sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
Opinião: Terras brasileiras e gestão de estrangeiros, qual o tamanho?
27/02/2015 19h28 - Atualizado em 27/02/2015 19h28
Opinião: Terras brasileiras e gestão de estrangeiros, qual o tamanho?
A evolução média do preço das terras no Brasil foi de 94%.
E temos produtores estrangeiros e empresas investindo no Brasil.
José Luiz Tejon Megido
Especial para o Agrodebate
Terras agricultáveis viraram ouro no mercado global do agronegócio. Seus preços subiram mais do que qualquer ativo nos últimos 10 anos. Entre 2009 e 2013, a evolução média do preço das terras no Brasil foi de 94%, e muito mais no Centro Oeste, com 131% nesse período de apenas quatro anos. E temos produtores estrangeiros e empresas investindo no Brasil.
Para variar, a lentidão das governanças e decisões no Brasil faz parte da nossa cultura histórica. Uma lei de 2012, que oferece um projeto, ainda aguarda a criação de uma comissão especial para análise do texto. Coisas como a proibição de vendas de áreas superiores a 25% do território do município fazem parte do texto. Mas o tema segue, em parcerias e movimentações de grupos.
Grandes empresas japonesas já têm no Brasil cerca de 1% do total das áreas agricultáveis do país. O Japão estuda ainda investimentos logísticos no país. Argentinos, escapando das Kirchinices, diversificando, formam outro grupo de estrangeiros no Brasil, e muitos deles em parceria com empreendedores brasileiros. Dentre as 20 maiores empresas do agro, 1/3 são controladas por estrangeiros, aproximadamente 1 milhão de hectares. Aspectos tributários, jurídicos e de governança são desafios.
Não vejo temor, nem fantasmas, na questão de companhias e produtores estrangeiros produzirem no Brasil. Estarão sujeitos às leis do país, e investindo aqui. Há muita ficção a respeito. Algo que será cada vez mais inexorável, a globalização do lado de dentro das porteiras das fazendas pelo mundo inteiro.
José Luiz Tejon Megido é conselheiro fiscal do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) e dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário