terça-feira, 31 de março de 2015

Investimento pode recuar com preço menor

O aumento nos custos de produção somado à queda nos preços internacionais das commodities diminui as margens de renda das empresas do setor e podem travar investimentos
Um deles é o projeto de escoamento pelos portos do Arco Norte que, apesar de aliviar a situação, não representa solução concreta para os gargalos de Logística do País. A maioria dos aportes feitos para a expansão de unidades portuárias como Vila do Conde e Marabá, no Pará, Itaqui e o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), no Maranhão, são provenientes da iniciativa privada. "A fronteira Agrícola está subindo, mas a Logística também tem que subir. Com os preços das commodities em baixa, nossa perspectiva é que sejamos [o setor] um pouco mais conservadores com esses projetos", avalia o diretor financeiro da Seara Agro, Carlos Alberto Adati, durante a 3ª Conferência do agronegócio realizada pelo banco de investimentos Besi. Atualmente, cerca de 85% dos embarques do agronegócio acontecem através das unidades do eixo Sul-Sudeste, enquanto os outros 15% são escoados pelo Arco Norte. Segundo o executivo, nos próximos cinco anos, estima-se que haja maior competitividade entre as duas opções de envio, porém, os percentuais mudam para 68% e 32%, respectivamente. Sendo assim, ainda haverá uma sobrecarga de exportações em uma das regiões. "O nível ideal de investimentos em Infraestrutura para o setor seria em torno de 4% do PIB [Produto Interno Bruto], mas é aplicado metade da demanda necessária. Tivemos níveis recorde de produção, com este nível de investiment o", critica Adati. Pontos positivos Uma das companhias beneficiadas pelo movimento de melhorias na Logística ao Norte é a SLC Agrícola. O CEO, Aurelio Pavinato, conta que toda a área de atuação da empresa está localizada no cerrado e parte do escoamento já é feito pelo porto de Miritituba, no Pará. Conforme publicado no DCI, para o grão produzido no Mato Grosso calcula-se que o Arco Norte traga uma redução de custos na faixa de 34% nos próximos cinco anos, via corredor da BR-163 sentido Miritituba. Considerando o corredor de escoamento da BR-158, para o Porto de Itaqui, a redução seria na faixa de 17%. "Quem investe nesta região está pensando em longo praz o", diz o Pavinato. Otimista, ele acredita que os investidores que têm negócios em andamento devem dar continuidade ao processo, entretanto, projetos novos, que ainda não foram iniciados, correm o risco de ser inibidos pela diminuição nos rendimentos das empresas. Projeções Sobre o cenário Agrícola para a próxima safra, o coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (GVAgro), Roberto Rodrigues, projeta um aumento nos custos de produção e dependência da situação cambial. Mesmo com a desvalorização do real, houve uma redução de renda em função dos preços praticados pelo mercado internacional. Data de Publicação: 31/03/2015 às 10:20hs Fonte: DCI

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