domingo, 30 de novembro de 2014

Para conter praga, agricultores de AL não poderão plantar durante 3 meses

Surto de Helicoverpa armigera deixou estado em emergência fitossanitária. Agricultores estão proibidos de plantar feijão, milho, algodão, sorgo e soja. 30/11/2014 09h00 - Atualizado em 30/11/2014 09h17 Do G1 AL, com informações da TV Gazeta
Os primeiros focos da praga em Alagoas surgiram no final de 2013, nas cidades de Limoeiro de Anadia e Arapiraca e depois se espalhou para outros pontos do estado. Desde então, pesquisadores da Ufal e de órgãos de controle agropecuário como a Adeal estudam o comportamento da lagarta nas plantações do estado. O agricultor Cícero Pereira da Silva era o maior produtor de feijão da cidade de Coruripe. Ele já chegou a produzir cerca de 300 tarefas por mês, mas depois da infestação da lagarta, em 2013, grande parte da lavoura foi destruída e a produção caiu drasticamente. Ao lembrar do mal que afetou a colheita do ano passado, o agricultor se emociona. “É uma dor enorme ter que ver a plantação vazia. Essa praga é terrível porque acaba com toda a produção”, lamenta. Mas a medida é necessária. O agricultor que desrespeitar o vazio sanitário, entre 15 de janeiro e 14 de março de 2015, será multado. “Quem plantar nesse período, está sujeito a multa de 51 a 500 UPFAL [Unidade Padrão Fiscal do Estado de Alagoas, que corresponde a R$ 19]. Esse período foi escolhido porque há menos produtores no campo e assim, minimiza os prejuízos”, afirma a gerente de inspeção sanitária da Adeal, Maria Rufino. Segundo o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura, os produtores não deverão ter prejuízos nesse período. “Com essa medida nós estamos contribuindo para que os produtores não tenham prejuízos”, diz Genivaldo Oliveira. tópicos: Alagoas, Coruripe

Milho subsidiado pelo governo está em falta há seis meses no RN

Seca castiga o estado e sem pasto, os agricultores precisam do milho. Saca do grão está saindo caro: cerca de R$ 44. Edição do dia 30/11/2014 30/11/2014 08h45 - Atualizado em 30/11/2014 09h01 Sara Cardoso Do Globo Rural

Chuva fora de época muda paisagem e alegra criadores de gado de SE

Nas fazendas de leite, a produção aumentou trazendo alívio aos criadores. Os agricultores agora investem em silagem, para não depender só do pasto. Edição do dia 30/11/2014 30/11/2014 08h45 - Atualizado em 30/11/2014 09h02 Anna Fontes Do Globo Rural
A paisagem verde não é muito comum para esta época do ano no alto sertão de Sergipe. O pasto veio com as chuvas dos últimos 15 dias, um bom sinal para os produtores de leite. Em Nossa Senhora da Glória foram registrados 75 milímetros de chuva, três vezes mais que a média para o período. Mesmo para os produtores que já não dependem tanto da pastagem para alimentar o rebanho, a chuva dos últimos dias trouxe um certo alívio. A produção de leite que dava sinais de queda, já melhorou. Na propriedade do criador Fábio de Sousa, as 50 vacas davam até mil litros de leite por dia, mas após a chuva houve um aumento de 10% na produção. Nas últimas semanas, a produção diária no município cresceu quase 20% e hoje está em quase 800 mil litros de leite, mas apesar da chuva, o clima é de cautela porque até o mês de março do ano que vem, a época é de estiagem. Para se prevenir e não depender só do pasto, os agricultores investiram em silagem e concentrado, como José Alves, criador que tem 56 vacas e já garantiu o alimento do gado nos próximos meses. "Do pasto, a gente não depende tanto, porém a chuva é muito bem-vinda, a vaca de leite é sensível e quanto menos calor, mais leite ela dá", diz. Nesta época do ano passado, o agricultor recebia R$ 1,25 pelo litro do leite, agora está recebendo R$ 1. tópicos: Economia, Nossa Senhora da Glória

Estratégia manteve os filhos por perto, trabalhando no campo, em SC

Saída dos jovens do campo para a cidade é muito comum hoje em dia. Isso não aconteceu com a família Heck, que teve 16 filhos. Edição do dia 30/11/2014 30/11/2014 09h30 - Atualizado em 30/11/2014 09h41 Helen Martins Do Globo Rural
Uma única colônia, como chamam os mais antigos, era terra pouca para uma família tão grande, que Aloísio e Hilda construíram. Mas, de olho no futuro, o casal foi guardando um dinheirinho desde a sua chegada. Alguns anos depois, Aloísio começou a pensar que, para manter os filhos no campo, a família unida, ele precisaria de mais terras. Foi quando começou, aos poucos, a comprar sítios vizinhos até adquirir um pedaço de terra para cada filho. Como o dinheiro não estava sobrando e também como ensinamento, todos os filhos deviam pagar pelas terras. Até os 21 anos, o pagamento era com trabalho. Afonso, que hoje cria gado de corte, explica que eles pagavam para o pai em quilo de porco. “Ele convertia em quilo de porco por hectare. O fato de ter pago pela terra fez com que a gente valorizasse muito mais o que temos”, diz. Cada filho tinha como começar na agricultura e ganhou uma vaca, uma porca, cinco galinhas e um galo. Era tudo igual, mas para isso tinha que ser bom filho, obediente, trabalhador e seguir as regras. Hoje Edson, filho de Lúcia e Lindolfo, ajuda o pai nos cuidados com o gado de leite. Ele se formou em administração de empresas, pensou em arrumar emprego fora, mas voltou para o sítio. “O serviço no campo desestimula o jovem porque não tem sábado, não tem domingo, não tem horário. É de manhã cedo é à noite e o jovem de hoje é acostumado com serviço de segunda à sexta. No final de semana, ele quer liberdade e isso a questão agropecuária não permite”, conta. Felipe, outro filho de Hilda e Aloísio, mora no sítio desde que se casou com Margarida. É ela quem cuida dos suínos. Felipe mostra a cisterna que construiu para captação de água da chuva que é servida aos suínos, mas o maior trabalho dele no dia a dia é com as 41 vacas de leite. “O exemplo do pai, a gente conseguiu continuar pra gente ficar na agricultura”. Os dois filhos mais velhos do casal, Rosilei e Odnei não quiseram viver no campo. Ela é professora e ele, mecânico de máquinas leves, que hoje sonha em voltar para o campo. Por enquanto, Luany Vitória, de 10 anos, parece ser a mais decidida a não deixar o sítio. Ela quer ser veterinária. O tio dela, Luiz, também cresceu na roça, mas não levava jeito para atividade. Ele só pode sair de casa depois de casado, aliás, essa era outra regra da casa, ninguém podia ‘encalhar’. Foi ideia de Luiz comemorar as bodas de brilhante dos pais e ele trabalhou duro para a festa, mas, claro, a principal personagem do dia era Hilda, a noiva, 75 anos depois. Aloísio também já estava pronto, bem elegante, e na porta da igreja, o movimento era grande. Assista ao vídeo com a reportagem completa e veja como foi a cerimônia e a festa, repleta de surpresas e emoções. tópicos: Economia, Tunápolis

Em SC, agricultores casados há 75 anos comemoram união com os filhos

Os Heck formam um dos casais de agricultores mais antigos de Tunápolis. Município foi colonizado por alemães católicos e a família teve 16 filhos. Edição do dia 30/11/2014 30/11/2014 09h15 - Atualizado em 30/11/2014 09h39 Helen Martins Do Globo Rural
Acompanhe uma festa de bodas na zona rural. E a gente sabe, bodas de prata são 25 anos de casados. De ouro, 50 anos. E bodas de brilhante? Foi isso o que a repórter Helen Martins, junto com o repórter cinematográfico Francisco Maffezoli Jr., foi descobrir. Com a história dos Heck, uma família de agricultores de Santa Catarina, é possível lembrar um pouco do pioneirismo dos imigrantes alemães no Sul do Brasil. Qual é a história que se esconde no preto e branco de uma foto antiga? Uma história de amor. O noivo com 24 anos e a noiva com 17, um casamento que já dura 75 anos. Dona Hilda hoje tem 92 anos e seu Aloísio Heck 99. Os dois são de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. Lá se conheceram, namoraram e casaram. Eles chegaram à Tunápolis , em Santa Catarina, porque Aloísio acabou fisgado por uma propaganda. “Fazia propaganda que era igual Adão e Eva no paraíso. Assim bonito era aqui”, conta ele. O paraíso anunciado ficava no que hoje é Tunápolis, em Santa Catarina. As terras tinham sido compradas e loteadas por uma empresa colonizadora. Mário Bieger é um dos primeiros moradores da região e explica os critérios usados pela empresa na hora de vender as terras. “Aqui tinha que ser de origem alemã e católico. Essas eram as exigências. Quem não era não recebia terra, era uma exigência da Sociedade União Popular. Se não fosse alemão e católico não comprava terra. Hoje daria o maior problema”, conta. Mas, na época, não deu. A cidade prosperou como mostram as fotos em um pequeno museu. A chapa usada para assar as hóstias e as fotos da primeira missa são provas da religiosidade dos moradores. Alguns objetos, como o estribo e o freio foram doação de Hilda e Aloísio. Aloísio chegou em uma carroça na região para abrir as primeiras roças na terra recém-comprada. Na época, ela era puxada por burros e, de Santa Cruz (RS) até Tunápolis (SC), rodou cerca de 600 quilômetros. “Era longe, de carroça. Levamos uns 14 , 15 dias para chegar aqui. Eu e meu irmão de carroça”, lembra. Quem guardou a carroça com carinho é um dos filhos do casal, o Pedro, de 65 anos. “Com essa carroça, nós íamos para igreja. Até no hospital era levado com aquela carroça, só que era de burro, daí. A mãe, várias vezes, quando estava grávida para ganhar nenê, era em cima da carroça que ia pro hospital também”, recorda Pedro Heck. Imagine a viagem no saculejo da carroça. Mas Aloísio veio, tomou posse da terra, plantou sua roça e voltou no mesmo saculejo para o Rio Grande do Sul. Desta vez, para buscar a família. Vieram de caminhão, família e mudança, animais, inclusive. A família estava quase chegando, quando o caminhão atolou. Aloísio decidiu ficar com as coisas enquanto Hilda e nove filhos, com idades entre cinco meses e 11 anos, seguiram pela estrada. Eles levaram só uma vaca para garantir o leite das crianças e caminharam quase oito quilômetros até encontrar o sítio. “Eu com nove crianças no meio do mato, isso não foi fácil. E os dois mais pequenos ainda tinha de carregar nas costas”, conta Hilda. Elíbio, outro filho do casal, que tinha cinco anos na época da chegada, conta como foi esta caminhada rumo à um sítio ainda desconhecido. “Meu pai explicou: tem que andar, tem que andar até encontrar um bueiro de coqueiro, uma primeira entrada a direita, era ali que nós íamos. Essa era a referência. E já estava escurecendo, a mãe tinha medo que um tigre aparecesse, mas nós, como éramos pequenos, não tínhamos noção do perigo do que podia acontecer. Então nós fomos e, de repente, nós achamos esse lugar ali”. Com os anos, a família cresceu ainda mais. O casal teve 16 filhos: Elíbio, Pedro, Lúcia, Francisco, Vilibaldo, Aloísio, Felipe, Lourdes, Afonso, Vunibaldo, Normilda (a irmã mais velha) e Regina (a irmã mais nova). Tem ainda a neta Solange, criada como filha. Quando todos se reúnem é uma trabalheira na cozinha. Lourdes prepara o pão de milho, receita que aprendeu com a mãe. Vai pro forno a lenha, junto com a batata doce e quando sai é garantia de sucesso. Na chapa antiga, Luís prepara o waffle ou váfel, como dizem lá. Primeiro a gordura, passada com uma boneca de palha de milho, e depois, a massa. Na frigideira, ovo mexido com bacon e a mesa do café da manhã vai ficando cheia de delícias, como as frutas e a tradicional cuca. Lourdes corta o pão com habilidade e as fatias ficam todas iguaizinhas. “Diziam que, se as fatias fossem iguais, a gente podia casar”, conta Lourdes. E a família se senta a mesa pro café, como antigamente. Primeiro, o Pai Nosso é rezado em alemão e, depois sim, a comilança. “Era sempre essa fartura. Não faltava nada na mesa. Só a cuca não tinha sempre, mas o resto, sim. Natal e Páscoa, aí tinha cuca e bolacha pintada”, conta dona Hilda. O papo na mesa mistura português e alemão. Esta é uma família unida, mas sentar todos juntos hoje em dia não é tão comum. “Faz anos que todos os irmãos não sentam juntos com o pai na mesa. É uma grande emoção. Antes não podia levantar porque tinha a reza, depois da refeição, sempre tinha reza. Ninguém podia sair antes de ter feito a reza e se saísse, tinha que voltar”, lembra emocionada a agricultora Lourdes Heck. Solange não viveu essa época. Ela é filha do José, já falecido. Ele se mudou para o Pará quando Solange tinha apenas seis meses, levando a mulher e uma outra filha um pouco mais velha. “Ela mora bem longe, conheço pelo nome só, não conheço a cara. Acho que faz uns 36 anos que não a vejo”, conta a agricultora Solange Heck. Solange deve ser a herdeira do sítio do casal. E não foi só ela que Aloísio conseguiu manter por perto, não. Na segunda parte da reportagem, veja a estratégia que ele usou para segurar os filhos no campo e os preparativos para a festa das bodas de brilhante, com uma surpresa que emocionou todo mundo. tópicos: Economia, Tunápolis

