Ampliação deve atingir apenas funcionários do administrativo da unidade.
Sindicato teme demissões após período de estabilidade.
Primeira empresa do país a aderir ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), a fabricante de bancos Grammer, em Atibaia (SP), negocia a renovação por mais seis meses do programa do governo federal que reduz salários e jornada em troca de estabilidade no emprego.
A informação é do Sindicato dos Metalúrgicos de Bragança Paulista. O primeiro pacote da medida, que atingiu cerca de 500 trabalhadores, termina nesta segunda-feira (29). Pelo acordo, os funcionários têm dois meses de estabilidade no emprego com o fim do período do PPE.
Segundo o sindicato, a empresa negocia a extensão do programa apenas para os trabalhadores do setor administrativo. Para ter o pedido de continuidade aprovado pelo governo federal, a empresa deve comprovar dificuldades financeiras.
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) confirmou que a empresa sinalizou a intenção de estender o programa e que está em processo de negociação com os funcionários. A Grammer foi procurada pela reportagem do G1, mas não retornou até a publicação desta reportagem..
Instabilidade
A Grammer aderiu ao PPE em 28 de agosto de 2015. A adesão foi uma tentativa de evitar demissões frente à crise no setor automotivo, do qual é fornecedora.
A Grammer aderiu ao PPE em 28 de agosto de 2015. A adesão foi uma tentativa de evitar demissões frente à crise no setor automotivo, do qual é fornecedora.
À época, a empresa já adotava outras medidas como banco de horas, e já havia demitido 180 funcionários.
Como a prorrogação não incluiria os trabalhadores da produção, segundo o sindicato, há o temor de novas demissões, já que a estabilidade de emprego garantida pelo programa termina em abril.
Avaliação
O sindicato avalia que o programa foi positivo no momento da adesão e que foi aprovado na esperança de melhoria no setor.
O sindicato avalia que o programa foi positivo no momento da adesão e que foi aprovado na esperança de melhoria no setor.
No entanto, não houve mudança de cenário. De acordo com o balanço da Associação Nacional de Fabricantes de Automotores (Anfavea), a produção de veículos caiu 22,8% em 2015.
“Nós vínhamos de redução de jornada e demissão [antes do PPE]. Aderimos ao programa na esperança de um 2016 melhor, mas não é o que vemos. Estamos tentando negociar, mas o trabalhador também não pode se manter com salário reduzido por muito mais tempo”, disse Valter Jesus Brajão, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Bragança Paulista.
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