quinta-feira, 16 de maio de 2013

16/05/2013 07:50

16/05/2013 07:50 Vendas em alta aceleram ano das máquinas Aumento de 29,6% no primeiro quadrimestre, na comparação com o início de 2012, torna projeções ultrapassadas Gazeta do PovoA expectativa da indústria de máquinas agrícolas de que 2013 será um ano de recordes começa a sair do campo das previsões. Os negócios no primeiro quadrimestre surpreenderam até mesmo os mais otimistas. De acordo com o balanço de Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), 26,3 mil unidades foram comercializadas no mercado interno nos quatro primeiros meses, um crescimento de 29,6% em relação às vendas ao mesmo período do ano passado (20,3 mil). O índice faz com que a projeção para o ano, de crescimento de 5%, tenha de ser revisada. Só de tratores, 20,5 mil deixaram as concessionárias e foram parar nas fazendas, aumento de 27,7% sobre o primeiro quadrimestre de 2012 (16 mil). O maior aumento foi registrado entre as colheitadeiras, 58%. Mais de 3 mil foram comercializadas, contra 1,9 mil no começo do ano passado. “O resultado foi melhor que a expectativa. Esperamos a continuidade do crescimento na sequência do ano para, se for o caso, revisar nossa projeção”, ressalta o diretor da área de máquinas agrícolas da Anfavea, Milton Rego. “Ocorreu uma demanda adicional por causa da supersafra de grãos, que exigiu maquinário extra”, complementa Luiz Feijó, diretor comercial da New Holland no Brasil. Além do bom momento da agricultura no país, com supersafra de verão e cotações remuneradoras, o setor atribui o início de ano surpreendente à redução da taxa de juros do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), em agosto do ano passado, de 5,5% para 2,5%. Apesar de o prazo dessa redução ter encerrado na temporada passada, as regras do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) permitiam faturar os pedidos até 31 de março. Hoje, a taxa de juro do PSI é de 3% e, no dia 30 de junho, passa para 3,5%. O juro reduzido do PSI foi a motivação para que a frota da fazenda de Jan Haasjes, em Castro, na Região dos Campos Gerais, ganhasse uma nova colheitadeira. O maquinário, entregue em fevereiro ao custo de R$ 500 mil, auxiliou os trabalhos na colheita das lavouras de feijão, milho e soja espalhadas em 780 hectares. “O juro barato nos levou a investirmos em mais uma colheitadeira [já havia outras duas na propriedade]. Com o trabalho aqui na fazenda e o aluguel [da prestação de serviços aos vizinhos], vamos pagar a máquina em seis anos”, afirma Haasjes. Futuro Apesar do balanço do primeiro quadrimestre comprovar que o setor está aquecido, ainda é cedo para se saber se o recorde de vendas será superado. Na série histórica da Anfavea, iniciada em 1960, a maior marca é a de 1976, quando 80,2 mil máquinas foram comercializadas. A fase era de mecanização da agricultura. “Ainda não é possível fazer tal prognóstico. Vamos acompanhar o fechamento do primeiro semestre, que dará a correta sinalização da tendência do mercado”, diz, cauteloso, o presidente da entidade, Luiz Moan Yabiku Júnior. Em janeiro, a projeção da associação era comercializar 72,9 mil unidades neste ano. Caso a meta seja atingida, 2013 ultrapassará 2012, quando 69,3 mil unidades foram negociadas, e se transformará no segundo melhor ano da história do setor. Baixa capacidade dos fornecedores limita negócios Apesar do mercado interno aquecido e da alta demanda, as indústrias de máquinas estão deixando de fechar negócios. O motivo é a falta de componentes para a montagem dos tratores e colheitadeiras. As principais marcas dependem de uma rede de fornecedores que não acompanha o crescimento do mercado. “Todos os fornecedores estão trabalhando no limite”, garante Bernardo Fedalto, diretor de caminhões da Volvo. O estrangulamento no fornecimento de peças tem forçado algumas indústrias a trabalharem abaixo da capacidade. A produção da New Holland está aquém da capacidade operacional, mesmo com planejamento. “A nossa fábrica tem condições de abrir mais um turno, mas não fazemos porque não há fornecimento de peças”, lamenta Luiz Feijó, diretor comercial da marca no Brasil. Para o diretor da área de máquinas agrícolas da Anfavea, Milton Rego, as empresas de peças não acompanharam o crescimento do mercado nos últimos anos, principalmente em modernização e aumento da capacidade. “Trazer de fora é custoso e esbarra na complexidade logística. Além disso, as indústrias querem que o fornecedor esteja ao lado da planta. É preciso investir”, ressalta. 26,3 mil tratores e colheitadeiras foram vendidos no primeiro quadrimestre, crescimento de 29,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Notícias de Máquinas e Implementos

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