sábado, 30 de maio de 2015
Neozelandês presenteia filha com túnel que dá acesso à praia 'secreta'
Edição do dia 29/05/2015
29/05/2015 23h52 - Atualizado em 29/05/2015 23h52
Neozelandês presenteia filha com túnel que dá acesso à praia 'secreta'
No século XIX, jovem ganhou do pai no aniversário de 21 anos o acesso ao paraíso conhecido hoje em dia como praia do túnel.
GLOBO REPORTER
Wellington é a capital mais ao sul do mundo. Tem certo ar de cidade pequena. Incluindo os arredores, são 400 mil habitantes. Um bondinho charmoso liga o centro a alguns bairros nas colinas. Os moradores, que usam o bondinho como meio de transporte, se misturam aos turistas. Do alto, todos podem admirar a cidade.
Diferentemente do que acontece no Brasil, lá o comércio fecha bem cedo, 17h, 17h30. E muita gente, quando larga o serviço, quando acaba o expediente, vai aproveitar a vida ao ar livre. Os pufes em bares nas praças são uma febre no país.
Mulher canta música brasileira em bar na Nova Zelândia
Os neozelandeses fazem de tudo para se ligar ao restante do mundo. Dentro de um clube de música latina, a banda tem neozelandês, argentino e a cantora é de Minas Gerais.
“Isso aqui é o fim do mundo, né? É tão isolado de tudo, mas é raríssimo encontrar alguém que nunca saiu da Nova Zelândia. Então o mundo vem para cá, porque é um país lindíssimo, e as pessoas daqui vão para o mundo também, conhecer este velho mundo de que eles ouvem falar”, diz a cantora e intérprete Alda Rezende.
Alda foi para lá para se casar com o namorado. Foi a chegada do filho Téo que precipitou o casamento.
“Obviamente, eu gosto de poder chegar em casa e não ter que olhar para os lados, ter a certeza de que tudo é absolutamente seguro. Eu gosto muito de ser mãe”, diz Alda.
Jardineiros-ciclistas se dedicam à preservação da natureza no país
Wellington é uma cidade cercada de colinas e montanhas, cheias de florestas e as montanhas têm, cada uma, duas trilhas de mountain bike. Elas começam bem pertinho das casas nos bairros residenciais. As ruas terminam e as trilhas começam. A equipe de reportagem foi dar uma voltinha nas trilhas da cidade. Mas a voltinha se tornou uma aventura!
Simon conta que ajudou a construir a trilha mostrada no vídeo junto com um grupo de voluntários.
“A gente queria pôr uma trilha que não fosse tão inclinada. Esta é uma das mais fáceis no parque”, diz o trilheiro Simon Kennett.
Em outro dia, a equipe encontrou os ciclistas trabalhando na trilha. Algumas vezes por mês, eles deixam as bikes de lado e se tornam jardineiros. É o acordo que eles têm com a prefeitura: podem abrir trilhas na mata desde que façam, em troca, a preservação do parque. Os jardineiros-ciclistas dedicam à mata um bem precioso que está cada vez mais escasso hoje em dia: tempo livre.
“Eu me sinto cansada e totalmente arranhada, mas a gente se sente bem, é melhor do que simplesmente sentar num pub e beber cerveja. E no fim de semana eu posso vir aqui andar de bicicleta e ver o trabalho que eu fiz”, diz Jo Boyle, especialista em prevenção de acidentes.
Mais de 500 grupos como este se dedicam à preservação da natureza no país.
Homem manda cavar túnel de acesso à praia secreta para presentear filha
Ilha Sul da Nova Zelândia. Dunedin, atualmente um grande centro universitário, já viveu uma corrida do ouro, no século XIX. Hoje, preciosas são as belezas naturais, que muitas vezes estão a alguns passos de distância.
No século XIX, o patriarca de uma família importante da região queria dar de presente à filha o acesso à praia. O que ele fez? Mandou cavar um túnel e este acabou sendo o presente de aniversário de 21 anos da filha dele. É um túnel estreitinho, todo cavado dentro da pedra. Cabe somente uma pessoa por vez.
Para felicidade dos visitantes, este pequeno pedaço da natureza deixou de ser secreto. E, com o tempo, o acesso foi liberado para todos. E o nome ficará para sempre: Praia do Túnel.
Pinguins mais raros do mundo convivem com ovelhas em praias da Nova Zelândia
As praias da Península de Otago, na Ilha Sul, escondem habitantes que estão há muito tempo por lá. São até hoje o porto seguro dos pinguins mais raros do mundo. Embaixo das árvores, eles fazem os ninhos, e voltam todo ano para trocar as penas. Tudo isso, bem ao lado de uma criação de ovelhas.
Tudo é feito para que haja uma convivência perfeita entre as ovelhas e os pinguins. A cerca, por exemplo, é construída de forma que uma ovelha não consiga passar por ela, mas o pinguim consegue passar.
A família de Brian é proprietária da fazenda há 50 anos. O avô dele foi um pioneiro na proteção de espécies ameaçadas em toda a Nova Zelândia.
“Ele quis proteger os pinguins, observar como viviam e aprender com os pinguins. Além disso, as pessoas tinham curiosidade em vir ver os pinguins. Ele tentou então controlar as visitas”, conta o administrador da fazenda Brian McGriffin.
Hoje, a praia é protegida. Há 20 anos, ela foi proibida para banhistas e surfistas. E a trilha vem dar numa estrutura que foi criada pelo pai de Brian. É uma história diferente de tudo o que já se viu: “É uma espécie de uma casinha de madeira que foi criada para que as pessoas observem os pinguins, sem que atrapalhem os bichinhos”, disse Brian.
Os turistas ficam surpresos. Ingrid veio da Alemanha.
“Vimos muitos deles, diz ela. É muito engraçado, a gente sempre pensa que eles vivem na praia ou nas pedras, mas aqui eles vivem embaixo das árvores”, ri a turista Ingrid Maass.
Com o tempo, os pinguins reconquistaram o espaço que haviam perdido para as ovelhas. Nos últimos 30 anos, os donos plantaram três mil árvores na costa.
“Nós mesmos sustentamos a reserva. Não ganhamos um tostão do governo. É o turismo que sustenta o projeto. É assim que compramos comida para os pinguins que estão doentes”, conta Brian.
O dinheiro dos turistas banca também um hospital de pinguins. Julia tem um carinho enorme por esses animais tão frágeis e ameaçados. São menos de mil na Ilha.
“Eles são especiais porque são pinguins! São aves incríveis que se adaptaram à vida marinha. E são uma parte importante da evolução das espécies”, diz a bióloga Julia Reid.
Se os de olho amarelo são os mais raros, os mini pinguins azuis são certamente os mais fofos - os menores que existem. Pura graça em 30 centímetros de altura, e somente 1,5kg de peso.
Joakin conta que morava em um bairro de Wellington. Um dia, acordou e havia uma surpresa no porão.
“Eu achei uma experiência incrível, não muitas pessoas na Nova Zelândia têm pinguins embaixo do piso. Muito legal, para um biólogo como eu, mas eles são muito barulhentos”, diz o tratador de animais Joakim Liman.
Para evitar acidentes na estrada, Joakim e um grupo de voluntários coloca caixas na orla para os mini pinguins azuis fazerem os ninhos.
Pinguins socorridos em acidentes são levados para o zoológico de Wellington. Muitos se machucam em redes de pesca e não tem como voltar para a natureza. Animais com sequelas são mostrados às crianças na aula de educação ambiental, para que as futuras gerações saibam o que a vida selvagem deste país enfrentou na dura convivência com os seres humanos.
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