quinta-feira, 28 de julho de 2016

28/07/2016 - 15:53

Hoteleiros se unem para evitar "quebradeira" do setor em Mato Grosso




Da Redação - Viviane Petroli


Foto: Júlio Seidl
Hoteleiros se unem para evitar ''quebradeira'' do setor em Mato Grosso
Soluções rápidas e práticas. É o que o setor de hotelaria em Mato Grosso procura para evitar mais hotéis venham a fechar suas portas no Estado. Em 2016, dois empreendimentos encerraram suas atividades na Grande Cuiabá, sendo que um deles virou espaço para clínica médica.

Meios para evitar que novos fechamentos ocorram, bem como demissões, foram debatidos no 1º Encontro Comercial – Hotéis e Negócios – realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH/MT), em Cuiabá, nesta quinta-feira, 28 de julho.

O setor hoteleiro, segundo o presidente da ABIH/MT, Bruno Delcaro, não está sendo um segmento atrativo em termos de investimentos. O 1º Encontro Comercial - Hotéis e Negócios reuniu representantes da hotelaria mato-grossense, do comércio varejista e supermercadista, do agronegócio, publicidade e Governo de Mato Grosso.


Hotéis fecham na Grande Cuiabá diante ociosidade de 65% da oferta de leitos

"O objetivo do encontro é justamente tentar reverter esse cenário trazendo para a discussão todos os segmentos e buscar soluções práticas e rápidas. O cenário tem mostrado certa melhora neste segundo semestre. Temos boas perspectivas, mas muito dependentes ainda de ações a nível nacional. A crise é uma crise nacional e nós ficamos muito dependente disso", explicou Bruno Delcaro ao Agro Olhar.

O encontro do diversos setores econômicos, explica o presidente da ABIH/MT, visa discutir a atual conjuntura econômica e em como se pode transformar Cuiabá em um destino turístico tanto de negócios quanto de lazer.

Delcaro afirma que não há novos fechamentos de hotéis previstos para este ano, apesar de 2016 ser um ano de muita instabilidade. Entre 2012 e 2016, comenta ele, viu-se uma redução de aproximadamente 77% da taxa de ocupação para em torno de 50%. Os anos de 2014 e 2015 foram o "estopim" para a crise no setor hoteleiro mato-grossense.

"Sabemos que alguns hotéis estão passando por dificuldades e estão reclamando muito da inviabilidade do negócio, mas nós temos trabalhado juntos para que todos se mantenham no mercado", salientou ao Agro Olhar o presidente da ABIH/MT. A perspectiva do setor é que em 2017 tenha-se uma melhora na atividade e no turismo de modo geral.

Entre Cuiabá e Várzea Grande existem hoje 15 mil leitos na rede hoteleira. Conforme o secretário adjunto de Turismo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Luiz Carlos Nigro, a união dos hoteleiros é a palavra chave para a “superação do setor”.

De acordo com Nigro, a previsão é que mais sete eventos, como o realizado pela ABIH/MT, sejam realizados em Cuiabá ainda em 2016. “A ideia é fazer evento, movimentar e fazer acontecer e, principalmente, a troca de ideias, troca de informações para que nós possamos melhorar um pouquinho o movimento da cidade".

Reinventar

A necessidade de reinvenção não só do setor hoteleiro neste momento de crise, mas dos demais segmentos econômicos, também, é essencial, destaca o 2º vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso (Fecomércio-MT), Roberto Peron.

"O setor hoteleiro de qualquer forma está reagindo, buscando informações, buscando se atualizar para que se possa manter no mercado. É um momento de muita cautela. Mato Grosso é diferente dos demais Estados. Ele reage um pouco mais rápido do que os outros, porque temos um agronegócio muito forte, mas também caímos muito mais rápido, pois só temos dois setores que alavancam o estado: o primeiro é o agronegócio e o segundo são o estado e os municípios (serviço público)", disse Peron.

O vice-presidente do Grupo Pereira (rede de supermercados Comper e Fort Atacadista), Inácio Pereira, afirma que "não se faz turismo, não se traz pessoas de fora, seja para negócios ou turismo, sem hotéis". Em entrevista ao Agro Olhar, Inácio Pereira destacou a importância do convite da ABIH-MT para os demais setores econômicos, pois segundo ele, havendo um crescimento no volume de visitantes no Estado há um aumento do consumo, seja na hotelaria em si, como em restaurantes, farmácias, comércio e até mesmo nos supermercados.

  • Foto: Júlio Seidl
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