segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Visando redução em custo do frete, gigantes do agro em MT adquirem frota própria

Rodrigo Vargas - Folha de São Paulo
31 Dez 2018 - 11:22




As incertezas em relação ao tabelamento do frete rodoviário já começam a levar empresas do agronegócio do Brasil a adotar um plano B para o escoamento da safra de soja em 2019. A mato-grossense Amaggi, pertencente à família do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, fechou a compra de uma frota de 300 caminhões. A entrega dos veículos está prevista para janeiro.


IPVA terá valor reduzido em 2019 devido à queda nos preços de vendas de veículos; veja tarifa 


"A aquisição destes veículos atende a uma necessidade estratégica na estrutura logística", disse o presidente executivo da empresa, Judiney Carvalho.

A Cargill, multinacional de origem americana, confirmou que fez a cotação de 1.000 unidades, mas condicionou a concretização da medida a um posicionamento definitivo do Supremo Tribunal Federal (STF) quanto à inconstitucionalidade da tabela. "Se isto não ocorrer ou se esta decisão alongar-se de forma a dificultar nossas operações no país, estamos preparados para adotar uma alocação de frota própria", afirmou a empresa, em nota.

A Bunge, outra gigante do segmento, disse confiar que o tabelamento será derrubado "o mais rápido possível", mas confirmou que avalia "diversas possibilidades em relação ao frete de seus produtos". "A companhia se manifestará apenas após a decisão judicial e afirma que continuará pautando sua conduta pelo respeito às leis e decisões da Justiça".

Segundo a ADM, a situação provoca um "aumento acentuado" no custo do transporte e "pressiona as margens de comercialização de grãos, que já estão bastante deprimidas". "A ADM espera que o governo encontre uma solução e está avaliando, assim como outras empresas, a adoção de frota própria".

A cooperativa paranaense Coamo, uma das maiores do país, confirmou a compra de 500 caminhões em 2018. O investimento, segundo a assessoria de imprensa, já estava previsto no planos de renovação da frota atual, mas a ideia é que, se for necessário, os veículos antigos continuem a ser utilizados.

"A tendência entre as cooperativas, se mantido esse tabelamento, é a aquisição de frotas próprias. O único impedimento até agora tem sido a capacidade de produção das montadoras, que para 2019 já chegou ao limite", comentou Nelson Costa, superintendente da Ocepar, cooperativa que responde por cerca de 60% da produção agrícola do Paraná.

Maior empresa do setor de carnes no mundo, a JBS comprou, ainda em agosto, 360 caminhões para sua frota. 

"A decisão está amparada na estratégia de uma operação sustentável, que garanta a produção e oferta de produtos, reduzindo os impactos de custo causados pela aplicação do tabelamento do frete rodoviário", afirmou a empresa à ocasião, em nota.

O tabelamento de fretes foi resultado de uma longa negociação envolvendo representantes do governo e lideranças dos caminhoneiros. 

O aceno à implantação da medida ajudou a encerrar o protesto contra os custos do óleo diesel que, em maio passado, interrompeu por dez dias o tráfego nas principais rodovias do país. 

Na ocasião, a Cargill disse, em nota, que os setores de processamento e exportação de produtos agrícolas seriam forçados a "mudar seu modelo de atuação". Em vez de comprar os grãos com retirada nas fazendas ou nos armazéns no interior, diz a nota, "serão forçadas a comprar somente com entrega nas fábricas e nos portos".

O cenário se manteve ao longo de todo o segundo semestre, quando ocorreu o plantio da safra de soja que começa a ser colhida a partir de janeiro.

Com a insegurança em relação aos custos, o mercado futuro entrou em dezembro com pouco mais de 30% de vendas antecipadas da oleaginosa no país - redução de 14 pontos percentuais em relação à média histórica para o período, segundo a consultoria Safras & Mercado.

