sexta-feira, 3 de maio de 2013

Indústria concentra esforço na qualificação da mão de obra

Indústria concentra esforço na qualificação da mão de obra As fabricantes e montadoras de máquinas agrícolas e os produtores brasileiros estão começando a voltar os olhos para a qualificação da mão de obra do campo 03/05/2013 18:40 DCI - Diário do Comércio & Indústria O foco pode ser uma solução para o déficit de trabalhadores profissionalizados, um problema geral da economia brasileira que encontra no agronegócio um agravante, que é a alta mecanização da produção. Nos últimos cinco anos, o Brasil virou referência na produção de tecnologias de agricultura de precisão, mas faltou combinar com os produtores como operar as novas máquinas, cada vez mais complexas. Por parte das montadoras, algumas empresas começam a oferecer aos trabalhadores dos seus clientes cursos que incluem simuladores de operação e aulas a distância, como a Case IH. Na simulação, os funcionários entram em cabines, onde são projetadas imagens de uma plantação semelhante a uma situação real, e o operador pode testar seu aprendizado dentro do simulador. Na Agrishow deste ano, a CaseIH está lançando um simulador com uma capacidade de projeção de 180 graus. Esse treinamento é oferecido pela empresa a produtores de grãos do Mato Grosso (MT) e usinas de cana-de-açúcar do Centro Sul. "Para usineiros, [a simulação] ajuda na conversão de todos os cortadores [de cana] em operadores [de colheitadeiras]. Além disso, o consumo de combustível é zero e sem possibilidade de falhas mecânicas", explica o vice-presidente da Case IH para a América Latina, Mirco Romagnoli. A Massey Ferguson, que anunciou durante a Agrishow o lançamento do Auto Guide 3000, um sistema de direcionamento automático de máquinas guiado por satélite que permite que o operador foque sua atenção no rendimento da máquina, também oferece cursos de treinamento aos clientes. Mas, segundo o diretor de marketing da montadora, Fábio Piltcher, "o novo sistema é bastante simples de operar e intuitivo". No caso da cultura de cana, a falta de mão de obra especializada na colheita tem aberto espaço para a atuação de prestadores de serviço, que fazem a colheita, o carregamento e o transporte da cana até a usina, utilizando tecnologias avançadas. É o caso de Gustavo Casteluccia, que oferece serviços às usinas na região de Avaré (SP) e foi à Agrishow em busca de tratores com tecnologia de ponta. "As colhedoras estão cada vez mais sofisticadas, mas a dificuldade ainda é a topografia irregular dos terrenos", afirmou ao DCI. No campo Porém, para os produtores que dependem de trabalhadores próprios, como no caso dos grãos, ainda há muita dificuldade. "A mão de obra qualificada é um gargalo para nós. A mecanização exige conhecimento dos operadores, e nós temos muita dificuldade de oferecer cursos", contou ao DCI o produtor e deputado estadual do Mato Grosso (MT) pelo PDT, Zeca Viana, que esteve na Agrishow. Segundo Viana, que possui 30 mil hectares de lavoura em Primavera do Leste (MT), é papel da indústria e das escolas profissionalizantes do setor se aproximar das regiões produtoras para oferecerem treinamento à população local. A dificuldade é maior para os produtores pequenos e médios, que mesmo com uma capacidade tecnológica inferior à dos grandes produtores, têm poucos recursos para contratar trabalhadores. "Não se encontra mais mão de obra fácil e qualificada para trabalhar no campo", lamenta Ailton de Oliveira, que planta grãos em Conceição das Alagoas (MG) e diz que também não tem capital suficiente para adquirir máquinas com agricultura de precisão. O mineiro Henrique Perez, que possui 200 hectares com plantação de batata em Ipuiuna (MG), já mecanizou todo o plantio e utiliza carretéis para fazer a irrigação da lavoura, mas seu maior problema agora é encontrar gente para fazer a colheita. "O governo só dá incentivos para as pessoas irem para a cidade", reclama. Notícias de Capacitação

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