terça-feira, 30 de abril de 2013

Impactos da mecanização na cultura da cana são debatidos em fórum na Agrishow

Impactos da mecanização na cultura da cana são debatidos em fórum na Agrishow30/04/2013 Forma de colheita gera desemprego e consequências que se refletem na sociedade, afirmam especialistas Daniela Siqueira | Ribeirão Preto (SP) Nesta terça, dia 30, foi realizado mais um Fórum Canal Rural na Agrishow 2013. Foram discutidos os impactos da mecanização na cultura de cana-de-açúcar. Participaram do debate a diretora do Instituto de Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Marli Dias Mascarenhas Oliveira, o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de São Paulo (Fetaesp), Braz Albertini, o presidente da Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Canoeste) e da Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana), Manoel Ortolan, e o presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho. O debate foi conduzido pelo jornalista João Batista Olivi. >> Acompanhe a cobertura da Agrishow 2013 Segundo Marli Dias, a mecanização é acelerada por diversos fatores, tais como prazos para redução da queima da palha da cana, avanços tecnológicos e a busca por ganhos em eficiência e produtividade. Ela apresentou dados que mostram que o número de propriedades rurais que utilizaram a mecanização para a colheita da cana avançou de 42%, em 2007, para 80%, em 2012. Em contrapartida, o número de trabalhadores rurais caiu de 163 mil, em 2007, para 85 mil, em 2012. O modo com que os produtores estão tendo que deixar de queimar a palha de cana, que é muitas vezes abrupto, obriga-os a utilizar a mecanização. Esta forma de colheita gera desemprego e consequências que se refletem na sociedade. Manuel Ortolan criticou o pouco tempo com que os produtores estão tendo para se adaptar às novas normas e a falta de comprometimento do poder público com a questão. – Se o tempo para a adaptação fosse maior, seria mais fácil acomodar os trabalhadores e aplicar as políticas públicas – afirma. Cesário Ramalho acrescenta que o assunto precisa ser tratado com mais seriedade pelo governo, já que as políticas públicas são, até o momento, inexistentes. O representante dos trabalhadores rurais, Braz Albertini, defendeu a ideia de que os trabalhadores foram ignorados ao aplicar as normas e que falta qualificação profissional para o ingresso dessas pessoas no mercado de trabalho. Segundo ele, mais de 100 mil trabalhadores perderam o emprego, entretanto, menos de 10% foram qualificados. Esses trabalhadores, muitas vezes, vão para as periferias e se integram ao crime, piorando o quadro social das cidades brasileiras. Além disso, ele observa que, devido à quantidade de trabalhadores disponíveis, fica inviável a reivindicação dos direitos através de greves, situação que é aproveitada para a diminuição dos salários. Mesmo tendo implicações sociais, a mecanização da cana tem cumprido seu objetivo de preservação ambiental. Segundo dados apresentados pela pesquisadora Marli Dias Mascarenhas, a emissão de CO2 diminuiu 70% no campo, além de permitir a reconstituição das matas ciliares. CANAL RURAL

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