Para o diretor-executivo do Movimento Pró-Logística de Mato Grosso, Edeon Vaz Ferreira, a alternativa encontrada pelas trades não busca substituir por completo a frota terceirizada. O objetivo das grandes exportadoras, segundo ele, é dispor de uma estrutura para "amortecer as crises". 

"O foco dessas companhias não é o transporte. Vejo essas frotas próprias como um sistema de emergência, a ser empregado para garantir a fluidez do escoamento", afirmou Vaz, que é consultor em logística de entidades como a Aprosoja e a AMPA.

Ele criticou a atuação do ministro Luiz Fux, que recentemente determinou a suspensão da cobrança de multa às empresas que descumprirem o tabelamento. "Desde o princípio ele [Fux] busca uma solução negociada, o que é inviável. O preço do frete é uma expressão do livre mercado. O tabelamento é uma invencionice que tem de ser simplesmente derrubada."

Gilson Baitaca, líder do Movimento dos Transportadores de Grãos de Mato Grosso, disse não acreditar que a adoção de frotas próprias se torne um padrão entre as grandes exportadoras. "Quem se aventurar neste rumo pode até quebrar a cara, em razão dois custos operacionais e trabalhistas. Se fosse viável, já teriam feito isso há muito tempo", avaliou.

Segundo ele, o diálogo é a única forma de resolver a crise. "As empresas nunca quiseram conversa. Não estamos querendo inviabilizar o negócio de ninguém, apenas assegurar um valor que viabilize o nosso".

Rizicultura teve um 2018 marcado por incertezas e mais dúvidas pairam o mercado no próximo ano



Publicado em 31/12/2018 11:48


Produtores de arroz no Brasil tiveram que lidar com os baixos preços durante quase todo o ano de 2018. Para a safra 2018/19, o plantio no Rio Grande do Sul está finalizado com expectativas de menor produção e redução na área. A colheita em 2019 ainda deve ser de incertezas e a Federarroz orienta rizicultores.
Henrique Osório Dornelles - Presidente da Federarroz
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

Sai Michel entra Jair, por ALEXANDRE GARCIA



Publicado em 29/12/2018 21:12



Publicado no Facebook
Na próxima terça-feira assume o governo escolhido pela maioria dos eleitores. Bolsonaro e os brasileiros hão de agradecer a Michel Temer pelo governo de transição que atenuou o caos Dilma. Em 2016 a economia encolheu 3,5%, o desemprego foi a 12 milhões, a corrupção se havia institucionalizado.
Temer e seus auxiliares da área econômica entregam o país com economia em alta e desemprego em baixa. Mas o estrago foi muito grande, porque enfraqueceu o moral nacional. E não é apenas o produzido pela corrupção generalizada; foi também a deliberada ação para fragilizar a vontade nacional.
Em 2019, Brasil e Indonésia são anunciados como os emergentes da vez. A Indonésia está no noticiário de novo por causa de tsunami decorrente de terremoto e vulcão. Desastres naturais são rotina no país. A Indonésia deixou de ser colônia há 70 anos. O Brasil deixou de ser colônia em 1822. Mas a Indonésia já é a sétima economia do mundo e nós somos a oitava. E nós não temos vulcões, terremotos e tsunamis. Nem estamos divididos em mais de 17 mil ilhas. 
Mas nos dividiram entre nós mesmos. Por cor da pele, por renda, por sexo, por região. Substituímos, nós mesmos, os desastres naturais. 
Destruímos nossas ferrovias, nossa navegação de cabotagem, nossas cidades, nossa paz social, nossos empregos, nossas bases familiares, nossa nacionalidade.
O novo chefe do Executivo está há 28 anos no Legislativo; é  mais político que militar, e deve saber o tamanho das mudanças que seus eleitores querem. Seu núcleo econômico vai ter que promover reformas, a primeira delas da Previdência – e vai precisar de votos no Congresso.