Seca atrapalha a produção e usinas antecipam o fim da moagem da cana

Colheita da cana foi prejudicada pela seca na região Centro-Sul. Safra está terminando na região responsável por 90% da produção nacional. Edição do dia 30/11/2014 30/11/2014 08h45 - Atualizado em 30/11/ 2014 08h59 André Gustavo Do Globo Rural
A safra de cana está terminando na região Centro-Sul, responsável por cerca de 90% da produção nacional. A seca atrapalhou e, em São Paulo, muitas usinas anteciparam o fim da moagem. Roberto Rosseti planta cana em 450 hectares em Ribeirão Preto, no nordeste do estado. Na área que mais sentiu os efeitos da estiagem, muitos brotos morreram e os que resistiram quase não cresceram. "A minha quebra neste ano foi de 15%. A produtividade foi péssima", diz o produtor. Na região de Ribeirão Preto, uma das principais áreas produtoras de São Paulo, choveu 500 milímetros no período da safra deste ano, menos de 40% da média dos últimos dez anos. A seca prolongada no campo acelerou a colheita e, por isso, várias usinas anteciparam o fim de safra. No ano passado, a moagem durou até meados de dezembro, mas desta vez, as indústrias terminaram de processar a cana no começo deste mês ou até antes, em outubro. Em todo o Centro-Sul, que abrange as regiões Sudeste e Centro-Oeste, a moagem foi de cerca de 538 milhões de toneladas, quase 1,5% a menos que no ano passado. A maior parte (56,32%) foi usada na produção de etanol. Ao todo, 82 usinas terminaram a safra na região Centro-Sul, enquanto em novembro do ano passado, apenas 31 tinham parado as máquinas. Em uma usina em Sertãozinho, o movimento é apenas de quem trabalha na manutenção das moendas. A colheita terminou na primeira quinzena de outubro, com um mês de antecedência. A quebra na produção desta safra foi de 10%. "A próxima safra que vai sentir mais. Toda aquela cana que foi cortada e brota para a próxima safra sofreu muito, então tem cana que nasceu mal e tem cana que não nasceu. Essa que não nasceu, não adianta chover daqui pra frente", diz Jairo Balbo, diretor industrial da usina. São Paulo registrou a maior quebra agrícola do Centro-Sul nesta safra. A produtividade de cana baixou de 85 toneladas por hectare para 75 toneladas por hectare, 12% a menos. tópicos: Economia, Ribeirão Preto, Sertãozinho

sábado, 29 de novembro de 2014

Criadores de búfalos têm bons rendimentos em Mato Grosso

Rusticidade e adaptação ao Cerrado facilitam manejo. Preço da arroba dos bubalinos acompanharam alta dos bovinos. 29/11/2014 19h19 - Atualizado em 29/11/2014 19h19 Do G1 MT
A resistência dos búfalos tem deixado produtores da região sudeste de Mato Grosso satisfeitos com a criação, que suporta as altas temperaturas e a vegetação do Cerrado, demandando manejo simples. O Estado tem cerca de 30 mil cabeças de bubalinos, a grande maioria de corte, segundo a Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB). O rebanho representa 1% do número de animais criados no país. Toda a produção é consumida no próprio Estado. Criar bubalinos está sendo compensador, já que nos últimos anos o preço da arroba subiu, acompanhando o preço dos bovinos. Em 2013, Eurípedes Bassnuf Rodrigues recebia de R$ 100 a R$ 109 por arroba. Hoje está conseguindo vender a até R$ 120/@. Ele conta que, em sua propriedade que fica em Juscimeira, onde há 12 anos cria búfalos, os animais nunca pegaram berne, carrapato, mosca do chifre, carbúnculo ou doenças, comuns em bovinos.
Criar bubalinos está sendo compensador, já que nos últimos anos o preço da arroba subiu, acompanhando o preço dos bovinos. Em 2013, Eurípedes Bassnuf Rodrigues recebia de R$ 100 a R$ 109 por arroba. Hoje está conseguindo vender a até R$ 120/@. Ele conta que, em sua propriedade que fica em Juscimeira, onde há 12 anos cria búfalos, os animais nunca pegaram berne, carrapato, mosca do chifre, carbúnculo ou doenças, comuns em bovinos. A rusticidade dos búfalos dispensa cuidados especiais e, por ter mandíbula com até três vezes mais força que o bovino, consegue se alimentar de pastagens mais grosseiras, até degradadas. Foi o que motivou Rodrigues a colocar 56 cabeças de bubalinos em uma área de capim fraco e sem cuidados, com pasto humidícula, onde os bovinos da raça Nelore teriam mais dificuldades em ganhar peso. Mesmo após a seca prolongada neste ano, os animais não perderam tanto peso. Além disso, os animais são mansos, o que facilita a lida. “No caso do bovino, quando é bem selecionado, dá um bezerro por ano. O búfalo dá mais de um bezerro por ano. Tenho certeza que dá 1,2 ou 1,3 por causa da precocidade de enxerto muito rápido. Eles desmamam por conta própria, na hora certa”, conta o produtor. Próximo à fazenda de Eurípedes, estão as terras de Zenilda Borges de Rezende, que está começando a investir na criação de bubalinos. Mas a intenção da produtora é poder aproveitar o leite para levar ao laticínio ou fazer queijo. São cerca de 20 cabeças da raça Murrah, que tem boa capacidade digestiva e potencial para a produção de leite. Mas por enquanto a produtora somente está vendendo a carne. Em busca de bem-estar, os búfalos podem romper cercas, já que têm dificuldade para dissipar calor, por serem da cor preta e terem poucas glândulas sudoríparas. O único cuidado que ela tem é de deixar as porteiras bem fechadas. “Invadiram o bananal e não ficou nada, quebrou tudo, foi pior que vendaval”, conta. Os criadores se orgulham em explicar que a carne é mais saudável. Na comparação com a bovina, tem menos colesterol (40%), mais proteína (11%) e mais minerais (10%). A falta de gordura que deixa a carne mais úmida, é compensada com a maciez. Como o gado engorda mais rapidamente, vai para o abate mais cedo. Na propriedade de Rodrigues, é feito cria e engorda e os animais vão para o frigorífico com uma média de dois anos e pesando 24 arrobas. tópicos: Juscimeira, Mato Grosso

