Apesar das chuvas, colheita avança e preços animam produtor no Paraná
29/02/16 - 12:21
A colheita da safra de grãos de verão 2015/16 avança no Paraná, apesar das chuvas intensas. O ritmo da colheita está normal e os preços de venda da produção, mais elevados, animam o produtor.
O Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento divulgou relatório mensal na sexta-feira (26.02), que aponta para uma produção em torno de 21,5 milhões de toneladas de grãos de verão, cerca de 3,6% menor em relação às estimativas iniciais, que eram de 22,3 milhões de toneladas.
Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, as perdas em relação ao que vinha sendo estimado são normais diante do clima excessivamente chuvoso entre a primavera e o verão e que afetou o potencial produtivo das plantas. “O ideal seria que não tivéssemos perdas, mas contra o tempo há pouco a fazer”, disse o secretário.
Segundo Ortigara, em anos anteriores ocorreu o inverso. O clima muito seco e quente em janeiro e fevereiro prejudicou fortemente as lavouras de soja. “Este ano, apesar das chuvas, ainda teremos uma boa safra”, prevê.
Dos 5,8 milhões de hectares plantados com grãos no Paraná, já foram colhidos 2,9 milhões de hectares em lavouras de soja, que ocupa a maior parte da área, feijão e milho da primeira safra.
SOJA - Segundo o Deral, a cultura mais prejudicada pelas chuvas foi a soja. Devido ao excesso de umidade o grão apresenta variações de produtividade que ficaram abaixo das expectativas, principalmente na região Oeste, onde a colheita está no fim.
“A partir de agora, as atenções se voltam para as áreas que estão iniciando a colheita, na região Sul do Estado e nos Campos Gerais”, disse o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni.
Ainda assim, a produção deverá superar a do ano passado em função da ampliação da área plantada, que foi de 3%. Na safra anterior (14/15), a soja ocupou 5,1 milhões de hectares. Nesta safra (15/16), avançou para 5,26 milhões de hectares.
Com isso, a expectativa de produção aponta para uma colheita de 17,6 milhões de toneladas, cerca de 4% acima da produção do ano passado, que atingiu volume de 17 milhões de toneladas. No entanto, a previsão inicial do Deral apontava para uma colheita recorde de 18 milhões de toneladas.
“A comercialização da soja está bem melhor que no ano passado, que já foi bom para o produtor”, disse o agrônomo Carlos Hugo Godinho. Até agora, cerca de 41% da safra já está vendida. No mesmo período do ano passado, 16% já havia sido vendida. A movimentação está acima da média que é de 30% de soja comercializada neste período do ano.
Contribuem para essa movimentação os preços mais elevados do grão, impulsionados pela valorização do câmbio. Conforme levantamento do Deral, em fevereiro o produtor recebeu uma média de R$ 68,68 pela saca de soja, 21 % acima do mesmo período do ano passado quando a média foi de R$ 56,19 a saca.
MILHO - A primeira safra de milho encontra-se com quase 30% da área colhida e aponta para uma produção de 3,5 milhões de toneladas, cerca de 24% menor em relação ao volume na mesma época do ano passado, que alcançou 4,6 milhões de toneladas.
As quedas sucessivas de produção de milho da primeira safra se devem à forte redução da área de plantio, que nesta safra caiu 22%, passando de 542.380 hectares plantados no ano passado para 423.471 hectares neste ano.
Segundo Godinho, as chuvas que prejudicam a colheita da soja beneficiam o desenvolvimento do milho da segunda safra. A produção esperada é de 12 milhões de toneladas, cerca de 4% acima da colhida no mesmo período do ano passado, cujo volume atingiu 11,6 milhões de toneladas.
Com a menor oferta de milho na primeira safra e o aumento nas exportações, os preços do grão estão mais aquecidos, beneficiando diretamente o produtor. Em um ano, o preço do milho pago ao produtor subiu 64%. Em fevereiro do ano passado o milho era vendido, em média, por R$ 20,80 a saca. Neste mês, foi vendido a R$ 32,43 a saca.