Vai ter que tirar as amarras da economia, a insegurança jurídica, para liberar investidores para crescer e gerar renda e emprego. 
Sérgio Moro vai ter que praticar no executivo o que fez no Judiciário: mostrar que é preciso estar do lado da lei e não do bandido – e essa foi a vontade da maioria dos eleitores. As áreas da política de Educação, Exterior e Social, vão ter que desfazer as malfeitorias para reconstruir o que é a força de um país: família, soberania, nacionalidade, união, cidadania.
Nesses últimos anos, houve um despertar da democracia, graças às redes sociais, que deram voz a cada brasileiro. Quando Marco Aurélio, na semana passada, tentou soltar 169 mil criminosos, minutos depois o povo estava protestando ao lado do Supremo – convocado pelo celular de cada um. Por ele, a cidadania cansada de ser enganada vai poder acompanhar o governo e os representantes que elegeu. Acompanhar será fiscalizar, apoiar, criticar – participar.
Dia 1º sai o reserva, entra o titular, e um estilo novo de jogo vai começar.
(por ALEXANDRE GARCIA, jornalista).

O NOVO MINISTRO DO MEIO AMBIENTE, por Antonio Fernando Pinheiro Pedro

Ricardo Salles chega amadurecido, com equipe e plano traçado para dirigir o Ministério do Meio Ambiente
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Jair Bolsonaro finalmente indica o seu futuro ministro do Meio Ambiente: Ricardo Salles. 
Salles é um jovem advogado, líder do movimento “Endireita Brasil”, integrante do Partido Novo e ex-secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. 
Integrei, juntamente com Ricardo Salles, o grupo técnico encarregado de gerir um projeto de gestão para o Ministério do Meio Ambiente. (*1)
A contribuição concreta – por meio de estudos e relatórios concluídos e entregues à transição pelo grupo técnico, por si só já representou a satisfação do dever cumprido. 
Indefinições na escolha dos nomes extraídos do próprio grupo, ocorridas em virtude da desistência de última hora do Professor Evaristo de Miranda, fez com que Ricardo Salles fosse o próximo indicado e, na permanência da nebulosidade das últimas semanas, o meu nome surgisse como alternativa, apoiado inclusive pelo professor e pelo próprio Ricardo. 
No entanto, o bom senso finalmente venceu e o desenho originalmente traçado para a execução do plano de gestão surgiu, em pleno domingo, com a indicação pelo Presidente eleito Jair Bolsonaro, do nome de Ricardo Salles. 
Dou aqui um testemunho dos fatos recentes. 
Ricardo e eu estamos alinhados. Esse alinhamento foi construído cuidadosamente, com amizade e lealdade, a partir de divergências anteriores, decorrentes da gestão do hoje ministro indicado á frente da Secretaria de Meio Ambiente do Estado.  
Na verdade, o que Ricardo pretendia para a Secretaria paulista, devo reconhecer, fazia todo o sentido, mas não batia com a cultura de gestão imposta até então pelos sucessivos gestores indicados pelos tucanos em mais de vinte anos de administração do PSDB no meio ambiente paulista.  Por óbvio os atritos ocorreram e, demandados por polos diferentes, acabamos por seguir rumos diversos na crise que ali se instalara.
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Ricardo Salles, Pinheiro Pedro e Zancopé Simões - Programa Gente que Fala - Rádio Trianon
Passada a gestão de Ricardo na Secretaria, Ricardo e eu nos encontramos para participar do programa “Gente Que Fala” – um tradicionalíssimo programa de debates da Rádio Trianon, produzido por nosso irmão comum Fausto Camunha. A partir desse programa, construímos uma relação sincera e muito profícua. 
O tempo foi o senhor da razão e do amadurecimento de uma relação de amizade que se provou firme em todo o tumultuado processo de escolha para a gestão ambiental federal. 
Ambos alinhamos pontos de vista e vimos, com muita preocupação, o risco de perda de foco que todo esse processo poderia trazer.  
Por óbvio que o Ministério do Meio Ambiente não pode tornar-se um carimbador de licenças ambientais, ou obstáculo ao desenvolvimento do país ou um mero  “despachante” de autorizações para o agronegócio. Também não deve servir de meio de locupletamento de ONGs, atender a interesses internacionais inconfessáveis, virar repasto de militantes ambientalistas, submeter-se ao pensamento torto do promotor de justiça da esquina, virar a estufa do aquecimento dos debates acadêmicos sobre o tema do clima,  ou servir de palco para a vaidade midiática de terceiros. 