Custos da pecuária seguem alta da arroba e preocupam produtores de MT

Gastos com vacinas, fertilizantes e corretivos são os que mais subiram. Pecuaristas torcem para que custos não se tornem prejuízos. 29/11/2014 17h56 - Atualizado em 29/11/2014 17h59 Do G1 MT
A pecuária tem registrado altas consecutivas neste ano, sendo que a média da arroba do boi gordo passa de R$ 120 em Mato Grosso, de acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). No entanto, o custo de produção também tem se elevado e os pecuaristas do Estado já mostram preocupação com este cenário. Para quem faz ciclo completo, no caso do pecuarista Invaldo Weis, as vacinas (+12,65%), fertilizantes e corretivos do solo (+14,65%) foram os que mais subiram no custo de produção no primeiro semestre deste ano, com relação ao ano passado, conforme dados do Imea. O produtor cria 1,2 mil cabeças de gado em uma propriedade em Santa Carmem, região Médio-norte de Mato Grosso, e, apesar de comemorar a alta da arroba neste ano, já sente a alta nos custos no campo e aponta os culpados. “O que tem impactado no custo de produção da carne é a reforma de pastagem, o frete que subiu bastante e, especialmente, mão de obra que, além de subir bastante, não tem. Você não acha um cara para arrumar uma cerca, para consertar um coxo de sal, essa é a parte mais complicada hoje”, conta.
Quanto ao frete, o pecuarista diz que são dois problemas. Na hora de embarcar o gado para abate, o impacto nos custos vem do reajuste no valor do óleo diesel. Para trazer os produtos para a fazenda, é a concorrência com as lavouras que muitas vezes atrapalha. Pelos seus cálculos, os gastos com o frete subiram em torno de 18% a 20% de 2013 para este ano. “Pela escassez de caminhões, na safra de soja já tinha subido bastante, agora para tirar o milho, que estão exportando agora. Então, os caminhões estão a todo vapor, trabalhando. Isso para puxar calcário e adubo para a fazenda paga mais caro”, comenta. Na hora da reposição, os gastos também são maiores. Weis acredita que um bezerro macho na desmama, de sete a oito meses, gere um custo de aproximadamente R$ 960 na fazenda, bem superior ao ano passado, quando o animal na mesma idade gerava um custo de R$ 750 a R$ 800, dependendo da região. A alta da arroba foi o que salvou as contas do pecuarista este ano. “No ano passado, quando estava encerrando o confinamento, no início de outubro eu peguei o preço de R$ 92 a R$ 93 na arroba. Esse ano, na mesma época, eu peguei até R$ 120 a R$ 122. Essa diferença é que deu um fôlego para o pecuarista e hoje já se fala em arroba a R$ 132”, afirma. A alta também aliviou o bolso do pecuarista Vilmar Gianchini, que compra e vende bezerros em Cláudia, também no Médio-norte do estado. Ao vacinar o rebanho de 400 cabeças contra a febre aftosa, ele sentiu na prática a nova realidade de preços da região. “Pagava um real e hoje está R$ 1,40, R$ 1,30, R$ 1,28. Então tudo isso subiu demais. A preocupação nossa é que hoje a arroba está em um pico elevado, mas até quando vai suportar esse preço. E na hora que retornar o preço da arroba, será que var ter também um recuo dos produtos que compramos?”, questiona Gianchini. Para que os custos não se tornem prejuízos, os pecuaristas torcem para que a arroba continue em alto por um bom tempo. “A perspectiva, no meu ponto de vista, é boa para o futuro. Temos as portas abertas para a China, para entrar com carne bovina. Na Rússia já está indo alguma coisa, além de outros mercados internacionais. Então, acho que está num momento bom para a pecuária”, diz Invaldo Weis. tópicos: China, Cláudia, Mato Grosso, Rússia, Santa Carmem

'Estou com a consciência tranquila', diz ministro citado em investigação

Neri Geller (Agricultura) foi citado na investigação 'Terra Prometida', da PF. Apesar de citação, PF e MPF informaram que ministro não é investigado. 29/11/2014 17h02 - Atualizado em 29/11/2014 17h14 Renê Dióz Do G1 MT
O ministro da Agricultura, Neri Geller, declarou neste sábado (29) que está com a “consciência tranquila” em relação às investigações da Polícia Federal (PF) na operação “Terra Prometida”, deflagrada na última quinta-feira em Mato Grosso e outros três estados contra fraudes na concessão de áreas da União destinadas à reforma agrária. Dois irmãos do ministro foram presos na operação e já prestaram depoimento à Polícia Federal. Também já foram presas até este sábado outras 31 pessoas. “Eu estou muito tranquilo, estou com a consciência tranquila. Não estou sendo investigado, mas mesmo se estivesse, não teria problema algum”, afirmou o ministro em entrevista por telefone ao G1 neste sábado. Ele também defendeu o trabalho de investigação da Polícia Federal. Segundo depoimentos de testemunhas durante a investigação, Geller seria proprietário de dois lotes em um assentamento em Itanhangá, a 447 km de Cuiabá. A área destinada à reforma agrária, conforme apontou o Ministério Público Federal (MPF), já teria sido totalmente descaracterizada, servindo à exploração de monocultura (como soja e milho) e não a lavouras de agricultura familiar. Não estou sendo investigado, mas mesmo se estivesse, não teria problema algum" Neri Geller, ministro da Agricultura Investigados desde 2010, os indícios de fraude na exploração das terras destinadas à reforma agrária em Itanhangá basearam o decreto de 52 mandados de prisão. Conforme a denúncia do MPF, os irmãos do ministro Neri Geller fariam parte de um dos núcleos de articulação da suposta quadrilha de exploração ilegal de terras para reforma agrária. Os pecuaristas Odair e Milton Geller se apresentaram por iniciativa própria à PF na noite de quinta-feira e negaram qualquer tipo de envolvimento com o esquema investigado. Eles também negaram o suposto envolvimento de Neri Geller. Apesar de Geller ter tido seu nome citado ao longo das investigações, tanto a PF quanto o MPF já divulgaram notas informando que não há em curso qualquer investigação contra o ministro. Ao G1, o ministro afirmou que, embora conheça a região e tenha dois de seus dez irmãos ainda vivendo por lá, jamais possuiu terras no local. Testemunhas disseram, durante as investigações, que Neri Geller já teria possuído lotes da área, os quais teriam sido vendidos para financiar sua campanha para deputado federal. Segundo ele, a acusação não procede. “Nunca tive qualquer lote lá”, insistiu. Geller explicou que a maioria das pessoas que se estabeleceram na área do assentamento, por volta de 1994, já deixou o local, tendo transferido as terras de boa-fé. Agora, por uma falha na legislação no que diz respeito à regularização fundiária, avaliou o ministro, estas pessoas estariam sendo penalizadas. “Ali estão muitas pessoas de bem que estão sendo penalizadas por um sistema. Mais de 80% das pessoas que moram lá são pessoas de bem. Ali houve rotação de pessoas, mas se houver algum dolo, é muito pouco”, enfatizou, lembrando que a ampla maioria dos ocupantes das terras é de trabalhadores rurais de origem humilde que, à medida em que foram prosperando, foram também deixando o local. Hoje, dos 1.480 assentados originais, mais de mil já teriam ido embora num processo que o ministro apontou como natural. Entenda o caso A operação Terra Prometida combate crimes de corrupção, fraudes, invasão de terras públicas e crimes ambientais. Conforme a denúncia apresentada pelo MPF à Justiça Federal, a quadrilha investigada se articulava em quatro núcleos, sendo o primeiro formado por fazendeiros e empresários que direcionavam as ações do grupo.
Segundo a acusação, os fazendeiros e empresários, quando se interessavam por lotes do projeto de assentamento em Itanhangá, procuravam os beneficiários da reforma agrária para negociar com eles a desistência de suas áreas, pressionando-os com propostas de compra por valores abaixo dos praticados no mercado. A argumentação utilizada para pressionar os assentados era de que se tratava de um negócio de alto risco, segundo a denúncia. Caso os assentados não aceitassem a transação, eram ameaçados de morte ou de expulsão do local. Para isso, a quadrilha contaria com colaboradores como pistoleiros, denunciou o MPF. Em seguida, termos de desistência das áreas eram fraudados (inclusive com assinaturas falsas dos assentados) e remetidos ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Já no caso de êxito por meio da pressão aos assentados, os líderes da quadrilha os faziam assinar os termos. Depois a quadrilha providenciava nomes de pessoas (“laranjas”) - entre elas, parentes - para serem indicados pelo Sindicato Rural ao Incra como novos assentados das áreas. Para homologar essa troca, o esquema contava com auxílio de servidores públicos do Incra, os quais simulavam vistorias nos lotes apontando que estes já se encontravam ocupados pelos “laranjas” havia muito tempo, justificando os termos de desistência. Logo, o Incra emitia cartas de ocupação, declarações de posse e homologação em favor do novo posseiro, enquanto as terras, na realidade, estariam sendo ocupadas pelos latifundiários líderes do esquema. tópicos: Cuiabá, Itanhangá, Ministério Público Federal, Polícia Federal, União

Falta de chuvas em Nova Mutum (MT) preocupa produtor de soja

Em algumas áreas, sementes não germinaram devido ao estresse hídrico. Produtor sente necessidade de plantar, mas aguarda mais chuvas. 29/11/2014 11h57 - Atualizado em 29/11/2014 11h57 Do G1 MT
Nesta época do ano, o produtor Vicente Costa Beber esperava ter chuva suficiente para que sua lavoura de soja se desenvolvesse normalmente. No início do plantio, o tempo seco atrasou os trabalhos de semeadura. Hoje, alguns talhões têm as folhas murchas, reflexo do estresse hídrico, que também pode provocar a morte do pé-de-soja. O produtor conta que, na região, as nuvens se formam, mas a chuva não cai. A preocupação se volta agora para as variedades precoces que estão entrando na fase de enchimento de grãos e podem ter o desenvolvimento e o rendimento comprometidos. “Ano passado, nessa mesma variedade, colhi 60 a 62 [sacas por hectare] e este ano nesse porte que está aí, será 35 a 30. O momento dela florescer, vingar as flores, já passou. É perda certa”, diz.
Nas áreas onde foram plantadas variedades tardias, a preocupação também está presente. Como há pouca água, algumas sementes com 15 dias não germinaram e há falhas na linha de plantio. Beber já sabe que vai ter que replantar a área. “São 34 anos que eu tenho em Mato Grosso e nunca aconteceu uma situação dessa. Tenho visto já atrasar as chuvas, mas quando ela iniciava o ciclo dela era normal. Este ano ela começou bem, entusiasmando o produtor e, de repente, começou a dar muitas falhadas no meio, com ciclos de veranico muito prolongados”, compara o produtor. Além da falta de chuvas, o agricultor atribui o problema neste talhão ao vigor das sementes que ele usou, que poderia estar abaixo do padrão. Será preciso replantar 700 hectares, no entanto, o produtor aguarda períodos mais constantes de chuvas para que isso aconteça. “Já poderia estar o trator rodando aí, mas por não ter condições, não vou poder dar tiro no escuro. E aí vem essa ansiedade, porque eu vejo os dias passando e quanto mais atrasar eu sei que a produtividade vai ser menor, eu terei mais problema com doenças. Você imagina a região colhendo, a região tirando a soja e a praga aqui. Então altera muito o custo”, comenta. tópicos: Mato Grosso, Nova Mutum

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Soja: Adido do USDA reduz projeção para safra do Brasil para 92 milhões de t

