Agricultores são vacinados contra a febre amarela no ES e em MG
Moradores enfrentam filas para receber a imunização em áreas rurais, onde a doença avança.
Agricultores de Minas Gerais e Espírito Santo enfrentam filas para receber a vacina contra a febre amarela. O controle foi intensificado na área rural para evitar que a doença avance sobre as cidades, que concentram a maior parte da população.
Morar ao lado da mata era sinônimo de tranquilidade, mas agora é de lá que vem a preocupação. “A mata hoje está alarmante. A quantidade de macacos que temos visto mortos ficou muito difícil a gente se aproximar novamente”, diz o agricultor Jacimar Dalla Fontes.
O agricultor Jacimar Fontes, que vive em Colatina, no noroeste do Espirito Santo, encontrou três macacos mortos no distrito de Itapina.
O distrito de Itapina, que fica ao lado de uma reserva florestal, é uma região com muitos animais. Morar próximo a essas matas onde surgiram os macacos mortos tem deixado os moradores preocupados.
Em todo o estado foram encontrados mortos 80 macacos da espécie bugio; 11 apenas no distrito. Amostras desses animais estão sendo analisadas no Instituto Evandro Chagas, no Pará. Cinco casos de febre amarela em macacos foram confirmados no estado. Por isso, os moradores de 37 cidades estão sendo vacinados contra a doença.
Em São Roque do Canaã, longas filas se formam nos postos das áreas rurais. Mais de 12 mil moradores serão imunizados contra a febre amarela. Os cafeicultores de pancas já tomaram a vacina mas mesmo assim cobrem o corpo para se proteger.
O avanço da febre amarela também preocupa os agricultores de Minas Gerais. O movimento em uma comunidade rural de Bom Despacho, começou cedo. As pessoas chegavam ao posto de vacinação itinerante pé e até de trator.
Minas Gerais é o estado com o maior número casos de febre amarela registrados desde o início do mês. São mais de 300 casos em 39 municípios. A preocupação com a doença levou equipes de saúde a intensificar a vacinação no campo.
"O maior receio nosso é que o vírus se urbanize. Imunizar essas pessoas de maneira que se o mosquito picá-las não vai acontecer delas 'estar' indo para a cidade repassando para os moradores da zona urbana", diz Neide Braga, secretária de Saúde de Bom Despacho.
Enquanto as pessoas são imunizadas na zona rural, outro trabalho importante acontece nas casas. É um bate papo simples com os moradores para tentar identificar se algum mico ou macaco morreu recentemente na região. O trabalho é feito por um técnico em agropecuária.
Até sexta-feira (27), o Ministério da Saúde confirmou 42 mortes por febre amarela no país. Outras 65 mortes estão sendo investigadas.
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