Porém, foi nessa turbulência de interesses, em sucessivas gestões “sem pé nem cabeça”, que o Ministério do Meio Ambiente e, por conseguinte, o próprio IBAMA, perderam-se – nas gestões FHC/Lula/Dilma e Temer.  Nesse embate de interesses pouco afetos ao interesse do Brasil, perdeu-se o essencial: afirmar a soberania nacional no controle ambiental do território brasileiro. 
De fato, compete ao governo brasileiro empregar a gestão ambiental na solução dos conflitos de uso da terra e no controle da qualidade de vida da população no território nacional.  Deve zelar pelos recursos estratégicos e pela integridade de importantes regiões – hoje infestadas por atividades nocivas aos interesses do Brasil.  
A AMAZÔNIA VERDE E A AMAZÔNIA AZUL, devem merecer atenção redobrada do gestor á testa do Sistema Nacional do Meio Ambiente brasileiro. Não se trata de administrar o controle ambiental sobre as ações pesqueiras, extrativistas, de exploração petrolífera, minerária, de uso da água ou implantação de infraestrutura. Trata-se de integrar todo esse controle sobre as atividades humanas no grande contexto de defesa da nossa soberania sobre esses imensos espaços territoriais, na terra e no oceano atlântico.
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Salles e Pinheiro Pedro no Grupo Técnico de Transição
A tarefa exige compreensão sistêmica de todo o processo de ocupação do território brasileiro e, para tanto, requer sobretudo HUMILDADE. 
Será preciso rasgar as receitas de bolo trazidas no bolso do paletó e substituí-las pelo planejamento integrado das ações, com olhos e ouvidos atentos a todos os demais setores do governo e da sociedade.  
A gestão ambiental brasileira é estratégica. É ela que trava ou presta suporte ao desenvolvimento do país. 
Em mãos erradas, como têm ocorrido desde meados dos anos 90, com raríssimas exceções, o Ministério do Meio Ambiente e seus organismos jurisdicionados conseguiram TRAVAR, negando ou postergando o licenciamento ambiental, toda a implementação da infraestrutura brasileira. 
Nas últimas décadas, o Ministério do Meio Ambiente, literalmente, pôs a pique o projeto nuclear brasileiro, os programas de geração e distribuição de energia termo e hidrelétrica, o plano nacional de viação, a instalação, modernização e melhoria da logística, a macro ocupação do litoral brasileiro, os projetos integrados de desenvolvimento, turismo e preservação, o desenvolvimento portuário,  a segurança jurídica da economia rural e, portanto, a afirmação da soberania do Brasil sobre seu território. 
Com isso, a judicialização da economia e a submissão da Administração Pública aos humores ideológicos da autoridade judiciária de plantão, permitiram que a degradação ambiental das “questões sociais” ocupasse o vazio deixado pela não implantação da infraestrutura e da atividade econômica ordenada – no campo, no litoral e nas cidades.  
Dos criadores de aves e animais de estimação aos construtores do projeto do submarino nuclear brasileiro, passando pela economia agrária e pelo saneamento urbano, não há setor, hoje, que não esteja afetado pela insegurança, ineficácia, indefinição e falta de coragem na assunção de posicionamentos, vinculados à má condução da gestão ambiental pelo governo.
Isso precisa mudar – e não ocorrerá com soluções midiáticas ou nomes tirados da carta da manga, desprovidos da visão sistêmica. 
A mudança exigirá quadros com anos de experiência na condução de conflitos no campo da legislação ambiental e na busca de soluções técnicas para esses conflitos, e que tenham histórico de independência, coragem e determinação reconhecidas no embate com os arautos da mesmice que se apoderaram da estrutura do sistema nacional do meio ambiente. 
Ricardo Salles contatará, sem dúvida, com gente qualificada.  Os ventos da mudança trouxeram esperança de mudança de rumos na economia ambiental.  Há, pela primeira vez, um plano, objetivos e estratégia de ação, traçados e prontos para serem executados.  
Parabéns ao novo Ministro e ao Presidente Jair Bolsonaro pela escolha. 
Sigamos na luta.
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Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e Vice-Presidente da Associação Paulista de Imprensa - API. É Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.
Antonio Fernando Pinheiro Pedro