Embora o Brasil tenha recebido bons volumes de chuvas nos últimos dias, o potencial da safra 2014/15 de soja continua ameaçado e já deverá ficar aquém do esperado pelos produtores rurais em quase todas as regiões do país
Embora o Brasil tenha recebido bons volumes de chuvas nos últimos dias, o potencial da safra 2014/15 de soja continua ameaçado e já deverá ficar aquém do esperado pelos produtores rurais em quase todas as regiões do país. Segundo o professor e fisiologista Elmar Floss, a colheita brasileira pode registrar nessa temporada uma média de produtividade de 49 a 50 sacas por hectare. Diante de um cenário de adversidades climáticas e uma safra muito irregular, o adido do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em Brasília já reduziu sua projeção para a safra brasileira para 92 milhões de toneladas. Esse número é 2 milhões de toneladas menor do que a projeção oficial do USDA, mas ainda aponta um recorde e um volume 5,3% maior do que a colheita 2013/14. Essa projeção menor chega em um período onde uma série de comentaristas e consultorias privadas de mercado vêm revisando suas expectativas para a produção brasileira. O adido do departamento americano manteve ainda sua previsão para a área plantada no Brasil em 31,5 milhões de hectares, porém, afirma que problemas climáticos e um significativo atraso no plantio em todo o país reduziu as projeções de rendimento. A consultoria alemã Oil World, por exemplo, estima a safra brasileira de soja em 89 milhões de toneladas. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), por sua vez, em seu último levantamento da nova safra de grãos projetou a colheita do Brasil em algo entre 89,3 milhões e 91,7 milhões de toneladas. Situação das Lavouras A principal característica, e a mais observada entre as lavouras de soja dessa safra por todo o Brasil, é a irregularidade. Há problemas com a população de plantas, com a emergência e um baixo potencial produtivo. A falta de chuvas na época do plantio provocou uma deterioração das sementes e, em alguns casos, a necessidade de um processo de replantio repetido mais de uma vez. "Por mais seco que esteja o solo, há alguma umidade ligada à matéria orgânica. E a semente de soja, rica em proteína, que é um colóide, tem a capacidade de absorver essa água. Então, com 13 a 14% de umidade nesse solo, em poucos dias essa umidade sobe, vai a 25%, 26%, mas a soja não germina porque precisa de 50% de umidade para germinar, consequentemente, há uma deterioração dessa semente. Quanto mais tempo demorar a chuva, como em algumas regiões em que essa semente ficou três semanas no solo, menor é o vigor das plantas e há uma emergência desuniforme", explica o fisiologista Elmar Floss. Assim, essas plantas menos vigorosas se mostram mais frágeis, com menos raízes, com menos ramificações emitidas e, as ramificações são fundamentais e determinantes para o número de vagens por plantas, que é o principal componentente e indicativo de produtividade, ainda segundo explica o especialista. "A pior situação está no Brasil central. De maneira geral, nunca vi a lavoura de soja tão ruim como nesse ano", relata Floss direto de Sapezal. A safra de Mato Grosso se mostra atrasada, com a altura das plantas desaparelhada e os produtores já afirmam que as perspectivas iniciais de rendimento, portanto, não devem se confirmar por conta desse cenário. E em muitas áreas onde as lavouras já se mostram em estágios de desenvolvimento mais avançados, entrando na fase reprodutiva, fica ainda mais limitada a possibilidade de recuperação dessas plantas, mesmo com a chegada de boas chuvas como foi observado nos últimos dias. Como explica o fisiologista, um stress hídrico e temperaturas elevadas fazem com que a soja entre em floração mais cedo do que deveria por um "instinto de sobrevivência", deixando as plantas com uma estatura baixa e configurando mais um fator de ameaça à produtividade. Data de Publicação: 28/11/2014 às 18:30hs Fonte: Notícias Agrícolas

Escoamento da safra de grãos nos EUA encara trava logística

A oferta de grãos nesta safra 2014/15 dos EUA será farta, como há muito não se via. Após dois ciclos seguidos de perdas na lavoura e alguma recomposição em 2013/14
A oferta de grãos nesta safra 2014/15 dos EUA será farta, como há muito não se via. Após dois ciclos seguidos de perdas na lavoura e alguma recomposição em 2013/14, a robusta colheita desta temporada levava a crer que a demanda crescente seria plenamente atendida. Qual não foi o susto, então, quando compradores começaram a receber mercadorias com atraso, o que tumultuou o mercado e levou os preços de soja, farelo e milho a níveis não registrados desde julho, quando o plantio sequer havia terminado. Os problemas começaram em outubro, quando chuvas fora de época atrasaram o início da colheita no leste do cinturão produtor dos EUA, próximo ao polo agroindustrial do país, que abriga granjas e processadoras de oleaginosas. Mas o maior entrave veio da área logística. O volume recorde de grãos trombou nas ferrovias americanas com um volume também excepcional de petróleo e derivados que estão sendo produzidos a partir de reservas de xisto. Segundo a Associação Americana de Ferrovias (AAR, na sigla em inglês), outubro foi o melhor mês na história do tráfego intermodal ferroviário dos EUA. Em uma análise mais ampla, os números também são significativos. Desde o início do ano até 22 de novembro, a quantidade de vagões em movimento nas ferrovias do país cresceu 3,4% na comparação anual, conforme a AAR. Só a produção de grãos ocupou 13,5% mais vagões, na comparação com o mesmo intervalo de 2013, o que ainda não foi suficiente para dar vazão à colheita recorde. Apenas a safra de soja deve superar a anterior em 17,8%, a 107,7 milhões de toneladas, indica previsão do Departamento de Agricultura americano (USDA). Muitas empresas ferroviárias não estavam preparadas para tamanho aumento de demanda. Algumas haviam inclusive reduzido o número de vagões após as dificuldades registradas no início do ano, quando nevascas interromperam o tráfego nas vias férreas. Com a brusca mudança de realidade, algumas companhias decidiram improvisar e aumentar o número de vagões por locomotiva, o que tornou o transporte mais lento. Em seu balanço trimestral, aPacific, grande empresa ferroviária dos EUA, que opera no centro-oeste, disse que a velocidade média das composições já no trimestre passado, antes da colheita, foi de 38,3 quilômetros por hora, 10% mais lento que em igual período de 2013. A lentidão estrangulou o sistema de transporte. "As operadoras deram preferência para a contratação de frete das indústrias petrolíferas ao transporte de grãos porque o fluxo de caixa na contratação de petróleo é constante, e não sazonal, como com grãos", explica Stefan Tomkiw, vice-presidente da mesa de derivativos para América Latina da consultoria Jefferies Bache, em Nova York. No entanto, as tradings que precisavam cumprir entregas previstas em contratos não aceitaram ficar a ver navios. Muitas concordaram em pagar preços maiores. Como resultado, o frete ferroviário de farelo de algumas áreas do Meio-Oeste americano para o Golfo do México chegou a até R$ 45 por tonelada, aumento de cerca de 80% ante o normal para essa época do ano, conforme Camilo Motter, economista da Granoeste Corretora, de Ponta Grossa (PR). Entre 10 a 14 de novembro, o farelo de soja chegou a ser negociado nos portos americanos com prêmio de US$ 75 por tonelada curta (930 quilos) sobre as cotações dos lotes com entrega na bolsa de Chicago em dezembro, quando normalmente o valor costuma ficar igual ao do contrato, ou até menor. Mesmo assim, a contratação do frete ferroviário não era garantia de entrega a tempo. As granjas e processadoras da costa leste dos EUA, que haviam contratado volumes robustos de soja e milho para a produção de ração, tiveram que recorrer aos estoques da safra passada, já enxutos. Pelo último cálculo do USDA, havia no início do ciclo atual, em 1º de outubro, apenas 2,5 milhões de toneladas de soja da safra 2013/14 estocadas no país, o menor volume desde 1973. A correria por volumes de soja e de farelo disponíveis próximo dos centros de consumo gerou uma euforia em Chicago. Os contratos do farelo de soja de segunda posição chegaram a registrar ganhos de 40% no mês passado, e desde outubro até quarta-feira, 26, acumularam alta de 26%. As cotações do farelo influenciaram os papéis de soja, que no mesmo período subiram 13%. Alguns compradores resolveram acertar também com empresas rodoviárias e mantiveram compras em duplicidade para garantir algum recebimento dentro do cronograma. "A ideia era receber o quanto antes de qualquer um dos dois", diz Tomkiw. Já os exportadores, com contratos rígidos de entrega de farelo ao mercado externo, cancelaram negócios com a soja dos Estados Unidos e recorreram à oferta internacional, principalmente da América do Sul, onde o valor do grão nos portos está mais competitivo. No Brasil, o farelo chegou a ser negociado nos portos com desconto de US$ 15. Não há um número exato que indique o quanto de farelo de soja os exportadores compraram fora dos EUA para substituir as compras canceladas no mercado interno. Mas é possível perceber pontos fora da curva nos movimentos de exportação americanos e sul-americanos. De acordo com o USDA, entre 2 de outubro e 6 de novembro foram cancelados contratos de exportação de 767 milhões de toneladas de farelo de soja. O movimento foi mais intenso entre 24 de outubro e 6 de novembro, quando foram canceladas 558,8 milhões de toneladas. Circulam rumores no mercado de que ao menos oito cargueiros teriam saído da América do Sul com destino aos portos americanos. Porém, não há detalhes sobre o tipo de produto (se farelo ou apenas o grão de soja), volume, nem mesmo origem. No Brasil, não foi registrado oficialmente nenhum embarque de farelo aos EUA em outubro. Porém, os embarques brasileiros do produto para o exterior cresceram 8,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado, embora tenham recuado 3,8% ante setembro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Conforme Motter, da Granoeste Corretora, muitos compradores internacionais, principalmente da Europa, têm buscado o mercado brasileiro para comprar farelo. Ele também não descarta a possibilidade de que eventuais negócios fechados com os EUA no mês passado apareçam na balança de novembro. Também não há registros oficiais de embarques de farelo da Argentina para o mercado americano, mas as movimentações nos portos do país também indicam demanda mais aquecida. Entre 6 e 20 de novembro, os navios que encostaram nos portos argentinos já haviam sido carregados com 3,075 milhões de toneladas da commodity, mais que o triplo do mesmo período de 2013, de acordo com a Bolsa de Comércio de Rosário. Apesar da forte turbulência causada no mercado, o gargalo logístico para o escoamento de grãos nos EUA não deve se prolongar, na avaliação de analistas. Segundo Pedro Dejneka, sócio-diretor da consultoria AGR Brasil, sediada em Chicago, ainda há atrasos no transporte, "mas a situação está por ser resolvida". Para Tomkiw, da Jefferies Bache, algumas empresas ferroviárias estão percebendo que as tradings estão aceitando pagar mais pelo frete voltando a colocar grãos no fluxo, como a CSX, que administra ferrovias no leste dos EUA. Na conta final, porém, a tendência é que as tradings repassem o custo maior aos produtores. "Elas vão pagar menos ao produtor, e a renda dele vai diminuir". Mas Motter, da Granoeste, ressalta que a massa de ar ártico que paira sobre o país já é um ponto de atenção, uma vez que nevascas podem interromper o fluxo ferroviário no país, como ocorreu no início do ano. Data de Publicação: 28/11/2014 às 19:50hs Fonte: Canal do Produtor

