Publicado em 23/05/2018 18:44
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta quarta-feira (23) com queda de 150 pontos. O mercado externo passou por ajustes técnicos depois de cinco sessões seguidas de alta, mas operadores também acompanharam novamente as expectativas de safra alta neste ano no Brasil.
O vencimento julho/18 registrou na sessão 119,35 cents/lb com queda de 150 pontos e o setembro/18 anotou 121,65 cents/lb com 150 pontos de recuo. Já o contrato dezembro/18 fechou o dia com 125,20 cents/lb e desvalorização de 150 pontos, enquanto o março/19, mais distante, caiu 150 pontos, a 128,65 cents/lb.
Depois de suporte do câmbio e preocupações com a onda de frio no Brasil nos últimos dias, as cotações do arábica na ICE passaram a realizar ajustes técnicos durante a maior parte desta quarta-feira. O vencimento julho/18, inclusive, já trabalha abaixo do patamar de US$ 1,20 por libra-peso.
Os fundamentos também deram pressão ao mercado à medida em que as temperaturas subiam nas áreas produtoras do Brasil após leve geada em algumas regiões. "Operadores disseram que a perspectiva de uma safra recorde no Brasil neste ano continua a manter o mercado na defensiva", complementou a Reuters internacional.
O Escritório brasileiro do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estimou que a produção de café no Brasil atinja 60,2 milhões de sacas de 60 kg nesta temporada, um incremento de 18% ante a temporada anterior. A Conab aponta produção de 58 milhões de sacas no país na safra 2018/19.
O câmbio, que também vinha dando suporte ao mercado nos últimos dias, exerceu pouco impacto sobre os preços externos na sessão. O dólar comercial encerrou o dia com queda de 0,54%, cotado a R$ 3,6251 na venda, após elevação dos juros na Turquia e ata do Fed (Federal Reserve), banco central dos Estados Unidos.
"O Fed não trouxe novidades em sua ata, apenas fortaleceu a decisão do último dia 2, sem surpresas", disse o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado, para a agência de notícias Reuters.
Mercado interno
Os negócios com café seguem lentos nas praças de comercialização do Brasil. "Grande parte dos vendedores consultados pelo Cepea segue mais distante do mercado físico, sustentando as cotações e reduzindo o ritmo de negócios – além do andamento da colheita no País, produtores têm preferido aguardar valorização mais expressiva dos grãos para voltar a negociar", disse em nota o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 499,00 e queda de 1,77%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com baixa de 2,08% e saca a R$ 470,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 470,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com queda de 1,08% e saca cotada a R$ 460,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 466,00 e baixa de 1,89%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
Na terça-feira (22), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 455,47 e queda de 0,55%.
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas
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