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Fonte: Notícias Agrícolas

O ministro da Economia Paulo Guedes é a favor de vender todas as empresas estatais



Publicado em 31/12/2018 16:13



SÃO PAULO (Reuters) - Será curta a lua de mel da comunidade empresarial brasileira com o presidente eleito Jair Bolsonaro, pressionado a entregar as promessas de campanha de domar a burocracia do país e zerar o enorme déficit público.
Bolsonaro toma posse na terça-feira, e empresários e banqueiros afirmam que estão observando Bolsonaro e seu time econômico com impaciência, buscando sinais de que ele cumprirá a prometida revisão.
Os maiores desafios - reformas fiscal e da previdência - não podem ser endereçados até o Congresso retornar, em fevereiro.
Mas o time de Bolsonaro precisa agressivamente preparar o terreno agora para essas reformas, antes mesmo de os legisladores voltarem do recesso, dizem líderes empresariais.
"Sinalizaria uma aprovação mais rápida se Bolsonaro e sua equipe se comprometessem a alterar o projeto de reforma da previdência que está no Congresso há alguns meses", disse Ricardo Lacerda, fundador e sócio do banco de investimentos BR Partners.
Alterar a lei corrente em vez de propor uma nova versão aumentaria as chances de aprovação no primeiro semestre de 2018, disse Lacerda, acrescentando que a bomba-relógio da previdência é a reforma mais urgente que precisa ser tratada pela equipe de Bolsonaro para interromper o crescimento do déficit de 130 bilhões de reais.
Bolsonaro também prometeu, durante sua campanha, atacar a corrupção endêmica do meio político, em parte encerrando o "toma lá, dá cá" com legisladores dos 30 partidos do Congresso para conseguir aprovar as suas leis.
Quando os legisladores retornarem, ele terá que mostrar que descobriu uma maneira de trabalhar com eles para aprovar as reformas. Não está claro como o time de Bolsonaro fará isso.
O novo governo também precisará se provar habilidoso ao lidar com o judiciário, se quiser ter sucesso no plano de passar adiante ativos do governo.
"Negociações com o Supremo são importantes para acelerar o ritmo das privatizações", disse Samuel Oliveira, sócio do banco de investimentos North Stone.
Por exemplo, os ministros do Supremo, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello, aprovaram injunções separadas bloqueando o programa de vendas da Petrobras. A venda de outros ativos dependerá de como Bolsonaro resolverá as tensões com sua própria equipe.
O ministro da Economia é a favor de vender todas as empresas estatais.
Mas terá que competir com as visões nacionalistas de vários ministros de Bolsonaro, que são antigos militares de alta patente. Eles consideram que muitas empresas estatais, como a elétrica Eletrobras, como ativos estratégicos que não devem ser leiloados.
O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, prevê a venda de até 300 bilhões de reais por ano em ativos estatais.
Banqueiros de elite esperam a cifra mais conservadora de 50 bilhões de reais por ano, se o governo Bolsonaro conseguir reverter as ordens do Supremo.

