Ano de 2016 foi de altos e baixos para os produtores de laranja
O clima não ajudou e comprometeu a produtividade.
A notícia boa é que, agora, os preços estão reagindo.
Os produtores de laranja enfrentaram um ano cheio de altos e baixos. O clima não ajudou, comprometendo a produtividade, mas agora os preços estão reagindo.
Em São Paulo e no Triângulo Mineiro, a maior região produtora de laranja do país, a safra deve ser a menor dos últimos 25 anos. Essa é a expectativa do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), formado por agricultores e representantes da indústria de suco.
Em uma fazenda com 300 mil pés de laranja em Descalvado, na região central paulista, os trabalhadores colhem os últimos frutos. O dono, o citricultor Roberto Jank, conta que a qualidade está boa, mas a produção diminuiu: “Eu devo produzir aproximadamente 600 mil caixas em 600 hectares, mil caixas por hectare. E isso é uma queda de 20% em relação ao ano passado”.
Em uma fazenda com 300 mil pés de laranja em Descalvado, na região central paulista, os trabalhadores colhem os últimos frutos. O dono, o citricultor Roberto Jank, conta que a qualidade está boa, mas a produção diminuiu: “Eu devo produzir aproximadamente 600 mil caixas em 600 hectares, mil caixas por hectare. E isso é uma queda de 20% em relação ao ano passado”.
Devem ser produzidas 244 milhões de caixas, queda de 18% em relação à safra anterior: “As laranjeiras tiveram florescimento exuberante, mas cerca de 60 dias depois, no final de setembro e início de outubro, as temperaturas atingiram patamares muito elevados de 3ºC a 5ºC acima da média. Com isso, a queda do fruto foi muito intensa, diminuindo a produtividade das laranjeiras e reduzindo a safra sensivelmente”, explica Juliano Ayres, gerente da Fundecitrus.
E não foi só a produção que diminuiu. A área plantada também, com queda de 6%. Para o Fundecitrus, vários fatores explicam a redução. Entre eles, o clima e o amarelão, praga que atingiu 17% das plantas. “E o terceiro fator é que o ciclo que nós vivemos nos últimos cinco anos foram de preços mais baixos em função de anteriormente ter tido safra maior e também o câmbio que foi desfavorável. O valor do dólar que estava muito baixo. Então, esse conjunto de fatores fez com que muitas vezes o citricultor buscasse uma alternativa melhor em termos de remuneração”, afirma Juliano.
Mesmo assim, o Brasil ainda é o maior produtor de laranja do mundo e 80% do que é colhido vai para a indústria de suco. A Europa é o principal mercado. Só em novembro, foram exportadas mais de 134 mil toneladas de suco de laranja não congelado, aumento de 15% em relação a outubro, segundo o Ministério da Indústria e Comércio Exterior.
“O aumento de exportação nesse momento é uma consequência da baixa dos estoques. Você está sem suco no exterior, então procura tirar suco do Brasil para levar para lá, para que você possa abastecer seus clientes”, explica Ibiapaba Netto, diretor da CitrusBr, a associação dos exportadores.
A oferta menor e o dólar valorizado não ajudaram só as exportações. Para os produtores, o preço da caixa de 40 kg subiu. O contrato do citricultor Roberto Jank com a indústria é em dólar. Com a alta do câmbio, ele está recebendo mais: “No nosso pomar, o custo de produção é em torno de R$ 15 a caixa. Nesse caso, o que a gente está recebendo esse ano é R$ 17, R$ 18 por caixa, remunera bastante bem”.
Apesar da queda, São Paulo lidera a produção nacional de laranja com 73% do total. Minas Gerais é o segundo maior produtor do país, com quase 6%.
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