sexta-feira, 10 de maio de 2013

10/05/2013 - 15:53

10/05/2013 - 15:53 Ustra diz que Dilma integrou grupo terrorista para implantar comunismo G1 O ex-coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que foi chefe de órgão de repressão política durante a ditadura militar, afirmou nesta sexta-feira (10) em depoimento à Comissão Nacional da Verdade (CNV) que a presidente Dilma Rousseff participou de organização terrorista com intenção de implantar o comunismo. Para Ustra, se os militares não tivessem lutado, o Brasil estaria sob "a ditadura do proletariado". A assessoria de imprensa da presidência disse que o Planalto ainda não tem conhecimento das declarações de Ustra. Informou ainda que o Planalto vai buscar o teor do depoimento e só então vai definir se haverá ou não um posicionamento. Ustra foi o chefe do DOI-Codi, órgão de repressão política durante o regime militar, de 29 de setembro de 1970 e 23 de janeiro de 1974. “Todas as organizações terroristas, em todos os seus estatutos. Está lá escrito claramente que o objetivo final era a implantação de uma ditadura do proletariado, o comunismo – derrubar os militares e implantar o comunismo. Isso consta de todas as organizações”, afirmou. “Inclusive nas quatro organizações terroristas que nossa presidenta da República participou. Ela participou de quatro organizações terroristas que tinham isso, de implantar o comunismo. Estávamos lutando pela democracia e estávamos lutando contra o comunismo. Se não fosse a nossa luta, se não tivéssemos lutado, eu não estaria aqui porque eu já teria ido para o 'paredón'. Os senhores teriam um regime comunista, um regime como o de Fidel Castro [ex-presidente de Cuba]”, completou Ustra. Nos anos 1960, a presidente Dilma Rousseff integrou as organizações clandestinas Política Operária (Polop), Comando de Libertação Nacional (Colina) e Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), dedicadas a combater a ditadura militar. Condenada por "subversão", passou três anos presa no presídio Tiradentes, em São Paulo (entre 1970 e 1972). No final dos anos 1970, no Rio Grande do Sul, ajudou a fundar o PDT, de Leonel Brizola. Em 1990, filiou-se ao PT. Ao chegar à audiência, antes das perguntas dos conselheiros, Ustra pediu para fazer uma declaração inicial. Em seguida, o conselheiro José Carlos Dias começou a fazer as perguntas. Apesar de ter conseguido autorização na Justiça para pemanecer calado, Ustra respondeu a alguns questionamentos. Porém, indagado sobre o que eram os instrumentos de tortura pau de arara e cadeira do dragão e com que frequência eram utilizados contra os presos, Ustra respondeu: “Está tudo escrito no meu livro, não vou responder”. "A titulo de cooperação, entreguei à Comissão da Verdade um livro com mais de 600 páginas onde detalho tudo, como era feitas as prisões, os inquéritos, tudo o que aconteceu. O meu depoimento que prestei está ali. Agi com consciência, agi com tranquilidade, nunca ocultei cadáver, nunca cometi assassinatos, sempre agi dentro da lei e da ordem. Nunca fui um assassino, graças a Deus nunca fui", disse. "Eu não vou me entregar. Eu lutei, lutei, lutei. Tudo o que eu tenho que declarar eu já disse, está no livro. Nesse momento, me asseguro o direito de me manter calado reforçando a decisão do juiz da 12ª Vara de Justiça", disse. Acusações Em outubro, Ustra e o delegado aposentado Alcides Singillo, que atuou no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops-SP) foram denunciados pelo Ministério Público Federal em São Paulo (MPF–SP) por ocultação de cadáver na ditadura militar. De acordo com o MPF-SP, os restos mortais do estudante de medicina Hirohaki Torigoe, de 27 anos, estão desaparecidos desde 5 de janeiro de 1972. De acordo com o MPF, a denúncia protocolada em outubro é a terceira contra Ustra. As ações tratavam de crimes de sequestro.

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