BALANÇO SEMANAL — 24 a 28/11/2014

Abic concede Medalha do Mérito Industrial do Café ao Coordenador do CNC
MÉRITO INDUSTRIAL DO CAFÉ — O coordenador do CNC, Maurício Miarelli, recebeu, na semana passada, a medalha do “Mérito Industrial do Café”, concedida pela Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) às pessoas que contribuem com seu trabalho, seu conhecimento e com sua visão de crescimento do consumo, com qualidade e inovação permanentes, transformando o grão em uma bebida apreciada mundialmente. Na oportunidade, Miarelli demonstrou satisfação e orgulho ao receber a outorga máxima da Associação, que, neste ano, também foi comemorativa aos 25 anos de sucesso do Selo de Pureza. “Aproveito a ocasião para parabenizar todas as indústrias cafeeiras do Brasil, as quais, unificadas na figura institucional da Abic, exercem um papel fundamental para a melhoria dos cafés brasileiros, desde os incentivos junto aos produtores, fazendo com que se preocupem com todo o trabalho de campo em prol da qualidade do café in natura, até os zelosos trâmites de torrefação e moagem para a entrega do produto ao consumidor final, que se depara com uma excelente bebida e se sente estimulado a degustar mais, elevando nossos índices de consumo”, salientou, em discurso. Durante o evento, o coordenador do CNC enalteceu a Abic pelos trabalhos desenvolvidos em prol de uma cafeicultura brasileira mais pujante e essenciais para o desenvolvimento do mercado consumidor. “Nesse sentido, cito o Programa de Qualidade do Café, o PQC, que criou as categorias Tradicional, Superior e Gourmet para nossos produtos; o Programa Cafés Sustentáveis do Brasil, que certifica a elaboração com base no respeito à sustentabilidade em seu tripé social, ambiental e econômico; e também o Círculo do Café de Qualidade, que qualifica e certifica os estabelecimentos que promovem os produtos superiores”, pontuou. Concluindo, Miarelli recordou que, no entanto, aquele era um momento para celebrar o gerador de todos esses programas de certificações citados. “É a ocasião para comemorarmos os 25 anos de existência do Selo de Pureza, que moralizou e resgatou a credibilidade do setor, descaracterizando o credo dos que entendiam que o café puro era exportado e que o brasileiro só consumia o produto com baixa qualidade, além de incorporar ao mercado uma nova geração de apaixonados pela bebida”, elogiou. A entrega da medalha foi realizada durante o 22º Encontro Nacional das Indústrias de Café (Encafé), em Porto de Galinhas (PE). 100º CUP OF EXCELLENCE — Na quarta-feira, 26 de novembro, foi realizado o leilão, via internet, dos 21 lotes de café vencedores da 100ª edição mundial do Cup of Excellence, equivalente ao 15º Early Harvest Brasil 2014. O pregão registrou dois recordes nacionais: o valor de R$ 16.646,48 por saca de 60 kg pago ao lote campeão e o preço médio de R$ 3.863,44 são os maiores na história do certame no País. Ao final, todos os produtos foram arrematados, gerando uma arrecadação total de R$ 1.267.422,15. O CNC tem a satisfação de ser um dos apoiadores dessa brilhante iniciativa em prol da valorização dos Cafés do Brasil e enaltece a nossa associada BSCA por tomar frente das ações em parceria com a Apex-Brasil, a Alliance for Coffee Excellence e o Sebrae. O trabalho de promoção que a Associação Brasileira de Cafés Especiais realiza em todo o mundo tem sido crucial para a abertura de novos e a consolidação dos tradicionais mercados do produto, fator pelo qual somos extremamente gratos e orgulhosos por possuir em nosso quadro um membro com a positividade e a pró-atividade da BSCA. MERCADO — Nesta semana mais curta, devido ao feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, o mercado futuro do café arábica operou com menor volume de negócios, embasado principalmente em fatores técnicos e registrando discretos ganhos em relação ao fechamento da última sexta-feira. A Volcafé, em seu relatório trimestral, ampliou a previsão de déficit global de café na temporada 2014/15 para 9,9 milhões de sacas. Esse fato ajudou na pequena recuperação dos preços da commodity, após a tendência baixista instalada pela divulgação das projeções de safra do USDA, no final da semana passada. Segundo a companhia, em 2013/14 foi registrado excedente de 7,4 milhões de sacas de café. Além dos problemas climáticos que afetam a produção brasileira, o relatório baseia-se na redução da oferta global de café robusta, devido à menor produtividade dos cafeeiros do Vietnã, para justificar sua nova previsão. A valorização do real ante o dólar, até a quarta-feira, também auxiliou no suporte das cotações do arábica. Ontem, após o anúncio, da nova equipe que conduzirá a política econômica brasileira e de declarações do Presidente do Branco Central que sinalizam para o fim do programa de swap cambial, a divisa norte-americana voltou a subir, atingindo R$ 2,5295. O vencimento dezembro do Contrato C, negociado na Bolsa de Nova York, foi cotado, na quarta-feira, a US$ 1,9425 por libra-peso, acumulando valorização de 355 pontos em relação ao final da semana anterior. Na ICE Futures Europe, o vencimento janeiro/2015 encerrou a sessão de ontem a US$ 2.096 por tonelada, com ganhos de US$ 18 desde a última sexta-feira. Os agentes de mercado continuam aguardando melhor definição do volume a ser produzido pelo Brasil na temporada 2015/16 e acompanham a situação das chuvas nas principais origens e sua capacidade para estancar as perdas, uma vez que não é possível reverter os danos acumulados nos dez meses de estiagem (janeiro a outubro). Já existe consenso que o País colherá uma safra aquém do seu potencial produtivo em 2015, mas somente a partir de janeiro do ano que vem será possível começar a quantificar essa redução, com embasamento técnico. De acordo com a Climatempo, uma nova frente fria avançou pelo litoral de São Paulo e do Rio de Janeiro até a noite de ontem e, hoje, desloca-se no mar até o Espírito Santo. Esta é a quinta frente fria observada apenas no mês de novembro e deve estimular mais chuvas sobre os Estados do Sudeste. O quadro abaixo resume as previsões da Somar Meteorologia para o volume acumulado de precipitações, na próxima semana, em alguns municípios das principais regiões produtoras brasileiras.
Quanto ao mercado físico brasileiro, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) informa que as oscilações nos preços durante novembro têm enfraquecido o ritmo dos negócios. Houve melhora da liquidez apenas nas praças da Mogiana Paulista e da Zona da Mata de Minas Gerais. Ontem, os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 464,07/saca e a R$ 283,03/saca, respectivamente, com variação de -0,5% e 0,1% no acumulado da semana.
Data de Publicação: 28/11/2014 às 19:30hs Fonte: Assessoria de Comunicação CNC

Depois da Rússia, setor de aves busca mercado da China e do Oriente Médio

As lideranças da cadeia de proteína animal já contam com o aumento da demanda russa fora dos embarques de 2015. A dúvida que fica é para onde vai a oferta de aves excedente que foi gerada em função da Rússia e a principal resposta está no potencial de consumo de países como China, Índia e Indonésia, próximos alvos do setor
De acordo com números levantados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações de frango para o país do leste europeu chegaram a 33,61 mil toneladas em outubro, resultado 60,2% maior em relação a setembro deste ano e 455,7% na comparação com outubro de 2013. Com este desempenho, a receita dos embarques atingiram US$ 75,61 milhões, 46,3% maior que o registrado no mês anterior e 305,2% acima do obtido em outubro de 2013. No acumulado do ano, foram embarcadas para a Rússia 92,59 mil toneladas entre janeiro e outubro, número 135,8% maior em relação ao total exportado no mesmo período de 2013. Em receita, o aumento foi de 111%, com US$ 237,95 milhões. "Compartilho da preocupação sobre onde vai entrar esta carne de frango quando as demandas diminuírem", afirma o sócio consultor da MBAgro, Alexandre Mendonça de Barros, durante evento em Maringá (PR), realizado pela Unifrango Agroindustrial. O especialista ainda lembra que houve queda nos preços das commodities e, historicamente, quando os grãos caem, leva de três a seis meses para que os preços do suíno e aves baixem em seguida. Ou seja, no ano que vem existe a possibilidade de muita oferta no mercado e valores baixos para a ração, o que acarretaria uma derrubada no frango. Em vista disso, a expectativa é que o Oriente Médio e China surjam como alternativas de escoamento desta produção. Há também um segundo cenário de ajuste da oferta, considerando o fato de que o ciclo das aves é mais curto quando comparado às demais proteínas animais. Potencial e expectativas "A Índia consome apenas três quilos de frango per capita. Na China, este nível vai para 60 quilos. A Índia tem um potencial gigantesco e acredito nesses dois países como grandes potenciais", diz Barros. O presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, acrescenta que o gigante asiático tem mais de um bilhão de pessoas, "se cada uma delas passar a consumir um quilo a mais per capita a demanda subiria expressivamente". Para o CEO da Unifrango, Hudson Carvalho Silveira, a produção nacional tem altos níveis de qualidade, competitividade e sanidade. A partir destas premissas, basta saber negociar com os demais países. Ele conta que já está sendo feito um trabalho intenso com mercados maduros e, na linha das fontes anteriores, aposta no Oriente Médio e Ásia para expansão. "A própria ABPA tem trabalhado firmemente para abertura de exportação. Conseguimos uma demanda excedente neste ano, o que precisamos agora é fincar o pé nesses países em que já entramos também", enfatiza Martins. Sendo assim, as expectativas traçadas pelo setor para 2015 são positivas, porém, diversas. "Ouso em dizer que vamos crescer na média de 6% ano que vem, impulsionados por vendas externas e internas", estima o presidente do Sindiavipar. Silveira já considera uma possível manutenção nos níveis de crescimento do mercado ou uma ligeira alta, tendo o consumidor doméstico como uma grande alternativa. Em contrapartida, o consultor da MBAgro cita uma aumento médio entre 3% e 4%, nada além disso. Ração Puxadas pela maré positiva das carnes, a produção de ração a partir do milho e farelo de soja também disparou. O engenheiro agrônomo e consultor da Agropecuária Consultoria, Antônio Klein, destaca que o Brasil é o terceiro maior produtor de rações para suínos e aves do mundo, perde apenas para China e Estados Unidos e houve um incremento neste ano que pode gerar uma incerteza sobre o escoamento do produto em 2015. "Devemos fechar 2014 com cerca de 65 milhões de toneladas de ração produzidas, segundo avaliação do Sindirações [Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal]. O consumo é majoritariamente interno, sendo pelo menos 57% para aves e 25% para suínos." Data de Publicação: 28/11/2014 às 19:20hs Fonte: DCI

