quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

China diz que negociações diretas de comércio com os EUA em janeiro prometem mais abertura



Publicado em 27/12/2018 10:36


PEQUIM (Reuters) - A China e os Estados Unidos fizeram planos para negociações presenciais sobre o comércio em janeiro, disse o Ministério do Comércio chinês nesta quinta-feira, enquanto as duas maiores economias do mundo avançam nos esforços para resolver a guerra comercial entre si que já dura meses.
As negociações por meio de telefonemas "intensos" continuarão enquanto isso, disse Gao Feng, porta-voz do Ministério do Comércio, acrescentando que as negociações estão avançando sem parar, apesar do feriado de Natal nos Estados Unidos.
"Mesmo que o lado dos EUA esteja no período de folga de Natal, as equipes econômicas e comerciais da China e dos EUA estão em comunicação estreita, e as negociações estão progredindo de forma ordenada", afirmou Gao, ao ser questionado sobre o andamento das conversas.
Gao não quis comentar diretamente quando questionado por uma confirmação de notícia de uma visita de uma delegação comercial dos EUA marcada para a semana de 7 de janeiro.
"Os dois lados, de fato, fizeram acordos específicos para negociações presenciais em janeiro, além de continuar as intensas conversas telefônicas", disse ele, sem dar mais detalhes.
Autoridades dos EUA e da China conversaram por telefone nas últimas semanas, mas uma reunião no mês que vem seria a primeira conversa presencial desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, encontrou seu colega chinês, Xi Jinping, em Buenos Aires, em 1º de dezembro.
Trump e Xi concordaram em parar com a intensificação das tarifas um sobre o outro, que interromperam o fluxo de centenas de bilhões de dólares de produtos comerciailizados entre os dois países.
Os líderes também concordaram com novas negociações enquanto os Estados Unidos adiaram o aumento de tarifas, planejado para 1º de janeiro, para março.
Em resposta, a China retomou as compras de soja norte-americana pela primeira vez em seis meses, embora as grandes tarifas sobre as cargas norte-americanas permaneçam em vigor.
A China também disse que suspenderá tarifas adicionais sobre veículos e autopeças fabricados nos Estados Unidos por três meses a partir de 1º de janeiro, acrescentando que espera que ambos os lados possam acelerar as negociações para remover todas as tarifas adicionais sobre os produtos um do outro.

China faz críticas e elogios ao secretário de Defesa demissionário dos EUA

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Secretário de Defesa dos EUA, James Mattis (E), aperta a mão do ministro chinês da Defesa Nacional, Gen. Wei Fenghe, antes de sua reunião no Pentágono em Arlington, Virgínia, EUA, em 9 de novembro de 2018. REUTERS / Yuri Gripas9, 2018. REUTERS/Yuri Gripas
PEQUIM (Reuters) - O Ministério da Defesa chinês criticou o demissionário secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, nesta quinta-feira devido às suas "acusações falsas" contra a China, mas também o elogiou por seus esforços a favor dos laços militares entre as duas potências.
Nesta semana, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que substituirá Mattis dois meses antes do esperado, já que ele renunciou na semana passada devido a divergências de diretrizes com seu chefe.
Trump criticou na segunda-feira Mattis e sua opinião sobre alianças do país, dizendo que o chefe do Pentágono foi incapaz de reconhecer o verdadeiro custo do apoio militar norte-americano ao redor do mundo.
Em sua carta de renúncia, Mattis disse acreditar que os EUA "devem ser resolutos e inequívocos em nossa abordagem com os países cujos interesses estratégicos estão cada vez mais em atrito com os nossos".
Ele identificou Rússia e China como nações que "querem moldar um mundo condizente com seu modelo autoritário".
Falando em uma coletiva de imprensa mensal, o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Wu Qian, expressou desagrado com os comentários de Mattis.
"Nós nos opomos às acusações falsas contra a China na carta de renúncia do secretário Mattis", disse.
"Ao mesmo tempo, enquanto o secretário Mattis esteve no cargo ele fez esforços positivos para tornar o relacionamento militar China-EUA um estabilizador dos laços bilaterais".
O vice-secretário de Defesa, Patrick Shanahan, assumirá o lugar de Mattis em caráter interino a partir de 1º de janeiro.
Wu disse que, sob o comando de Shanahan, a China espera que os laços militares continuem a se desenvolver de uma maneira saudável e estável.
As relações entre as duas maiores economias do mundo se agravaram como nunca no governo Trump devido a uma disputa comercial acirrada e desentendimentos sobre Taiwan, reivindicada por Pequim, o Mar do Sul da China e outras áreas de tensões geopolíticas.
Receosas de que laços frouxos entre as duas grandes forças militares possam provocar mal-entendidos que se tornem conflitos devido às relações tensionadas, autoridades dos EUA disseram que Mattis estava tentando forjar um relacionamento com os líderes militares chineses.
Uma autoridade chinesa já havia dito à Reuters que Pequim via Mattis como um "sábio" com experiência de guerra suficiente para saber que é melhor evitá-la.
Mas ao mesmo tempo em que ele tentava cultivar tais elos para conter crises, o Pentágono intensificou atividades que irritam o governo chinês, como as operações de "liberdade de navegação" no disputado Mar do Sul da China.
(Por Ben Blanchard)

China propõe proibir transferência forçada de tecnologia estrangeira

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PEQUIM/XANGAI (Reuters) - A China propôs proibir a transferência forçada de tecnologia e a "interferência ilegal" do governo nas operações de empresas estrangeiras no país, práticas que estão sob os holofotes em uma disputa comercial com os Estados Unidos.
Um projeto de lei sobre investimento estrangeiro, cujo texto completo foi publicado na quarta-feira, chega quando a China tenta resolver seu prolongado impasse com os EUA, que acusa Pequim de práticas comerciais injustas, incluindo roubo e transferência obrigatória de propriedade intelectual.
Embora negue tais acusações, a China prometeu facilitar o acesso ao mercado para investidores estrangeiros e proteger melhor seus direitos em face de reclamações crescentes e investimento estrangeiro mais lento.
O projeto de lei apresentado na quarta-feira é mais curto do que uma versão de 2015, mas adotou uma linha notavelmente mais forte sobre proteção de propriedade intelectual.
"Autoridades oficiais e seus funcionários não devem usar meios administrativos para forçar a transferência de tecnologia", diz o texto.
Enquanto as tensões comerciais aumentam em países como os Estados Unidos e a Alemanha, há uma crescente cautela em relação às empresas chinesas - apoiadas pelo Estado e cheias de dinheiro - que obtêm tecnologia estrangeira avançada por meio de aquisições agressivas no exterior.
Em um aparente movimento para enfatizar a reciprocidade, o projeto de lei afirma que a China se reservaria o direito de retaliar contra países que discriminam o investimento chinês com "medidas correspondentes".
Uma vez adotada, o projeto substituirá três leis já existentes, que regulam joint ventures e empresas totalmente estrangeiras, embora o texto deva passar por várias leituras antes de ser submetido à aprovação formal, o que poderia levar um ano ou mais.
Entretanto, alguns especialistas jurídicos e consultores corporativos permanecem céticos sobre até que ponto esta lei protegeria os interesses de empresas estrangeiras, dada a falta de um Estado de Direito na China.
(Por Yawen Chen e Adam Jourdan)
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Fonte: Reuters

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