O mercado internacional da soja fechou com estabilidade a sessão desta terça-feira (31) e com oscilações bastante tímidas entre as principais posições negociadas na Bolsa de Chicago. Os principais contratos terminaram a sessão com pequenos ganhos de pouco mais de 1 ponto, levando o março/17 a US$ 10,24, e o maio, que é referência à safra brasileira, a com US$ 10,34 por bushel. Dessa forma, o dia fechou também, praticamente, sem negócios no Brasil com os produtores ainda sem efetivar novas vendas.
E apesar dos pequenos ganhos em Chicago, os preços no mercado nacional recuaram de forma expressiva nesta terça e as baixas nas principais praças de comercialização ficaram entre 0,69% a até 6,45%, como foi o caso de Tangará da Serra, em Mato Grosso, com a última referência em R$ 58 por saca, perdendo o patamar dos R$ 60, como aconteceu em demais praças mato-grossenses. Em Rio Verde, Goiás, a baixa passou de 3% e o preço foi a R$ 63 e em Pato Branco, no Paraná, R$ 65,60, com queda de 0,76%.
A chegada da oferta dessa nova safra ajuda a pesar sobre as cotações neste momento, bem como as altas muito acentuadas dos fretes, e uma menor disputa, nesse momento, por esse produto, como explica o analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter. Na rota Sorriso Rondonópolis, por exemplo, a alta do frete já exibe uma alta de 35%, de R$ 80 a R$ 108 por tonelada, e, no Oeste do Paraná, passando de R$ 4 para R$ 7 por saca, até Paranaguá, nos últimos 20 a 30 dias.
Nos portos, em contrapartida, os indicativos conseguiram registrar algum avanço, acompanhando os ganhos - também tímidos - do dólar. Assim, no terminal de Rio Grande, a alta foi de 1,35% para R$ 75 na soja disponível e de 1,05% para R$ 77 no mercado futuro, referência para junho. Em Paranaguá, as duas referências encerraram os negócios com R$ 74 e ganho de 0,68%.
A moeda americana, nesta sexta, terminou os negócios cotada a R$ 3,1510 e, somente em janeiro, segundo informa a Reuters, acumula uma perda de 3,04%, em seu segundo mês consecutivo de recuo. A alta registrada hoje frente ao real foi reflexo de uma nova intervenção do Banco Central brasileiro.
Os prêmios em Paranaguá têm registrado boa valorização nos últimos dias e, mesmo em plena colheita, seguem positivos. Os compradores, afinal, como explicam consultores e analistas, tentam garantir alguns volumes via prêmio e, em Paranaguá, as principais posições de entrega têm, nesse momento, entre 40 e 65 cents de dólar sobre os valores praticados na Bolsa de Chicago.
E parte dessa força dos prêmios, ainda segundo Motter, vem dessa retração dos produtores brasileiros e, como explica o analista, é este cenário que pode resultar em melhores oportunidades para o sojicultor brasileiro que precisa voltar à comercialização.
Fonte: Notícias Agrícolas