Além das exportações do milho em grão, contribui para a elevação do preço o crescimento do consumo por parte das indústrias de carnes, como avicultura, suinocultura e mesmo bovinocultura.
FEIJÃO - A primeira safra de feijão está em fim de ciclo, com 96% da área colhida e 73% da produção vendida, impulsionada pelos bons preços.
A produção de feijão caiu 12%, passando de 324.498 toneladas colhidas em 2015 para 284.549 toneladas neste ano. A queda foi provocada pela redução de 7% na área plantada e também ao excesso de chuvas de outubro a dezembro, durante o desenvolvimento vegetativo das plantas, explicou o engenheiro agrônomo Carlos Alberto Salvador.
De acordo com o técnico, o rendimento do feijão da primeira safra caiu 15%, o que contribuiu para o Paraná deixar de colher 50 mil toneladas do grão. Atualmente, avança o plantio da segunda safra de feijão, com 92% da área estimada em 210 mil hectares já ocupada pelas lavouras. A previsão de produção para essa safra é de 407 mil toneladas, 6% acima da anterior. “A preocupação é com o clima chuvoso que prejudica o plantio ainda a fazer e o manejo da cultura”, disse Salvador.
Com a oferta limitada do produto em relação ao consumo e o clima instável, os preços do feijão estão aquecidos no mercado. Neste ano, o feijão de cor subiu 32,26% no preço pago ao produtor. Em janeiro de 2016 o produtor recebeu, em média R$ 171,48 a saca e, neste mês, recebeu R$ 189,36 a saca.
Há seis meses, quando o preço do feijão vinha caindo, o aumento foi de 53%. Em setembro de 2015, o preço do feijão estava R$ 123,69 a saca em média.
O feijão preto também teve aumento nos preços, mas em ritmo menor porque seu consumo é mais restrito. Este ano, o aumento no preço pago ao produtor pelo feijão preto foi de 9%, saindo de R$ 133,68 a saca em janeiro para R$ 145,82 a saca em fevereiro. Em relação à outubro do ano passado, o feijão preto teve um reajuste de 44%. Naquele mês, o produtor recebeu R$ 101,19 a saca.
O Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento divulgou relatório mensal na sexta-feira (26.02), que aponta para uma produção em torno de 21,5 milhões de toneladas de grãos de verão, cerca de 3,6% menor em relação às estimativas iniciais, que eram de 22,3 milhões de toneladas.
Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, as perdas em relação ao que vinha sendo estimado são normais diante do clima excessivamente chuvoso entre a primavera e o verão e que afetou o potencial produtivo das plantas. “O ideal seria que não tivéssemos perdas, mas contra o tempo há pouco a fazer”, disse o secretário.
Segundo Ortigara, em anos anteriores ocorreu o inverso. O clima muito seco e quente em janeiro e fevereiro prejudicou fortemente as lavouras de soja. “Este ano, apesar das chuvas, ainda teremos uma boa safra”, prevê.
Dos 5,8 milhões de hectares plantados com grãos no Paraná, já foram colhidos 2,9 milhões de hectares em lavouras de soja, que ocupa a maior parte da área, feijão e milho da primeira safra.
SOJA - Segundo o Deral, a cultura mais prejudicada pelas chuvas foi a soja. Devido ao excesso de umidade o grão apresenta variações de produtividade que ficaram abaixo das expectativas, principalmente na região Oeste, onde a colheita está no fim.
“A partir de agora, as atenções se voltam para as áreas que estão iniciando a colheita, na região Sul do Estado e nos Campos Gerais”, disse o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni.
Ainda assim, a produção deverá superar a do ano passado em função da ampliação da área plantada, que foi de 3%. Na safra anterior (14/15), a soja ocupou 5,1 milhões de hectares. Nesta safra (15/16), avançou para 5,26 milhões de hectares.
Com isso, a expectativa de produção aponta para uma colheita de 17,6 milhões de toneladas, cerca de 4% acima da produção do ano passado, que atingiu volume de 17 milhões de toneladas. No entanto, a previsão inicial do Deral apontava para uma colheita recorde de 18 milhões de toneladas.
