quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
Rio de Janeiro inaugura
Rio de Janeiro inaugura
museu na zona portuária
É a primeira obra a ficar pronta dentro de projeto de revitalização.
Além do acervo permanente, o MAR receberá diversa
Nesta sexta-feira (1º), dia em que o Rio de Janeiro completa 448 anos, a cidade inaugura o MAR, Museu de Arte do Rio. É a primeira obra a ficar pronta dentro do projeto de revitalização da zona portuária. Além do acervo permanente, o MAR receberá diversas coleções.
Em séculos de transformação, a paisagem da zona portuária do Rio de Janeiro foi ganhando novos traços. Agora, uma revitalização desenha mais mudanças, e uma das principais é o MAR, Museu de Arte do Rio.
O projeto uniu o antigo prédio da Alfândega a uma estrutura arquitetônica ousada. São 15 mil metros quadrados. Na cobertura, fica a marca mais famosa da cidade, as ondas do mar, ondulações que pesam 800 toneladas. “A produção dessa onda na engenharia foi uma coisa super desafiadora, uma coisa que, há cinco anos, acho que não seria possível”, afirma o arquiteto Bernardo Jacobsen.
Pelas oito salas de exposições, obras históricas como as de Nicolau Facchinetti e Émile Taunay. O museu, uma realização da prefeitura e da Fundação Roberto Marinho, ainda abriga a Escola do Olhar, onde alunos e professores da rede pública vão conviver com a arte e a história que os artistas testemunharam. “A atividade de funcionamento e das exposições do museu sempre vai ter uma abordagem educativa.”, afirma Luís Fernando de Almeida, diretor executivo do MAR.
Entre artistas, colecionadores e marchands, não é raro constatar como é difícil se desfazer de uma obra, deixar que tenha um novo proprietário, que siga outros caminhos. A criação deste museu, porém, entusiasmou muitos doadores.
Jones Bergamim se encantou com o novo museu e não resistiu: doou 20 obras, como paisagens, personagens da cidade e a moça. O valor de cada uma? Não é o mais importante. “A doação é uma maneira mais nobre que você tem de se desfazer de coisas que você coleciona e tem amor”, diz.
Adriana Varejão já expôs mundo afora. Seu trabalho é mais que reconhecido. A artista plástica também decidiu mandar um de seus quadros para o acervo do novo museu. “Dá satisfação para qualquer artista fazer parte de um acervo de museu, porque é a garantia de que essa obra vai ter um eco no futuro. Vai fazer parte da memória, da construção da memória cultural daquele momento, daquela época”, afirma.
Esses salões, no entanto, não exibem só grandes obras de artistas famosos. Muitas peças foram encontradas pelos curadores em sites na internet, postas à venda por pequenos colecionadores. “De repente, aparece na internet alguém da ilha de Fiji oferecendo para vender uma moeda onde o carnaval do Rio é o tema. O outro oferece uma fotografia do século XIX que foi o bisavô que passou pelo Rio e comprou. A imagem do MAR também é uma navegação pela internet em busca de bens simbólicos”, diz Paulo Herkenhoff, curador do MAR.
Foi assim que esses registros foram parar no museu: um certificado de ações da Companhia do Porto do Rio e o comprovante dos dividendos de mil 1912, rótulos de malas e cargas desembarcadas dos navios e revistas que marcaram época.
Além de abrigar a história, o Museu de Arte do Rio quer ser um receptor das manifestações culturais, sejam elas dos grandes mestres ou dos artistas populares. “O nosso museu é para as pessoas chegarem como elas são. Nós acreditamos que cada visitante tem um olhar que nós queremos para o museu”, explica Herkenhoff.
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