Conselho da SABMiller aceita proposta de compra da AB InBev
Negócio é avaliado em mais de US$ 100 bilhões e cria gigante do setor.
Oferta apresentada foi de 45 libras por cada ação da SABMiller.
O Conselho de Administração da cervejaria britânica SABMiller aceitou nesta sexta-feira (29) a proposta de compra por parte da gigante AB InBev, de capital belga e brasileiro, na que se anuncia como uma das maiores fusões/aquisições da história. O negócio é avaliado em mais de US$ 100 bilhões.
A nova oferta apresentada pela líder do setor de cervejas foi de 45 libras, uma a mais que na proposta anterior, por cada ação da SABMiller -– a número 2 do mundo –, o que confere à cervejaria um valor de mercado de 79 bilhões de libras (o equivalente a US$ 103 bilhões), segundo a agência France Presse.
O Conselho de Administração da SABMiller indicou em um comunicado que "prevê por unanimidade" recomendar aos seus acionistas que aceitem a transação.
A oferta de compra foi lançada no final do ano passado, mas a AB InBev aumentou a sua oferta pela rival britânica, compensando parcialmente a desvalorização da libra esterlina provocada pela vitória do Brexit.
O valor da nova oferta, no entanto, foi inferior ao estimado pelos acionistas da SABMiller, que antes do Brexit resistiam à fusão/aquisição e avaliavam o preço da companhia em US$ 121 bilhões.
AB InBev, maior cervejaria mundial, comemorou a decisão de sua até então principal rival e expressou sua vontade de concluir "o quanto antes" a operação, segundo a France Presse.
Próximos passos
Desde a primeira aproximação, "muitos fatores afetaram o valor da proposta, sobretudo, o impacto do voto a favor do Brexit sobre a libra esterlina", admitiu o presidente da SABMiller, Jan do Plessis, citado no comunicado.
Desde a primeira aproximação, "muitos fatores afetaram o valor da proposta, sobretudo, o impacto do voto a favor do Brexit sobre a libra esterlina", admitiu o presidente da SABMiller, Jan do Plessis, citado no comunicado.
A operação já recebeu o aval das autoridades de concorrência da UE, mas também exige a autorização das instâncias antimonopólio de cerca de 15 países.
A AB InBev aceitou uma série de concessões para obter a autorização da UE, entre elas a se desfazer da maioria dos negócios da SABMiller na Europa - incluindo as marcas Foster's e Grolsch - e de se desvincular da cervejaria japonesa Peroni.
A nova gigante de cervejas combinará as marcas Budweiser, Stella Artois e Corona, da AB InBev, com Peroni, Grolsh e Pilsner Urquell, da SABMiller, diminuindo as principais competidoras como Heineken e Carlsberg.
Ao comprar a SABMiller, a AB InBev adicionaria mercados da América Latina como Colômbia e Peru e entraria na África em um momento em que alguns de seus mercados domésticos como os Estados Unidos estão enfraquecendo, conforme consumidores favorecem cervejas artesanais e drinks.
Bilionário brasileiro por trás do negócio
A AB InBev é parcialmente controlada pelo fundo de private equity 3G Capital, administrado por investidores brasileiros, e controla indiretamente a brasileira Ambev.
A AB InBev é parcialmente controlada pelo fundo de private equity 3G Capital, administrado por investidores brasileiros, e controla indiretamente a brasileira Ambev.
A AB Inbev tem entre os seus donos os brasileiros Jorge Paulo Lemann (homem mais rico do Brasil com fortuna estimada em mais de US$ 25 bilhões, segundo a Bloomberg), Carlos Alberto Sicupira e Marcel Herrmann Telles.
Dono do fundo 3G Capital e sócio da AB Inbev, Lemann tem feito negócios em parceria com a Berkshire Hathaway, de Warren Buffet, como a compra da Heinz e fusão da companhia com a Kraft Foods.
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