sexta-feira, 10 de maio de 2013
Indústria não faz teste para detectar nível de ureia no leite, diz especialista
Indústria não faz teste para detectar nível de ureia no leite, diz especialista
10/05/2013 07h05
Substância presente na composição do produto era adicionada em fraude.
Responsável por laboratório da Univates exEncontrada no leite adulterado no Rio Grande do Sul, a ureia não é uma substância facilmente identificada nos exames de controle de qualidade usados pela indústria de laticínios. Quem afirma é química Júlia Tischer, do laboratório da Univates, em Lajeado, onde foram feitas as análises que detectaram a fraude revelada pelo Ministério Público (MP) na última quarta-feira (8).
“A análise de ureia não é feita rotineiramente na indústria”, garante a responsável técnica pelo Laboratório do Leite da universidade, órgão credenciado pelo Ministério da Agricultura e pela Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa) para análises.
De acordo com as investigações do MP, a adulteração ocorria entre a compra do leite cru na propriedade rural e o transporte para os postos de resfriamento. No meio do caminho, o produto era levado para galpões, onde era misturado a água e ureia – uma substância que contém formol, elemento químico considerado cancerígeno – para aumentar o volume.
Conforme Júlia, a ureia está presente normalmente na composição do leite. O tipo de exame que detecta a concentração dessa substância no produto é, na maioria das vezes, feito para determinar a dieta de cada animal, com a finalidade de melhorar a qualidade do leite produzido pelo rebanho.
“A gente faz esse exame nutricional do leite de cada animal para definir a dieta da alimentação do gado leiteiro. Não é um método simples, de bancada, que utilize materiais de laboratório. É necessária a aquisição de equipamentos específicos para codificar esse elemento (ureia). Por isso é muito difícil ser encontrado na indústria”, reforça Júlia.
A pedido do Ministério Público, o laboratório da Univates ficou encarregado de analisar a suspeita de adulteração no leite cru praticada por um grupo de transportadores autônomos. As amostras passaram por uma série de análises físico-químicas, que comprovaram a adição.
Do G1 RS
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ResponderExcluirElena, gostaria de informacoes que nao achei em outros canais. Se fervermos o leite de caixinha a ureia e o formol sao seguramente eliminados na fervura? Acredito que o processo UHT so elimina bacterias, nao é?
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