“A comercialização da soja está bem melhor que no ano passado, que já foi bom para o produtor”, disse o agrônomo Carlos Hugo Godinho. Até agora, cerca de 41% da safra já está vendida. No mesmo período do ano passado, 16% já havia sido vendida. A movimentação está acima da média que é de 30% de soja comercializada neste período do ano.
Contribuem para essa movimentação os preços mais elevados do grão, impulsionados pela valorização do câmbio. Conforme levantamento do Deral, em fevereiro o produtor recebeu uma média de R$ 68,68 pela saca de soja, 21 % acima do mesmo período do ano passado quando a média foi de R$ 56,19 a saca.
MILHO - A primeira safra de milho encontra-se com quase 30% da área colhida e aponta para uma produção de 3,5 milhões de toneladas, cerca de 24% menor em relação ao volume na mesma época do ano passado, que alcançou 4,6 milhões de toneladas.
As quedas sucessivas de produção de milho da primeira safra se devem à forte redução da área de plantio, que nesta safra caiu 22%, passando de 542.380 hectares plantados no ano passado para 423.471 hectares neste ano.
Segundo Godinho, as chuvas que prejudicam a colheita da soja beneficiam o desenvolvimento do milho da segunda safra. A produção esperada é de 12 milhões de toneladas, cerca de 4% acima da colhida no mesmo período do ano passado, cujo volume atingiu 11,6 milhões de toneladas.
Com a menor oferta de milho na primeira safra e o aumento nas exportações, os preços do grão estão mais aquecidos, beneficiando diretamente o produtor. Em um ano, o preço do milho pago ao produtor subiu 64%. Em fevereiro do ano passado o milho era vendido, em média, por R$ 20,80 a saca. Neste mês, foi vendido a R$ 32,43 a saca.
Além das exportações do milho em grão, contribui para a elevação do preço o crescimento do consumo por parte das indústrias de carnes, como avicultura, suinocultura e mesmo bovinocultura.
FEIJÃO - A primeira safra de feijão está em fim de ciclo, com 96% da área colhida e 73% da produção vendida, impulsionada pelos bons preços.
A produção de feijão caiu 12%, passando de 324.498 toneladas colhidas em 2015 para 284.549 toneladas neste ano. A queda foi provocada pela redução de 7% na área plantada e também ao excesso de chuvas de outubro a dezembro, durante o desenvolvimento vegetativo das plantas, explicou o engenheiro agrônomo Carlos Alberto Salvador.
De acordo com o técnico, o rendimento do feijão da primeira safra caiu 15%, o que contribuiu para o Paraná deixar de colher 50 mil toneladas do grão. Atualmente, avança o plantio da segunda safra de feijão, com 92% da área estimada em 210 mil hectares já ocupada pelas lavouras. A previsão de produção para essa safra é de 407 mil toneladas, 6% acima da anterior. “A preocupação é com o clima chuvoso que prejudica o plantio ainda a fazer e o manejo da cultura”, disse Salvador.
Com a oferta limitada do produto em relação ao consumo e o clima instável, os preços do feijão estão aquecidos no mercado. Neste ano, o feijão de cor subiu 32,26% no preço pago ao produtor. Em janeiro de 2016 o produtor recebeu, em média R$ 171,48 a saca e, neste mês, recebeu R$ 189,36 a saca.
Há seis meses, quando o preço do feijão vinha caindo, o aumento foi de 53%. Em setembro de 2015, o preço do feijão estava R$ 123,69 a saca em média.
O feijão preto também teve aumento nos preços, mas em ritmo menor porque seu consumo é mais restrito. Este ano, o aumento no preço pago ao produtor pelo feijão preto foi de 9%, saindo de R$ 133,68 a saca em janeiro para R$ 145,82 a saca em fevereiro. Em relação à outubro do ano passado, o feijão preto teve um reajuste de 44%. Naquele mês, o produtor recebeu R$ 101,19 a saca.
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