Leilão vai contratar energia de hidrelétrica, termelétrica, eólica e solar

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) faz hoje (28), às 10h, um leilão para contratar energia de hidrelétricas, eólicas, usinas solares e termelétricas movidas a carvão, gás natural e biomassa
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) faz hoje (28), às 10h, um leilão para contratar energia de hidrelétricas, eólicas, usinas solares e termelétricas movidas a carvão, gás natural e biomassa. A energia negociada terá início de suprimento em janeiro de 2019. O certame será operacionalizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. Para as termoelétricas (carvão, gás natural em ciclo combinado e biomassa) e para a fonte eólica, os contratos de compra e venda serão na modalidade por disponibilidade. No primeiro caso, o prazo de suprimento é 25 anos e no segundo, 20 anos. Os empreendimentos hidrelétricos, por sua vez, serão na modalidade por quantidade, com prazo de 30 anos. O custo marginal de referência do leilão é R$ 209 por megawatt-hora (MWh). O preço de referência dos empreendimentos hidrelétricos acima de 50 megawatts (MW), relativo à Usina Hidrelétrica (UHE) Itacoara 1, é R$ 114/MWh. Pequenas centrais hidrelétricas e UHE com potência menor ou igual a 50 MW terão como preço referencial o valor de R$ 164/MWh. O preço inicial do produto disponibilidade térmica é R$ 209/MWh. No caso de eólica e solar (heliotérmica e fotovoltaica), o valor é R$ 137/MWh. Data de Publicação: 28/11/2014 às 19:00hs Fonte: Agência Brasil

OMC consegue primeiro acordo em 20 anos

Ressuscitada depois de um entendimento entre Estados Unidos e Índia, a Organização Mundial do Comércio (OMC) fechou ontem em Genebra seu primeiro acordo em 20 anos
Ressuscitada depois de um entendimento entre Estados Unidos e Índia, a Organização Mundial do Comércio (OMC) fechou ontem em Genebra seu primeiro acordo em 20 anos, estabeleceu uma redução da burocratização das exportações e espera gerar ganhos de US$ 1 trilhão nos próximos anos. Mas a Rodada Doha, lançada em 2001, continua sem data para acabar nem previsão de como os impasses serão superados. "Estamos de volta no jogo", comemorou o brasileiro Roberto Azêvedo, diretor-geral da OMC, enquanto o tratado era aplaudido pelos diplomatas. Mas ele mesmo alertou: "É agora que o real trabalho começa". No fundo, Azêvedo sabe que, se quiser restabelecer a credibilidade da entidade, serão os próximos meses que determinarão se Doha ainda existe. Até julho de 2015, os países deverão trabalhar para identificar de que forma querem relançar as negociações da Rodada Doha, incluindo acordos sobre subsídios agrícolas e a abertura dos mercados emergentes. O acordo de facilitação de comércio havia sido fechado em dezembro de 2013, em Bali, prevendo redução dos entraves em aduanas e medidas para facilitar exportações e importações. Sob o comando de Azêvedo, a direção da OMC optou por reduzir a ambição de seus entendimentos e pelo menos concluir parte da Rodada Doha para mostrar ao mundo que existe espaço para um acordo comercial. Mas, quando o tratado deveria ser adotado, em julho, uma disputa entre índia e EUA acabou travando o processo. Os indianos queriam garantias de que, enquanto um acordo final não é alcançado no setor Agrícola, o país terá o direito de manter seus estoques de alimentos comprando de produtores a preços acima do mercado, uma forma de subsídio. Interessado em exportar ao mercado indiano, o governo dos EUA rejeitava ceder. O acordo chegou a um impasse e jogou a OMC numa crise sem precedentes. Azêvedo, porém, jamais desistiu e, mesmo nos bastidores, continuou a articular uma aproximação entre americanos e indianos. Ele alertava que o impasse levaria a entidade a uma total marginalização. Moratória. Foi necessária a intervenção do presidente americano, Barack Obama, para um entendimento, sob a condição de que os programas de apoio dos emergentes não afetem os preços internacionais. Os países emergentes ganharam uma espécie de moratória- conhecida como Cláusula de Paz - até que um acordo final seja obtido. Superado o entrave indiano, foram os argentinos que, nesta semana, criaram novo impasse. Buenos Aires queria garantias de que as promessas emergentes teriam um peso legal. Com o acordo, a OMC espera acelerar medidas de desburocratização do comércio. Segundo algumas estimativas, esses ganhos poderiam somar à economia mundial cerca de US$ 1 trilhão nos próximos anos. Apesar do acordo, Azêvedo fez um alerta: a OMC não pode repetir os erros dos últimos meses. "Perdemos um tempo precioso e não podemos esperar mais duas décadas por um novo acordo." O governo brasileiro também comemorou, sabendo que a manutenção da crise deixaria a OMC em situação que dificilmente poderia ser resgatada e pondo as regras multilaterais em risco. A preocupação de Brasília era de que um abandono da OMC significaria que as grandes economias tentariam impor suas regras de comércio ao resto do mundo. Americanos e europeus negociam a criação de um bloco, enquanto dezenas de países buscam acordos bilaterais, o pior cenário para o Brasil. Data de Publicação: 28/11/2014 às 18:40hs Fonte: O Estado de São Paulo

FAO homenageia países que tiveram progressos na luta contra a fome

O Brasil e mais 12 países serão homenageados no domingo (30) pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) como os mais novos a entrarem na lista dos que obtiveram progressos recentes na luta contra a fome. A cerimônia será na sede da FAO, em Roma.
Em nota, a organização informou que além do Brasil, serão homenageados Camarões, a Etiópia, o Gabão, a Gâmbia, o Irã, Kiribati, a Malásia, Mauritânia, as Ilhas Maurícias, o México, as Filipinas e o Uruguai. Na ocasião, o diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, entregará um certificado a representantes desses países, que incluem a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do Brasil, Tereza Campello, o vice-presidente de Gâmbia, Isatou Njie-Saidy, e o ministro da Agricultura e do Desenvolvimento Rural de Camarões, Menye Essimi. Há duas categorias de prêmios a serem oferecidos – um aos países que, segundo as estimativas da FAO, atingiram o primeiro dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que é o de reduzir à metade a proporção de pessoas subnutridas até 2015. Outro prêmio será atribuído aos países que alcançaram antecipadamente uma meta ainda mais ambiciosa, estabelecida pela Conferência Mundial da Alimentação – a de diminuir à metade o número absoluto da fome até 2015. O Brasil, Camarões e o Uruguai estão nessa segunda lista, de acordo com o comunicado. A FAO é uma organização intergovernamental que conta com 194 Estados-Membros, dois associados e uma organização, a União Europeia. A essência de suas atividades é alcançar a segurança alimentar para todos e garantir que as pessoas tenham acesso a alimentos de boa qualidade para que possam levar uma vida ativa e saudável. Data de Publicação: 28/11/2014 às 18:20hs Fonte: Agência Lusa

Período do vazio sanitário do algodão termina neste domingo (30) em MT

A partir do dia 1º de dezembro, produtores de MT poderão plantar algodão. Neste ano, período do vazio começou 15 dias mais tarde. 28/11/2014 19h27 - Atualizado em 28/11/2014 19h27 Amanda Sampaio Do G1 MT
O vazio sanitário para a cultura do algodão em Mato Grosso termina neste domingo (30). Sendo assim, a partir do dia 1º de dezembro, os cotonicultores do estado poderão iniciar o plantio no estado. Neste ano, o período teve início no dia 1º de outubro, 15 dias mais tarde que no ano passado. Inicialmente, a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) havia pedido um prazo de 30 dias a mais devido ao excesso de chuvas, que ampliou o ciclo das plantas, atrasando a colheita. No entanto, a Comissão de Defesa Vegetal do Estado (formada por representantes do setor produtivo e os órgãos de defesa sanitária vegetal) sugeriu ao Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) que o prazo fosse prorrogado por apenas 15 dias. Por meio de portaria do Indea do dia 12 de setembro, o início do vazio foi extendido. Na safra 2013/14, os produtores mato-grossenses plantaram uma área de mais de 645 mil hectares e foram produzidas 995 mil toneladas de pluma, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Para a safra 2014/15, a Ampa estima que a produção de algodão tenha redução devido aos baixos preços alcançados pela pluma no mercado internacional neste ano. tópicos: Mato Grosso

Administração do Porto de Paranaguá vai protocolar plano de desenvolvimento 28/11/2014 16:59

