Na sessão desta quarta-feira (1), os preços da soja voltaram a perder força na Bolsa de Chicago e, por volta das 8h (horário de Brasília), as posições mais negociadas perdiam pouco mais de 5 ponto. Dessa forma, o primeiro contrato - março/17 - era cotado a US$ 10,19 por bushel, e a referência para a safra brasileira - o maio/17 - valia US$ 10,29.
O mercado internacional devolve os pequenos ganhos registrados na sessão anterior e, como explicam analistas e consultores internacionais, passa agora por um ajuste típico de início de mês, com uma 'nova onda de recursos' e um reposicionamento dos fundos investidores, como reporta o portal britânico Agrimoney.
As chuvas voltam para a Argentina nesta semana e trazem, mais uma vez, o risco de novas cheias, já que devem se estender para a próxima semana. "Entre sexta e sábado, há risco de inundações na região central do país. E as chuvas deverão ser fortes em alguns lugares, porém, não há expectativas de que novos riscos causados pelas cheias ocorram", disse Terry Reilly, da Futures International, em um reporte nesta quarta.
Além dos fundamentos já conhecidos - especialmente a demanda forte e crescente pela oleaginosa e a conclusão da safra da América do Sul - o foco dos traders se ampliam mais a partir de agora e já começam a trazer as primeiras especulações sobre a safra 2017/18 dos Estados Unidos, e o impacto sobre o andamento das cotações da 'disputa' por área no país entre a soja e o milho.
"A diferença entre ganhos da soja sobre o milho nunca esteve tão grande desde 1996. A AgResource (ARC)projeta que os produtores dos EUA poderão plantar quase 35 milhões de hectares (MHa) de soja neste ano de 2017, aumento de 1,3 MHa, e 37,4 MHa de milho, reduzindo em 700 mil hectares em relação à 2016", informou o boletim diário da companhia.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Soja: Mesmo com vendas travadas, preços no interior perdem até 6% no interior do BR nesta 3ª feira
O mercado internacional da soja fechou com estabilidade a sessão desta terça-feira (31) e com oscilações bastante tímidas entre as principais posições negociadas na Bolsa de Chicago. Os principais contratos terminaram a sessão com pequenos ganhos de pouco mais de 1 ponto, levando o março/17 a US$ 10,24, e o maio, que é referência à safra brasileira, a com US$ 10,34 por bushel. Dessa forma, o dia fechou também, praticamente, sem negócios no Brasil com os produtores ainda sem efetivar novas vendas.
E apesar dos pequenos ganhos em Chicago, os preços no mercado nacional recuaram de forma expressiva nesta terça e as baixas nas principais praças de comercialização ficaram entre 0,69% a até 6,45%, como foi o caso de Tangará da Serra, em Mato Grosso, com a última referência em R$ 58,00 por saca, perdendo o patamar dos R$ 60,00, como aconteceu em demais praças mato-grossenses. Em Rio Verde, Goiás, a baixa passou de 3% e o preço foi a R$ 63,00 e em Pato Branco, no Paraná, R$ 65,60, com queda de 0,76%.
A chegada da oferta dessa nova safra ajuda a pesar sobre as cotações neste momento, bem como as altas muito acentuadas dos fretes, e uma menor disputa, nesse momento, por esse produto, como explica o analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter. Na rota Sorriso Rondonópolis, por exemplo, a alta do frete já exibe uma alta de 35%, de R$ 80,00 a R$ 108,00 por tonelada, e, no Oeste do Paraná, passando de R$ 4,00 para R$ 7,00 por saca, até Paranaguá, nos últimos 20 a 30 dias.
Nos portos, em contrapartida, os indicativos conseguiram registrar algum avanço, acompanhando os ganhos - também tímidos - do dólar. Assim, no terminal de Rio Grande, a alta foi de 1,35% para R$ 75,00 na soja disponível e de 1,05% para R$ 77,00 no mercado futuro, referência para junho. Em Paranaguá, as duas referências encerraram os negócios com R$ 74,00 e ganho de 0,68%.
A moeda americana, nesta sexta, terminou os negócios cotada a R$ 3,1510 e, somente em janeiro, segundo informa a Reuters, acumula uma perda de 3,04%, em seu segundo mês consecutivo de recuo. A alta registrada hoje frente ao real foi reflexo de uma nova intervenção do Banco Central brasileiro.
Os prêmios em Paranaguá têm registrado boa valorização nos últimos dias e, mesmo em plena colheita, seguem positivos. Os compradores, afinal, como explicam consultores e analistas, tentam garantir alguns volumes via prêmio e, em Paranaguá, as principais posições de entrega têm, nesse momento, entre 40 e 65 cents de dólar sobre os valores praticados na Bolsa de Chicago.
E parte dessa força dos prêmios, ainda segundo Motter, vem dessa retração dos produtores brasileiros e, como explica o analista, é este cenário que pode resultar em melhores oportunidades para o sojicultor brasileiro que precisa voltar à comercialização.
Data de Publicação: 01/02/2017 às 10:30hs
Fonte: Notícias Agrícolas
Fonte: Notícias Agrícolas
Nenhum comentário:
Postar um comentário