sexta-feira, 29 de maio de 2015
Recuo do PIB era esperado, diz base aliada; oposição culpa governo
29/05/2015 11h58 - Atualizado em 29/05/2015 17h41
Recuo do PIB era esperado, diz base aliada; oposição culpa governo
Economia brasileira recuou 0,2% no 1º trimestre de 2015, informou IBGE.
Na comparação com o mesmo período de 2014, a baixa foi de 1,6%.
Lucas Salomão, Laís Alegretti e Fernanda Calgaro
Do G1, em Brasília
Após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar nesta sexta-feira (29) que a economia brasileira registrou queda de 0,2% no primeiro trimestre de 2015 em relação aos três últimos meses de 2014, parlamentares da oposição acusaram a presidente Dilma Rousseff de ter quebrado o país para vencer as eleições. Integrantes da base governista, entretanto, afirmam que o resultado era esperado em razão do momento econômico do país.
A queda na economia foi puxada pelo desempenho negativo do setor de serviços e da indústria, bem como do recuo do consumo das famílias e dos investimentos. Neste início de ano, o que evitou um tombo ainda maior do PIB foi a agropecuária, segundo os dados do IBGE.
PIB DO 1º TRIMESTRE
Economia encolheu 0,2%
resultado do trimestre
entenda a queda
expectativas
investimento em queda
preocupações dos analistas
melhora só em 2016
análise: thais herédia
análise: beth cataldo
consumo das famílias
Para o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), o resultado do PIB mostra um cenário de "terra arrasada" na economia brasileira. O oposicionista disse que Dilma foi "irresponsável" pela queda do PIB por conta de decisões tomadas durante o período eleitoral.
"A população paga a conta da irresponsabilidade do governo Dilma para ganhar a eleição, que jogou o país numa recessão, com inflação alta e desemprego crescente", ressaltou Mendonça Filho.
"O quadro é bastante difícil. O Brasil vai levar meses para começar a se recuperar, se o governo fizer a coisa certa", complementou.
Líder do PT na Câmara, o deputado Sibá Machado (AC) disse que o resultado estava dentro do previsto, já que o governo passa por um ajuste das contas públicas. "Para crescer, o PIB precisa da retomada do investimento. Na hora que o investimento retomar, o PIB volta a crescer", enfatizou.
Na visão de Sibá Machado, por enquanto, o remédio que o governo usou para tentar reanimar a economia está em "processamento", referindo-se às medidas de ajuste fiscal aprovadas recentemente pelo Congresso Nacional. "O sinal positivo para a economia já existe", avaliou o petista.
O senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, emitiu nota na qual avalia que o "que está ruim" deve "piorar".
"Diante da redução de 0,2% no trimestre e do cenário que se descortina, as previsões para o resto do ano que até outro dia pareciam assustadoras agora já soam otimistas. O que já está ruim, infelizmente, deve piorar", disse o senador.
Aécio ainda ciriticou os 12 anos de governo petista e afirmou que reformas necessárias para a economia não foram feitas. "O Brasil se tornou um país ineficiente, pouco produtivo, caro e nada competitivo", completou.
Para o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), o recuo no PIB confirma a expectativa que se tinha de uma “economia restritiva”. “É preciso vencer essa fase para que a gente ter uma retomada do país. Acho que é o grande desafio”, disse.
O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), também culpou a gestão de Dilma como culpada pelo resultado negativo do PIB no trimestre. Ele afirmou que a presidente da República "utilizou a máquina do governo irresponsavelmente durante a campanha eleitoral."
"Ela ampliou desenfreadamente os gastos para maquiar o país, dizendo que tudo estava bem. [...] Agora, o país está pagando simplesmente para atender a vontade de um partido e de uma presidente para se manter no poder", disparou Caiado.
O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que o resultado é "uma grande vitória", já que, segundo ele, a oposição "propagandeou" um resultado muito pior do que o anunciado.
"Está de bom tamanho. O resultado deixa evidente que estamos com controle da situação, a presidente Dilma está segurando a onda e as medidas de ajuste fiscal irão ajudar a recuperar de vez a nossa economia", opinou Guimarães.
"No Brasil, se construiu um senso comum de dizer sempre 'vai cair, vai cair', e quando vem um resultado melhor do que propagandearam, a oposição sequer faz uma autocrítica."
Para o líder da bancada do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), os números negativos na economia refletem o que já era sentido desde o ano passado pela população.
“O recuo no PIB mostra o que o país já estava percebendo no dia a dia, na realidade dura da vida, enquanto o governo Dilma insistia na propaganda da campanha eleitoral de 2014 de que a situação estava controlada”, criticou.
Segundo ele, o governo “não tem mais como esconder” e tudo indica que 2015 e 2016 serão anos de dificuldade. “Não podemos esperar muita coisa, com alta de juros, aumento de cobrança de imposto. Tudo isso vai tirando a capacidade de investimento de quem poderia fazê-lo, que são as pequenas e médias empresas”, avaliou.
O líder do PP na Câmara, Eduardo da Fonte (PE), reconheceu que o recuo do PIB é uma “notícia dura” e o momento é “de crise”, mas disse acreditar que essa fase será superada com o ajuste conduzido pelo governo. “O Congresso tem cumprido a sua parte e desempenhado seu papel na aprovação das medidas de ajuste fiscal”, afirmou.
tópicos:
Câmara, Dilma Rousseff, IBGE
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