Integrantes do futuro governo alertam Bolsonaro sobre mudança de embaixada em Israel, diz fonte

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Integrantes do futuro governo estão alertando ao presidente eleito Jair Bolsonaro sobre o risco que representará ao país a possível mudança da sede da embaixada do Brasil em Israel, disse à Reuters uma fonte em condição de sigilo.
Segundo a fonte, a transferência da sede de Tel Aviv para Jerusalém poderia trazer consequências ao país, especialmente no campo comercial.
O Brasil é o maior exportador mundial de carnes para países árabes, que são contra a posição de reconhecer Jerusalém como território exclusivamente israelense.
Alguns países da chamada liga Árabe alertaram que uma mudança poderia abalar o comércio entre Brasil e suas nações e as exportações brasileiras poderiam ficar comprometidas.
"Jair Bolsonaro tem sido alertado sobre a importância dos países árabes para o setor agrícola brasileiro", disse à Reuters a fonte, na condição de anonimato. "São bilhões por ano."
O setor agropecuário foi um dos principais apoios obtidos por Bolsonaro durante a sua campanha presidencial e a bancada no congresso será fundamental para a aprovação de reformas estruturais previstas pelo futuro governo.
A fonte destacou, no entanto, que Bolsonaro quer fazer um gesto de "agrado" a Israel como forma de aproximação estratégia com o país alinhado com os Estados Unidos.
"Ele (Bolsonaro) gostaria de se aproximar de Israel, que tem a sua admiração, através desse gesto diplomático", frisou a fonte.
O premier de Israel Benjamin Netanyahu está no Brasil desde a semana passada e na sexta-feira passada se encontrou com Bolsonaro. Ele também vai à posse do presidente eleito na capital federal na terça-feira.
No fim de semana, Netanyahu, disse que Bolsonaro lhe confessou o desejo de transferir a embaixada em Israel e que a questão era quando isso irá ocorrer e não se ela vai acontecer.

Mudança de embaixada do Brasil em Israel é questão de "quando, não de se", diz Netanyahu

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo que o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou a ele que era uma questão de "quando, não de se" a embaixada de seu país em Israel, atualmente em Tel Aviv, será transferida para Jerusalém.
Mais cedo, uma autoridade israelense já havia comentado sobre o assunto. No entanto, uma alta fonte do futuro governo mostrou cautela sobre a declaração israelense. "Só se comenta decisão, a qual ainda não foi tomada", disse a fonte à Reuters, sob condição de anonimato.
Bolsonaro, que assume a Presidência na terça-feira e está recebendo Netanyahu e líderes de outros países para sua posse, disse que gostaria de seguir a liderança do presidente dos EUA, Donald Trump, e transferir a embaixada.
Mas ele está sob intensa pressão do poderoso setor agrícola brasileiro para não fazer a mudança, já que poderia prejudicar as exportações para países árabes.
Tal movimento de Bolsonaro seria uma mudança brusca na política externa brasileira, que tradicionalmente apoia uma solução de dois Estados para o conflito entre Israel e Palestina.
A Liga Árabe disse a Bolsonaro que transferir a embaixada para Jerusalém seria um revés para as relações com os países árabes, segundo uma carta vista pela Reuters no início de dezembro.
"Bolsonaro me disse que era questão de 'quando, não de se' ele vai transferir a embaixada para Jerusalém", disse Netanyahu neste domingo durante uma reunião com líderes da comunidade judaica do Brasil no Rio de Janeiro.
"Atribuímos enorme importância ao Brasil e ao Brasil no contexto da América Latina", acrescentou. "Isso anuncia uma mudança histórica."
Netanyahu, que se encontrou com Bolsonaro na sexta-feira, disse que o brasileiro aceitou seu convite para visitar Israel, em uma viagem que deve acontecer em março.
Netanyahu é o primeiro primeiro-ministro israelense a visitar o Brasil.
Depois de conhecer o líder israelense, Bolsonaro disse que "precisamos de bons aliados, bons amigos, bons irmãos, como Benjamin Netanyahu".
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Fonte: Reuters