se profissionalizaram no cultivo da oleaginosa, que cede espaço para o milho no inverno. Cooperativistas, eles são considerados uma referência regional e aprenderam a potencializar a produtividade seguindo à risca a orientação técnica prestada pela Cocamar. E, nesta safra 2016/17, ainda contaram com uma providencial mãozinha de São Pedro, que mandou chuvas com certa regularidade, mesmo durante a estiagem que castigou a região na fase inicial de desenvolvimento da lavoura. A expectativa dos Palaro é fechar os trabalhos com média acima de 160 sacas por alqueire. “Nossa melhor soja é a que foi semeada no dia 15 de setembro”, comenta Ivo, para admiração da vizinhança, que não conseguiu o mesmo desempenho com a lavoura mais precoce. A apenas quatro quilômetros dali, por exemplo, por causa da seca, teve gente que colheu apenas 60 sacas por alqueire.
Investimento - Correção do solo com calcário e aplicação de gesso, adubação diferenciada e complemento nutricional para as plantas: os Palaro investiram conforme o recomendado, cuidando para que os resultados fossem os melhores possíveis. Ivo conta que, em vez de 400 quilos de adubo por alqueire, conforme havia sido orientado pelo agrônomo da cooperativa, a quantidade acidentalmente foi maior, 600, causada por uma desregulagem da máquina. “Sem problema, a gente viu o quanto valeu a pena adubar”, completa.
Médias altas e outras nem tanto
Nesta safra, não faltam histórias de gente bem-sucedida. Perto de Cianorte, em Jussara, na Estrada Cristalina, a colheita também é recorde nos 78 alqueires da família Zanzim. Na segunda-feira, quase no final da colheita, a média do produtor Márcio Zanzim, de 40 anos, era de 173,5 sacas por alqueire. Só para comparar, a média geral dos produtores ligados à unidade local, da Cocamar, deve ficar em 130.
“Ficamos numa zona de transição entre a seca e as chuvas”, pontua Márcio. Outros não tiveram a mesma sorte: ali mesmo, no município, houve casos de lavouras muito danificadas pela seca, fenômeno que, em alguns locais, persistiu por cerca de 45 dias. Nesse caso, a média não passou de 70 sacas por alqueire.
Solo estruturado - Problemas climáticos à parte, Márcio conta que, há oito anos, vem trabalhando na estruturação do solo, utilizando adubação química de base e também bastante adubo orgânico, obtido junto a três aviários próprios. Para esta safra, foram aplicados nada menos que 14 toneladas de cama de frango por alqueire. “O solo bem estruturado ajudou a aguentar melhor às variações do clima”, cita o engenheiro agrônomo Jorge Luiz Vecchi, da unidade da Cocamar em Jussara. Outro cuidado do produtor foi com a prevenção de fungos e doenças de final de ciclo.
Bom resultado na palhada
A média de 170 sacas por alqueire, nesta safra, é também o recorde pessoal de Marcel Franklin Rafael, de Terra Boa. Sua melhor colheita havia sido há três anos: 150 sacas por alqueire. Marcel conta que há oito anos começou a cultivar capim braquiária no inverno para proteger o solo como um cobertor no verão. “Eu faço isso em sistema de rotação”, diz o produtor, que investe para obter a melhor produtividade possível. A braquiária protege a superfície do sol intenso, da chuva forte, inibe o aparecimento de ervas daninhas e o seu enraizamento traz muitos benefícios ao solo. Na segunda-feira, em que a temperatura a campo era de 36ºC, o solo a descoberto fervia com a insolação e o calor forte; já, sob a palha, estava relativamente fresco. “Isso é o que faz a diferença no período primavera-verão, geralmente marcado por altas temperaturas, influenciando na produtividade das lavouras”, comenta Ademir Caetano, o “Mirim”, técnico agrícola da unidade local da cooperativa.
O produtor Marcel não dependeu só da braquiária. Ele faz correção do solo periodicamente, já mapeou toda a área e, nesta safra, em especial, decidiu investir um pouco mais para tentar aumentar a produtividade. Com orientação especializada, aplicou enxofre a lanço, boro e fez inoculação via solo. A propriedade dele, com 40 alqueires de soja, sedia uma das unidades do Programa de Aumento de Produtividade Sustentável de Soja (PAPS), da Cocamar. Ali, com o acompanhamento de consultores contratados pela cooperativa, são aplicadas tecnologias de ponta para que sirvam de referência aos produtores da região.
Antenado - A trajetória de Moacir Fala, de São Jorge do Ivaí, é parecida com a de Marcel. Ele começou a cultivar braquiária em consórcio com o milho de inverno, há nove anos, e sua propriedade conta, igualmente, com uma unidade do Paps. No domingo (19), praticamente concluindo a colheita, Moacir registrava uma produtividade de 165 a 170 sacas de soja em 20 alqueires. “O produtor tem que estar antenado, saber das novidades, aplicar os conhecimentos que vão surgindo”, afirma Moacir. Segundo ele, seu desempenho pode ser creditado, em grande parte, aos benefícios proporcionados ao solo pela braquiária.
Agrolink com informações de assessoria
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