Um dos líderes do Movimento dos Transportadores de Grão de Mato Grosso (MTG), Gilson Baitaca, confirmou, há pouco, ao Só Notícias, que foi realizada cobrança de melhorias no trecho de atoleiros na rodovia federal entre o Distrito de Caracol e o município de Itaituba, no Pará, no Ministério dos Transporte, Agência Nacional de Transportes Terrestres (Antt) e no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), em Brasília, esta manhã.
Centenas de motoristas de caminhões, carretas, ônibus e até veículos menores estão parados há mais de uma semana no local e sem nenhum tipo de estrutura. A fila de veículos ultrapassa 50 quilômetros. “Estamos cobrando todos os órgãos do governo federal para que agilizem e ajudem a resolver esta situação deprimente. Alguns caminhoneiros estão há mais de 20 dias parados nos atoleiros. Está um verdadeiro caos. O problema se tornou econômico e social. É um perda enorme. Os caminhões estão parados, as empresas não estão faturando. As empresas estão deixando de cumprir os contratos e os motoristas sem alimentação, sem água, no relento. Estão tomando água da chuva. Não tem lugar para fazer as necessidades. Não conseguem nem tomar banho. Não tem absolutamente nada de estrutura”.
De acordo com Baitaca, esta é a única via de escoamento da safra mato-grossense, por meio do Porto de Miritituba. “Está influenciando diretamente no escoamento da safra de Mato Grosso ao Pará. É a única via de acesso ao porto. Precisamos que eles façam uma medida emergencial levando socorro aos motoristas nas questões humanitárias. Estamos cobrando que eles levem maquinários para auxiliar e arrumar a rodovia para trafegar até parar a chuva. Após isso, vamos fazer uma pressão para que terminem a pavimentação. É um trecho muito pequeno”.
Gilson Baitaca disse ainda que está ocorrendo conflitos entre os motorista também. “Existe o consumo de álcool. É a única coisa que eles têm para beber. Comida não tem mais. Alguns fazendeiros estão socorrendo os caminhoneiros enviando alguns alimentos. Por isso, ficou decidido que a Polícia Rodoviária Federal vai utilizar um helicóptero para sobrevoar a região, manter a ordem e monitorar de perto as ocorrências. Além disso, vão fazer socorro se for preciso e levar alguns alimentos aos motoristas”.
Segundo o líder do movimento dos transportadores, o Dnit alegou que as obras estão em andamento. Porém, foram repassadas para uma empresa muito pequena, que não tem recursos para terminar. Já a empresa aponta que o órgão não está fazendo os repasses financeiros corretamente. Além disso, a empresa não tem maquinários para fazer as medidas emergenciais que os motoristas precisam.
Conforme Só Notícias já informou, cinco comunidades que ficam ao longo da rodovia estão isoladas. O prefeito do município de Trairão, sudoeste do Pará, decretou situação de emergência. De acordo com o decreto, o trecho que não é asfaltado está intrafegável e deixa as comunidades sem ter acesso à sede do município, o que já está provocando desabastecimento de alimentação, combustível e água. Alunos estão sem transporte escolar.
Outro lado
A assessoria do governo do Pará informou, ao Só Notícias, que a Defesa Civil do Estado está acompanhando a situação na comunidade Caracol. Técnicos estão no local fazendo o levantamento dos danos na área e orientando à prefeitura a acionar o Sistema de Defesa Civil. Na capital, órgãos da segurança pública reúnem-se diariamente com PRF e com o DNIT para traçar estratégias.
Fonte: Só Notícias/Agronotícias
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