sexta-feira, 31 de maio de 2013

Efeito positivo da agropecuária na economia deve perder força

São Paulo, SP, 31 de Maio de 2013 - Principal influência positiva para o modesto crescimento de 0,6% da economia no primeiro trimestre, a agropecuária deve reduzir a sua contribuição nos próximos. Espera-se uma desaceleração no ritmo de expansão, já que o avanço de 17% do setor no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2012, foi beneficiado pela fraca base de comparação. No ano passado, o clima reduziu a produção de grãos no Sul do país, levando o PIB do setor agropecuário a uma retração de 8,5% no primeiro trimestre. Em 2013, a recuperação veio com força: a colheita de soja --carro-chefe da produção agrícola-- aumentou 23% e é recorde. Embora o peso da agropecuária seja de apenas 5% no PIB, a sua contribuição foi tão relevante que, sem ela, o indicador teria ficado praticamente estável, segundo economistas do Bradesco. Sem contar os efeitos indiretos do setor sobre as boas notícias do último PIB. A alta de 3% nos investimentos, impulsionada por bens de capital, tem um componente agrícola. Para colher a supersafra, as vendas de colheitadeiras subiram 55%. Com a safra de soja encerrada, os impactos diretos e indiretos da agropecuária no PIB serão menores, mas não serão nulos. Se daqui para a frente o peso da oleaginosa diminui, entram na conta culturas não menos importantes: a moagem da cana-de-açúcar teve início em abril, enquanto a safrinha de milho, que já é maior do que a principal, começa a ser colhida em junho. Com o aumento da produção de cerca de 10% em ambas, cana e milho contribuirão com 30% do valor da produção agrícola --peso semelhante ao da soja e, portanto, não desprezível. Do outro lado estão o café e o feijão. O primeiro tem um ano de produção menor e de preços baixos. Já o feijão, com a menor safra em 12 anos, também contribui com a outra grande preocupação do governo: a alta inflação. (Folha de São Paulo) (Tatiana Freitas)

Nenhum comentário:

Postar um comentário