segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Brasil vai gerar energia só com a correnteza dos rios

A força da correnteza dos rios da região Norte é a nova aposta para a geração de energia elétrica no Brasil
Dois projetos em Rondônia e no Pará investem na chamada energia hidrocinética, sistema que usa só a correnteza dos rios, sem a necessidade de construir barragens. Um deles tem verba do governo britânico -cerca de R$ 1 milhão-, em parceria com a Eletronorte e a Unifei (Universidade Federal de Itajubá). Por meio desse processo, a água passa por uma turbina parcialmente submersa no rio, gerando uma energia adicional, que é enviada para a rede ou redirecionada para povoados não atendidos pelo sistema (veja quadro). A Folha acompanhou pesquisadores da Unifei que percorreram, em oito dias, 5 km do rio Jamari a partir da água da jusante -lado oposto ao da nascente- para mapear a velocidade da correnteza, a profundidade do local e a possibilidade de geração de energia suplementar. O potencial desse sistema ainda é incerto. Em Rondônia, houve ganhos, segundo o pesquisador Julio César Silva de Souza, que também faz os estudos na região da hidrelétrica de Curuá-Una (PA). Segundo ele, há indícios de que, se adotado em larga escala, poderia elevar a geração do país em até 30%. No próximo ano Outro projeto, próximo a Tucuruí (PA), deve entrar em operação até o final do próximo ano, de acordo com a Eletronorte. Será o primeiro parque hidrelétrico hidrocinético fluvial do Brasil, sob responsabilidade da empresa e da Itaipu Binacional. A turbina de Tucuruí tem dez metros de diâmetro e previsão de custo de R$ 10 milhões. Se existisse hoje, poderia abastecer uma comunidade de 3.000 pessoas sem energia numa área a 16 km de Samuel, segundo Marcial José Perez Viana, gerente-executivo da hidrelétrica. A geração em Samuel e Curuá-Una surgiu em novembro de 2014, quando a Unifei se inscreveu numa chamada pública do Reino Unido. A perspectiva é de começar a gerar em 2017 -antes, no verão, devem ser repetidos os estudos para avaliar o potencial do rio em época de cheia. Há outros cinco projetos em andamento no país bancados pelo governo britânico, em parceria com órgãos como Aneel e Eletrobras. Para Geraldo Lucio Tiago Filho, integrante do projeto, titular da Unifei e secretário-executivo do Centro Nacional de Referências em Pequenas Centrais Hidrelétricas, o país tem a oportunidade de desenvolver essa tecnologia antes dos outros. "Vamos ter algo nacional, sem importar nada. Fontes renováveis é o que mais temos no Norte do país." Data de Publicação: 31/08/2015 às 16:39hs Fonte: Folha de S. Paulo

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