EUA pedem que China leve em conta mercado ao determinar câmbio
Secretário do Tesouro dos EUA pediu que China melhore sua comunicação.
Ele fez declaração em reunião com vice-premiê chinês após cúpula do G20.
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jack Lew, disse neste domingo (28) que é crítico que a China continue se movendo em direção a uma taxa de câmbio mais orientada pelo mercado e que comunique claramente suas ações ao mercado.
Lew pediu à China que melhore sua comunicação com os mercados e aumente o peso que eles têm na tomada de decisão sobre o tipo de câmbio do iuane.
Lew fez as declarações durante reunião com o vice-premiê chinês, Wang Yang, em Pequim, após a cúpula dos ministros das Finanças do G20 em Xangai.
"Como a economia global enfrenta muitos desafios, nossas comunicações abertas e francas são mais importantes do que nunca e precisamos continuar a trabalhar juntos para o benefício de ambas nossas nações", disse Lew.
Durante seu encontro, Lew avaliou os esforços do Executivo chinês para realizar a transição econômica, através de políticas fiscais e medidas para reduzir o excesso de capacidade da indústria, apesar de ainda esperar para ver a continuidade das reformas do setor financeiro que reforçarão sua estabilidade."Comemoramos os esforços da China para fazer a transição a uma economia mais orientada pelo consumo, incluindo por meio de políticas fiscais que estimulam a demanda das famílias e ações que reduzem a capacidade industrial em excesso", acrescentou.
"Também é crucial que a China continue aumentando o peso do mercado na hora de determinar sua taxa de câmbio e que aumente a transparência de suas políticas relativas ao mesmo de maneira ordenada, e comunique claramente suas ações ao mercado".
O secretário do Tesouro destacou a importância da relação entre EUA e China em um momento no qual a economia global enfrenta múltiplos desafios e mostrou sua disposição de trabalhar com Wang este ano no Diálogo Estratégico China-EUA e no G20.
Lew aproveitou para transferir sua felicitação à China pela organização dos encontros do G20 estes dias e considerou que chegaram a um "grande acordo" para, através de todas as ferramentas políticas, impulsionar a demanda global, consultar as políticas de taxa de câmbio e abrir mão de uma desvalorização competitiva.
Os ministros de Finanças do G20 se comprometeram no sábado a promover um crescimento econômico que permita deixar para trás a crise financeira internacional com uma base além dos estímulos monetários.
A declaração divulgada no fechamento de seu encontro em Xangai constatou os crescentes riscos que debilitam a recuperação econômica mundial e a vontade do grupo das economias desenvolvidas e emergentes por superá-los, mas sem dar receitas claras sobre como isso aconteceria.
A possível saída do Reino Unido da União Europeia (o chamado "Brexit") e a chegada em massa de refugiados à Europa se somam pela primeira vez a uma lista de ameaças que inclui a queda dos preços das matérias-primas, a volatilidade nos fluxos de capitais e os mercados e o auge das tensões geopolíticas.
Para superar esse sombrio panorama, o G20 enfatizou no documento final da reunião a necessidade de usar "todas as ferramentas" monetárias, fiscais e estruturais "individual e coletivamente"
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