sábado, 30 de maio de 2015
Trilha em parque da Nova Zelândia passa por vulcão ainda em atividade
Edição do dia 29/05/2015
29/05/2015 23h36 - Atualizado em 30/05/2015 00h02
Trilha em parque da Nova Zelândia passa por vulcão ainda em atividade
Última erupção foi em 1977. Centenas de pessoas visitam reserva ambiental para viver experiência inesquecível entre crateras e lagos cor de esmeralda.
GLOBO REPORTER
Uma terra jovem e em constante transformação. Distante de tudo, onde os dias começam antes de todo o mundo, e nenhum dia é igual ao outro. Na ilha norte do arquipélago da Nova Zelândia está o Parque Nacional de Tongariro. Uma reserva ambiental única no planeta, onde centenas de pessoas vem todos os dias viver uma experiência inesquecível.
A equipe do Globo Repórter também experimentou subir a trilha. Às 8h da manhã chegam os grupos, animados com o dia de aventura. Jovens de todas as idades e gente do mundo todo. Mike, o guia, está todos os dias lá.
“É um lugar fascinante, eu não poderia querer um emprego melhor no mundo. Recebemos pessoas de vidas totalmente diferentes, dos lugares mais distantes do mundo. Cada um tem uma experiência aqui, algo para levar para casa com você”, conta Mike Maynard.
Os primeiros quilômetros da trilha de Tongariro serpenteiam nos campos que circundam os vulcões. E a paisagem vai ficando cada vez mais pedregosa. As rochas, dispostas em diferentes camadas. Em alguns pontos, degraus foram escavados na trilha. Mais adiante, a trilha segue sobre pontilhões construídos para atravessar o solo enrugado.
Mike mostra que no parque existe muita rocha vulcânica, a lava petrificada. É que o primeiro vulcão do caminho está cada vez mais próximo, o Monte Ngauruhoe. O gigante é o mais jovem respiradouro do complexo vulcânico de Tongariro. A cratera, ainda ativa, fica a quase 2.300 metros de altitude. Só no século XX, foram 45 erupções, a mais recente em 1977. Erupções que formaram um cone perfeito.
Em uma espécie de praça de alimentação improvisada no meio da trilha não tem lixo. Tudo o que as pessoas trazem nas mochilas, elas levam com elas. Ou seja, aquela ideia, de que deixem lá somente as suas pegadas, nada mais.
Logo adiante, antes de começar a parte mais difícil da subida, um alerta: Stop! Na placa, a pergunta: ‘você está realmente preparado para fazer a travessia? Pense bem’.
O parque onde fica o Tongariro foi o primeiro a se tornar Patrimônio da Humanidade. Em alguns momentos se fica em contato direto com as rochas vulcânicas. É preciso muita persistência. E depois da primeira grande subida, a trilha leva a uma imensa área plana. Na realidade, a enorme boca de outro vulcão, a cratera sul.
O Parque Nacional de Tongariro tem 800 quilômetros quadrados e foi criado há 130 anos. Além do vulcão Ngauruhoe e da cratera sul ainda há a cratera vermelha, os lagos cor de esmeralda, a cratera central e a lagoa azul.
Uma paisagem estonteante, onde a natureza em formação não é muito amiga dos seres vivos. Nem plantas, nem animais. Mesmo as aves sabem que não há nada para elas comerem por lá.
Correntes ajudam a escalar a rocha. Às 13h estamos a 1.886 metros acima do nível do mar. E logo depois, estamos à beira da cratera vermelha - o ponto mais alto de toda a travessia. A cratera vermelha é uma formação espetacular, de centenas de milhares de anos. A última erupção foi há quase um século. A trilha passa justamente sobre uma das bordas da cratera. Lá em cima, o chão é quente e tem cheiro de enxofre. Mas para chegar até as lagoas cor de esmeralda, só tem um caminho.
As lagoas foram formadas por fontes de água termal que cobriram pequenas crateras ao redor da cratera vermelha. O verde de uma intensidade impressionante vem de minerais liberados pela atividade vulcânica.
Durante a tarde, a equipe do Globo Repórter ainda passou pela cratera norte, pela exuberante lagoa azul e seguiu para uma longa descida de mais seis quilômetros. Atingimos 17 quilômetros de trilha. O último trecho é dentro da floresta.
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