quarta-feira, 29 de abril de 2015

Crise favorece manutenção e setor de peças 29/04/2015 16:35

A retração de até 40% no mercado de tratores e Colheitadeiras tem levado as companhias a apostarem em outros segmentos para alavancarem receita do setor. Um deles é o segmento de peças, que assume um papel mais representativo no faturamento, no momento em que o produtor opta pela manutenção ao invés da troca de maquinário. "Em vez de trocar o equipamento neste ano, ele [o agricultor] troca mais pra frente. Em consequência, a máquina vai quebrar mais e precisar de mais peças para reposição", explica o diretor da concessionária Igarapé, da New Holland, Pedro Dias. Em geral, o segmento de peças representa entre 25% e 30% do faturamento. "Nesse momento do mercado, vamos chegar a 40%", estima. Com nove lojas na região Sudeste, sendo cinco em São Paulo e quatro no sul de Minas Gerais, a receita média da concessionária gira em torno de R$ 1,5 milhão. Já está nos planos deste ano a abertura de uma décima unidade, localizada em Ourinhos (SP). Considerando o segmento de máquinas, o executivo acredita que 2015 será encerrado com queda entre 20% e 30%. "É aí que se torna ainda mais importante a fidelização do cliente com o pós venda", enfatiza. Estratégia Um dos fatores fundamentais na assistência técnica é manter os estoques o mais próximo possível de 100%. Em entrevista ao DCI, o diretor de peças da New Holland, Fernando Gaya Santos, diz que a companhia saiu da margem de 92% para 98% de abastecimento nos estoques e barateou custos com equipamentos nacionais. "Em um momento de pressão para o agricultor, o importante é baixar custos de produção. Desenvolvemos soluções para reduzir o desembolso através de peças nacionais e conseguimos reduzir a tabela de preços em 7% quando comparada aos valores praticados em 2014. Isso, mesmo com todas as intempéries de mercado, como câmbio e incerteza macroeconômica", conta o executivo de uma das principais fabricantes de Máquinas Agrícolas do mundo. "A expectativa geral para o setor de peças é de um faturamento de 5% a 10% menor, puxado pela diminuição de vendas em maquinário, enquanto nossa meta é crescer 15% com peças originais, dentro do parque da New Holland", acrescenta. Sem revelar valores, Santos adianta que o desempenho do segmento de peças começa a ganhar importância dentro da composição de resultados da companhia. Durante encontro com a imprensa, ontem (28), o vice-presidente para a América Latina, Alessandro Maritano, destacou que o mercado de Máquinas Agrícolas foi "fraco no primeiro trimestre, normal no segundo e pode ser pior no próximo semestre, o que deve gerar uma redução de 10% a 15% no ano, em relação a 2014". O executivo esteve na 22ª edição da Feira Internacional de Tecnologia em Ação (Agrishow). Para apaziguar os ânimos, Maritano afirma que os juros de 7,5% pelo Moderfrota - linha de crédito para modernização de Máquinas Agrícolas - estão em linha com a inflação e menores que a taxa básica (Selic) e que o desempenho do setor nos Estados Unidos está pior que o do Brasil. Definir a vida útil do maquinário varia muito e vai de acordo com a cultura, região de atuação, etc. Para a New Holland, o tempo médio é atribuído a 10 anos. Durante esse período é possível explorar a manutenção e troca de peças. Fonte: DCI

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