quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
Dólar tem leva alta ante real, mas fecha mês em queda de 0,6%
Por Bruno Federowski e Natália Cacioli
SÃO PAULO, 28 Fev (Reuters) - O dólar fechou esta quinta-feira com leve alta frente ao real, após operar perto do zero a zero durante a maior parte da sessão. De olho nas incertezas do cenário externo, investidores preferiram manter as cotações dentro dos limites de uma banda cambial informal que parece ter sido imposta pelo governo.
A moeda norte-americana fechou com alta de 0,22 por cento, a 1,9782 real na venda, após registrar queda de 0,61 por cento na véspera. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 2,425 bilhões de dólares.
No mês, o dólar recuou 0,59 por cento ante a divisa brasileira, consolidando-se na faixa de 1,95 real e 2 reais que o mercado acredita ser a nova banda cambial imposta pelo Banco Central para ajudar no combate à inflação.
"Isso é vontade do governo", disse o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme. "Por enquanto, ele vai conseguir controlar isso, já que os bancos também estão vendidos".
Desde o fim de janeiro, o dólar recuou do nível de 2 reais, que à época era considerado pelo mercado como o piso informal definido pelo governo para a moeda, para patamares mais baixos, pressionado por intervenções do Banco Central no mercado de câmbio.
Analistas especulam que o movimento em direção a um real mais fortalecido tem como objetivo baratear produtos importados e conter pressões inflacionárias, embora o governo afirme que o câmbio não é ferramenta para lidar com os preços, e sim os juros.
A perspectiva de um dólar mais baixo para conter a inflação levou instituições financeiras a assumirem posições vendidas no mercado de câmbio, mesmo com o país registrando saída líquida de 2,840 bilhões de dólares no mês até o dia 22 de fevereiro.
"Enquanto houver a percepção de que a inflação ameaça impor um teto para a taxa de câmbio, os bancos locais não devem se apressar para cobrir essa posição", escreveu a estrategista de câmbio da América Latina do RBS, Flavia Cattan-Naslausky, em relatório
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