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) divulgou hoje, vai protocolar junto à Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP), o novo Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto de Paranaguá. O documento, revisto, foi aprovado com ampla participação da comunidade portuária e do setor produtivo do Estado, nesta sexta-feira. Segundo o diretor presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino, apresentado dentro do prazo estabelecido pelo órgão federal, o Plano do Porto de Paranaguá é modelo para todo o Brasil. “Digo isso não apenas sob a ótica da metodologia aplicada no desenvolvimento do documento, mas, principalmente, pelo processo em que foi delineado, com contribuição e participação das entidades representantes do setor produtivo, dos usuários e da comunidade portuária”, explica. Ainda de acordo com Dividino, nessa reunião de conclusão da revisão do PDZ foi apresentado o novo documento, contemplando todas as contribuições feitas desde a primeira reunião no último dia 20. “É uma determinação do Governo do Estado, que escutemos todos aqueles que utilizam os portos do Paraná para saber, de fato, quais as melhores práticas a serem empregadas para alcançar o desenvolvimento. Apesar de não ser obrigatório, hoje, fizemos questão de levar novamente o PDZ aos conselheiros do CAP (Conselho de Autoridade Portuária), bem como chamamos todos os interessados e diversas instituições representantes da Indústria, Comércio e Agricultura. Afinal de contas, são eles que utilizam os portos”, afirma. Atualização - A atualização do plano foi uma determinação da SEP, após a regulamentação do novo marco legal dos Portos Brasileiros (Lei nº 12. 815/2013). A mesma empresa que fez o PDZ, em 2012, foi contratada pela Appa para essa adequação. Segundo Dividino, não houve mudanças drásticas, mas um aperfeiçoamento. “O que fizemos foi uma atualização de tudo o que, de 2012 até agora, já conquistamos; e assumimos novos compromissos, projetos e missões de gestão que vão levar o Porto a novos horizontes e, com certeza, a uma melhor infraestrutura ao Estado do Paraná”, conclui o presidente da Appa. Participação – Representando a Comissão do PDZ no CAP, a conselheira Maria do Socorro de Oliveira ressaltou a melhoria do plano. “Não há nenhum óbice da comunidade portuária em dizer que esse Plano contempla, totalmente, o que nós vimos discutindo, propondo e pleiteando”, comenta. Também presente na reunião, João Arthur Mohr, da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), considera muito importante essa participação. “Os portos do Paraná são dos únicos do Brasil que adotam esse critério de envolver a comunidade portuária, os trabalhadores e o setor produtivo nas discussões. Com isso, o Porto vem se tornando um porto efetivamente produtivo. O setor vê no PDZ, que o Porto enxerga todos os setores e busca atender e fazer frente, com infraestrutura e planejamento, ao crescimento. Isso nos deixa muito seguros”, afirma Mohr. Para o superintendente do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), Juarez Moraes e Silva, essa iniciativa da Appa, de oferecer um Plano que olhe com cuidado o futuro e o interesse de cada segmento da cadeia produtivo, é louvável. “O Paraná, de novo, é o primeiro a fazer essa atualização e apresentar à SEP. Esse PDZ, revisto e atualizado, é um fator determinante para os futuros investimentos nos portos paranaenses. Só temos a comemorar”, completa o executivo. Histórico – O PDZ começou a ser desenvolvido logo nos primeiros meses de 2011, no início do atual governo de Estado. O documento, elaborado pela Fundação de Ensino e Engenharia de Santa Catarina (FEESC) e o Laboratório de Transportes e Logística (LabTrans) – contratados pela Appa -, além de diagnóstico e prognóstico, traz recomendações institucionais, operacionais, de interação porto/cidade, gestão e licenciamento ambiental, e alternativas de expansão para os próximos 20 anos. Este foi aprovado – após vários debates com a comunidade – em meados de 2012. O plano será revisto, a partir de agora, a cada dois anos como determina a legislação do setor. Fonte: Assessoria

Cotações do café arábica registram queda de quase 700 pts nesta 6ª 28/11/2014 16:48

A Bolsa de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica encerrou hoje com queda de quase 700 pontos, após reabertura do pregão que não funcionou no dia anterior devido ao feriado do Dia de Ação de Graças, comemorado nos Estados Unidos. Na sessão desta sexta, o vencimento dezembro/14 registrou 186,65 cents de dólar por libra peso com queda de 685 pontos, o março/15 anotou 187,45 cents/lb com desvalorização de 680 pontos, o maio/15 teve 189,90 cents/lb com recuo de 670 pontos e o julho/15 encerrou a sessão cotado a 192,15 cents/lb com 675 pontos negativos. Segundo o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, a queda no mercado externo se deve as precipitações que caem nas regiões produtoras. “A chuva faz com que os grandes ‘players’ internacionais tenham a sensação de que a água pode ser um alívio para as lavouras e que ela será capaz de reverter o quadro produtivo para 2015”, afirma. No entanto, o analista não concorda com a visão dos operadores. “Acredito em um cenário melhor apenas em 2016 com um pouco mais de tranquilidade no que se refere ao abastecimento e produção. Mas em 2015 o problema está mais ou menos desenhado e essa chuva não resolve o problema das lavouras”, diz o analista. Enquanto as variáveis climáticas deixam os produtores atentos com possibilidade de baixa produção, a demanda não para de crescer. Segundo informação reportada pela Reuters com base no levantamento da Organização Internacional do Café (OIC), a demanda global por café pode crescer 2,5% ao ano até 2020 podendo atingir 175 milhões de sacas de 60 kg ante 149,45 milhões de sacas estimadas neste ano calendário. Nesta sexta-feira, a OIC divulgou que no mês de outubro as exportações de café subiram 0,5%, totalizando 8,88 milhões de sacas de 60 kg. Fonte: Notícias Agrícolas

Confederação Nacional de Agricultura discute relações exteriores 28/11/2014 16:35

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, ontem, da III Conferência Nacional de Relações Exteriores, promovida pela Fundação Alexandre de Gusmão, na Universidade de Brasília (UnB). A superintendente de Relações Internacionais da CNA, Tatiana Palermo, apresentou os temas de interesse do agronegócio no painel sobre a integração regional na América do Sul, ao lado de representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da própria UnB. O moderador do debate, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, foi um dos idealizadores do Mercosul, contribuindo, com sua visão histórica, para enriquecer a discussão e levantar polêmicas. Houve consenso entre os representantes do setor produtivo e da academia contra a dispersão no processo de integração regional e a politização das estratégias do bloco nestes 23 anos de existência. Nesta discussão, a superintendente da CNA defendeu uma visão mais pragmática na condução do Mercosul e na definição de seus posicionamentos. Na visão do agronegócio, a integração deve estar a serviço de uma maior inserção do Mercosul no comércio global e também deve focar nas políticas que estimulem o ingresso de investimentos no bloco. O agro lidera a pauta de exportações, apresentando sucessivos recordes em volume e valor de vendas externas, especialmente em grãos, carnes, açúcar e café. “Mais da metade da produção brasileira de alguns destes produtos é exportada, o que mostra a importância do comércio exterior para a agropecuária brasileira”, disse Tatiana Palermo, destacando que, ao mesmo tempo, o mundo conta com o Brasil para garantir sua segurança alimentar. “E se o mundo precisa de nós, é chegada a hora de negociarmos acordos com grandes mercados consumidores como União Europeia, China, União Econômica Euroasiática, Estados Unidos, México e Canadá, entre outros”, afirmou. Neste ponto, a superintendente registrou que a negociação em bloco tem sido um obstáculo à conquista de novos mercados, dada a dificuldade de se obter um consenso na oferta de eliminação de tarifas de importação. De qualquer forma, concluiu, é importante registrar aspectos altamente positivos, como o fato de o continente estar sempre unido em defesa da qualidade e da sanidade de seus produtos agropecuários, o que reforça a posição do continente sul-americano nos organismos internacionais. Fonte: Assessoria

Argentina é oficialmente autorizada a exportar sorgo à China

28/11/14 - 18:12 As exportações de sorgo forrageiro da Argentina para a China foram oficialmente autorizadas pelas autoridades do país asiático nessa semana. A permissão é resultado de um acordo fitossanitário entre os dois países que foi assinado em julho de 2014, e que vem sendo colocado em prática desde então. A liberação das vendas foi assinada em Pequim pelo ministro da Agricultura da Argentina, Carlos Casamiquela, e o ministro chinês Xi Jinping, da Administração Geral de Qualidade, Inspeção e Supervisão de Quarentena. O convênio também autoriza o embarque de peras, maçãs e milho doce (destinado à fabricação de alimento humano). Agrolink Autor: Leonardo Gottems

Soja, milho e bovinos puxaram IGP-M em novembro, diz FGV

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) foi impulsionada em novembro pelos três segmentos que compõem o indicador: atacado, varejo e construção
Entre os produtores, as matérias-primas agropecuárias como soja, milho e bovinos são as que mais pressionam os preços e ajudaram a levar o IGP-M a uma alta de 0,98% neste mês. No estágio inicial da produção, o índice do grupo de matérias-primas brutas subiu 2,01%, após alta de 0,12% em outubro. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), a aceleração foi intensa nos casos de soja (-3,21% para 6,05%), milho (0,15% para 10,92%) e bovinos (2,03% para 5,86%). No sentido oposto, deram algum alívio café (7,00% para -3,02%), leite in natura (0,12% para -4,22%) e aves (3,97% para -0,64%). Entre os bens finais, os preços avançaram 0,69% em novembro, após alta de 0,52% em outubro. Os grandes responsáveis pela aceleração foram os alimentos in natura (0,12% para 2,04%). Só a batata-inglesa ficou 78,88% mais cara no atacado. Já no caso dos bens intermediários (0,04% para 1,21%), a maior pressão veio dos materiais e componentes para a manufatura (-0,09% para 1,36%). Segundo a FGV, o farelo de soja, que compõe a lista deste subgrupo, ficou 8,89% mais caro, refletindo a alta nos preços do grão. Diante desses resultados, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mensura a inflação atacadista, avançou de 0,23% em outubro para 1,26% este mês. O IGP-M captou preços praticados entre os dias 21 do mês passado e 20 de novembro. Data de Publicação: 28/11/2014 às 17:40hs Fonte: Jornal do Comércio

Rede de Políticas Agropecuárias se reúnem em Santiago 28/11/2014 16:18

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) será representado pelo secretário interino de Política Agrícola (SPA), Wilson Vaz de Araújo, na 34ª Reunião Ordinária da Rede de Coordenação de Políticas Agropecuárias (REDPA), no dia 3 de dezembro, em Santiago, no Chile. A REDPA, ligada ao Conselho Agropecuário do Sul (CAS), congrega diretores de Políticas Agropecuárias da Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai. Os diretores apresentarão o panorama agropecuário de cada país, avaliarão as atividades realizadas neste ano e programarão as ações para 2015. Na oportunidade, também os coordenadores da Rede foram convocados para a reunião dos Grupos de Água, Solos e Mudanças Climáticas, nos dias 1º e 2. Desta forma, o assessor da SPA, Edilson Guimarães, também participará do encontro. Fonte: Assessoria

