quarta-feira, 29 de maio de 2013

Dilma enfrenta "hora da tempestade" por articulação frágil com Congresso

Dilma enfrenta "hora da tempestade" por articulação frágil com Congresso quarta-feira, 29 de maio de 2013 21:27 Por Jeferson Ribeiro BRASÍLIA, 29 Mai (Reuters) - A derrota do Planalto no Congresso na votação de duas medidas provisórias prioritárias para o governo nesta semana coroou o desgaste de uma relação que já dava sinais de fragilidade. As reclamações de aliados da ampla base que apoia a presidente Dilma Rousseff não são novas, mas a não aprovação das Medidas Provisórias 605, que permitia o uso de recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para garantir a redução da conta de luz, e a 601, que ampliava a desoneração da folha de pagamento de vários setores da economia, ratificaram a falta de articulação. As dificuldades de relacionamento do Planalto com a base aliada pareciam ter chegado ao ápice durante a conturbada votação da MP dos Portos, no dia 16, quando o texto foi aprovado a horas de caducar, apesar dos reiterados apelos públicos da presidente em defesa da medida, apontada por ela como essencial para a competitividade do país. Uma fonte do governo ouvida pela Reuters, avaliou que os problemas não são de agora e recorreu a analogia de uma tempestade para exemplificar a situação. "Uma tempestade não começa com a chuva e os raios. Primeiro há a formação de muitas nuvens, depois uma composição climática, até chegar a hora da tempestade", disse. A irritação dos parlamentares vem desde 2011, quando um corte de 50 bilhões de reais no Orçamento lhes tirou quase todos os recursos previstos nas emendas, fundamentais para que eles façam política em suas bases eleitorais. O corte se repetiu em 2012. Nesta semana, além de não aprovarem as duas MPs, os aliados tentaram passar uma mudança que tornaria o pagamento de emendas no Orçamento deste ano incontingenciáveis. Além disso, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), trabalha para tornar o desembolso desses recursos obrigatório a partir de 2014. A articulação política do governo já não tem mais forças sequer para prever e impedir esse tipo de manobra.

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