Publicado em 24/05/2018 18:00
Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quinta-feira (24) com alta de mais de 100 pontos. O mercado realizou ajustes técnicos durante a maior parte do dia e operadores externos também acompanham informações sobre o desenvolvimento da safra no Brasil, maior produtor e exportador.
O vencimento julho/18 registrou na sessão 120,55 cents/lb com alta de 120 pontos e o setembro/18 anotou 122,75 cents/lb com 110 pontos de avanço. Já o contrato dezembro/18 fechou o dia com 126,30 cents/lb e valorização de 110 pontos, enquanto o março/19, mais distante, subiu 110 pontos, cotado a 129,75 cents/lb.
Depois da queda na véspera, o dia foi de acomodação técnica para o café arábica, segundo reportam agências internacionais de notícias. Além disso, operadores no terminal externo ainda acompanham as recentes informações sobre a safra 2018/19 do Brasil. Relatos de geadas isoladas nos últimos dias deixaram o mercado preocupado.
"Áreas de cultivo no Sul de Minas Gerais registraram temperaturas bastante frias a ponto de danificar a colheita nesta semana, mas são baixos os relatos de anos. O tempo permanece seco na maior parte em áreas arábica, mas localidades de conilon receberam chuvas recentemente", disse em relatório o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
O câmbio, que também vinha impactando os negócios externos do arábica, exerceu impacto praticamente nulo sobre as cotações da variedade nesta quinta-feira. O dólar comercial encerrou o dia com alta de 0,64%, cotado a R$ 3,6483 na venda, acompanhando a greve dos caminhoneiros no país e o cenário internacional.
"Até que se saiba o impacto da paralisação (dos caminhoneiros) na economia e nas contas públicas, o mercado fica mais cauteloso", afirmou o diretor da mesa de câmbio da corretora Multimoney, Durval Correa, para a agência de notícas Reuters. A moeda estrangeira impacta diretamente as exportações do grão.
Em entrevista ao Notícas Agrícolas nesta quinta-feira, Carlos Paulino, presidente da Cooxupé (Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé), disse que caminhões estão impossibilitados de entrar e sair da Cooxupé neste momento. O setor da cafeicultura e os produtores foram atingidos, mas ele lembra que o café não é um produto perecível.
Mercado interno
Segundo reporte do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), os negócios com café são pontuais com vendedores distantes do mercado físico, além de produtores atentos aos trabalhos de colheita e à espera de valorização mais expressiva dos grãos para voltar a negociar.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 503,00 e alta de 0,80%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 1,27% e saca a R$ 477,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 475,00 e alta de 1,06%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 1,32% e saca cotada a R$ 461,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 470,00 e alta de 0,86%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Araguari (MG) com alta de 4,35% e saca a R$ 480,00.
Na quarta-feira (23), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 451,98 e queda de 0,77%.
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas
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