Agricultura de Precisão é apontada como o futuro do campo 28/11/2014 15:18

Há alguns anos uma nova palavra corre pela boca dos técnicos, vendedores de máquinas agrícolas e de produtores rurais é a Agricultura de Precisão. A princípio sem muita informação, a ideia desta nova tecnologia é de uma máquina agrícola, bem equipada, com computadores de bordo. Para outros mais curiosos, que já entraram em um simulador ou uma máquina agrícola o conceito é um pouco mais amplo. Além de toda a tecnologia de computadores, ainda é possível ver as imagens de satélites e a lavoura toda desenhada. Com o objetivo de levar mais informação ao homem do campo, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) em parceria com o Canal Rural, Aprosoja e outros parceiros está levando duas palestras sobre o assunto em pelo menos 20 municípios mato-grossenses como parte do projeto Soja Brasil. A Caravana Soja Brasil viaja até o próximo dia sete de dezembro. Hoje estará em Campo Novo do Parecis. Nesta quinta-feira (27) o evento que teve o apoio do Sindicato Rural de Sapezal, outro conceito sobre Agricultura de Precisão veio à tona. Esta tecnologia não é somente os computadores a bordo das máquinas agrícolas. Segundo os palestrantes, a integração entre os sistemas, de compras com financeiro, Recursos Humanos (RH) e toda a troca de informação que há alguns anos já beneficia na indústria, agora chega ao campo. De acordo com os técnicos, somente a tecnologia não basta, é importante saber como usar a informação que esta tecnologia disponibiliza e gerar conhecimento para a tomada de decisão. "É nesta hora que entra o trabalho do Senar, que pode ajudar o produtor na operação destas máquinas agrícolas e no entendimento de todos os dados que elas disponibilizam. Quando a informação é usada para a tomada de decisão, aí sim o produtor começa a ter rentabilidade", explica superintendente do Senar-MT, Tiago Mattosinho, que acompanha a caravana, lançando a nova qualificação de Agricultura de Precisão, que passa a ser oferecida pela Senar-MT no próximo ano. NOVIDADES - Para agregar mais conhecimento e incrementar a produção dos 2.300 hectares de área plantada pela família Zilli Pinto, pai, filho e neto participaram das palestras em Sapezal. O pai Lucídio Zilli Pinto conta que a propriedade é um condomínio familiar e cada um tem sua função bem definida. O filho Marcelo Zilli Pinto acrescenta que a informação é primordial para os produtores na hora das decisões e, por isso toda a família está sempre em busca de qualificação e capacitação. Ele conta que anualmente busca o Senar-MT para qualificar seus colaboradores. "O treinamento que mais demandamos são os de Normas Regulamentadoras (NRs). Mas também já fizemos treinamentos de aplicação de agrotóxicos e de uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI). E é muito bom saber que para o ano que vem teremos mais cinco treinamentos na área de máquinas e implementos agrícolas", ressalta Marcelo. O neto de Lucídio, Marcos Zilli, de 18 anos estuda para o vestibular de agronomia. "Minha família lutou até agora para manter a propriedade produzindo e minha obrigação é dar continuidade a este trabalho", diz Marcos. Ele nasceu e se criou vendo pai e avô na lida do campo. "Pretendo continuar nessa luta". Fonte: Assessoria

Embrapa desenvolve soja resistente à seca 28/11/2014 14:18

Nos últimos dez anos, o Brasil registrou um prejuízo de cerca de 27 bilhões de dólares na produção de soja apenas em dois dos mais importantes estados produtores da oleaginosa: Rio Grande do Sul e Paraná, onde as plantações da oleaginosa deixaram de produzir mais de 55 milhões de toneladas. Para se ter uma ideia, os grãos perdidos no período de 2004 e 2014 representam mais de duas safras de soja da região Sul do Brasil. O motivo? Faltou água para que as plantas pudessem se desenvolver plenamente. Não é sem razão que os pesquisadores especialistas em ecofisiologia vegetal da Embrapa Soja (Londrina, PR) estão em busca de uma planta capaz de resistir às intempéries do clima que podem se repetir com mais severidade nos próximos anos. Por meio da manipulação genética, os pesquisadores conseguiram introduzir um gene que torna a planta mais tolerante à seca. Quem está à frente dessa pesquisa é Alexandre Nepomuceno, daquela Unidade, que explica: "Denominado Y, esse gene é capaz de ativar e potencializar outros genes de defesa natural das plantas. Com isso aumenta a capacidade de as plantas suportarem a falta de água por mais tempo. O gene Y foi patenteado pela Japan International Research Center for Agricultural Sciences (Jircas) − instituto de pesquisa vinculado ao governo japonês – e isolado da planta Arabidopsis thaliana − uma das espécies mais utilizadas na pesquisa científica atualmente. Apesar de não apresentar importância econômica direta, a espécie é muito utilizada em pesquisas na área da genética, da bioquímica e da fisiologia. Os primeiros resultados Pela primeira vez, na safra 2013/2014, as plantas de soja com o gene Y foram comparadas com plantas de carga genética similar, porém, sem o gene que confere tolerância à seca. A pesquisa foi realizada nos campos experimentais de Londrina. "As plantas com o gene Y tiveram aumento de 13,5% na produtividade quando comparadas com as não transgênicas", explica Nepomuceno. Segundo o pesquisador, na safra 2013/2014, choveu muito pouco na fase mais crítica do desenvolvimento das plantas de soja. Foram registrados apenas 44 mm entre janeiro e fevereiro, quando a média histórica para o período é superior a 300 mm. Aliado à falta de chuva, as temperaturas no verão foram muito extremas chegando, em alguns momentos, a quase 40°C. "Mesmo assim, as plantas com o gene Y tiveram mais área foliar, produziram vagem e tiveram raízes profundas e vigorosas, comparando-se com as plantas sem o gene", observa. "Os resultados foram impressionantes", ressalta o pesquisador. Outro teste de simulação de seca foi realizado pelo pesquisador no campo utilizando telhados móveis para simular pequenas quantidades de chuva durante o período vegetativo da soja. O resultado foi ainda mais animador: a produtividade das plantas com gene Y foi 35% superior, enquanto que com déficit no período reprodutivo, a diferença chegou a 44%. O mesmo teste será realizado nesta safra e abrangerá outras regiões brasileiras. Além disso, a Embrapa está iniciando testes com 33 novos genes de soja com potencial para tolerância à seca e para alagamento. Nepomuceno considera difícil estimar o tempo de lançamento de cultivares resistentes às intempéries climáticas. Desde 1993, a Embrapa Soja vem desenvolvendo pesquisas na área de biotecnologia e, atualmente, tem uma estrutura básica para fazer sequenciamento de DNA, identificação e mecanismos de atuação de cada gene da planta, além da clonagem e transformação de plantas. "Mesmo assim, algumas vezes, precisamos terceirizar serviços mais complexos que não podem ser feitos nos nossos laboratórios", explica Nepomuceno. Preparando o amanhã Como a principal commodity agrícola brasileira − a soja − irá reagir diante do aumento de temperatura e do risco de falta de água? Na Embrapa Soja, os pesquisadores estão se preparando para fazer frente aos desafios climáticos do futuro. Para isso são feitas simulações de aumento médio de temperatura − na faixa de 1° até 7° graus. O objetivo é entender quais serão os impactos das alterações climáticas na soja. "Estamos trabalhando, principalmente considerando cenários projetados para daqui a 40 e 50 anos, para verificar quais os reflexos de diferentes alterações na temperatura sobre o sistema produtivo de soja", explica o pesquisador José Renato Bouças Farias, da equipe de ecofisiologistas da Embrapa Soja. De forma geral, a soja melhor se adapta a temperaturas do ar entre 20°C e 30ºC e a temperatura ideal para seu crescimento e desenvolvimento está em torno de 30°C. Porém, a maior preocupação dos pesquisadores reside no aumento do consumo de água provocado pelo aumento projetado das temperaturas. Segundo dados da Embrapa, se a temperatura média do planeta subir apenas 1°C, a área de menor risco climático para produção de soja no Brasil poderá reduzir em quase 10%. As projeções indicam ainda que, se a temperatura aumentar em 3°C, as áreas de menor risco de ocorrência de déficit hídrico durante as fases mais críticas à cultura da soja, poderão reduzir em quase 40%. Ao se estimar quais os efeitos dessas mudanças, é possível definir algumas práticas de manejo para auxiliar os produtores e até para orientar e realinhar os trabalhos de pesquisa. Algumas dessas práticas vêm sendo revistas como alterações no arranjo espacial de plantas (espaçamento entre as linhas de soja e população de plantas, por exemplo), época de semeadura, ciclo de cultivar, entre outras. Farias explica que, em geral, cultivares com ciclo de desenvolvimento mais curto teriam um risco maior em situação de seca ao se comparar com cultivares com ciclo mais longo. Isso porque cultivares de ciclo curto têm fases de desenvolvimento mais definidas e curtas enquanto o ciclo mais longo permite que a planta muitas vezes se recupere melhor em uma situação de estresse. Dados da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo mostram que o clima e sua variabilidade é responsável por 50% da oscilação de produtividade das culturas agrícolas de um ano para o outro, enquanto os aspectos de manejo da cultura e do solo respondem pelos outros 50%. Por isso, Farias defende a criação de estratégias para enfrentar os impactos das mudanças climáticas na agricultura. Quando o problema é a água Apesar dos impactos previstos com o aumento de temperatura na produção de soja, os pesquisadores da Embrapa acreditam que o efeito mais danoso para as plantas poderá estar associado ao consumo de água. "Percebemos que a soja pode até suportar temperaturas mais altas, mas quando há restrição de água o dano para planta é muito grande", avalia Farias. Hoje a deficiência de água já afeta muitas regiões produtoras de soja, principalmente no Sul do País. "Algumas ações já são recomendadas para minimizar esse problema como a indicação de práticas de manejo do solo que melhorem a retenção e o armazenamento de água", explica. Além da definição de épocas de semeadura com menor risco de ocorrência de falta de água e o desenvolvimento de cultivares mais tolerantes à seca. Aproximadamente 90% do peso da planta de soja é formado por água, que desempenha inúmeras funções como solvente (permite que gases, minerais e outros componentes entrem nas células e caminhem pela planta), por exemplo. "A água tem, ainda, papel importante no balanço energético da planta, ou seja, na manutenção e na distribuição do calor", complementa Norman Neumaier, outro integrante da equipe. Todo o desenvolvimento da planta é afetado pela disponibilidade de água. No entanto, na germinação e emergência e na floração e no enchimento de grãos, a falta de água interfere no rendimento da lavoura. A semente de soja necessita absorver, no mínimo, 50% de seu peso em água para assegurar boa germinação, segundo Neumaier. A necessidade de água na cultura da soja, para obtenção do máximo produtividade, varia entre 450 a 800 mm/ciclo, dependendo das condições climáticas e de solo, do manejo da cultura e da duração do ciclo. Fonte: Assessoria