terça-feira, 29 de abril de 2014
Agrishow debate exportação de máquinas e implementos
Agrishow debate exportação de máquinas e implementos
No primeiro dia da 21ª edição da Agrishow, autoridades defenderam o incentivo à exportação de máquinas agrícolas, que esbarra em entraves como carga tributária, câmbio e a alta dos juros
A feira, que teve início ontem em Ribeirão Preto (a 315 quilômetros de São Paulo), contou com a presença do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller; do ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Miguel Rosseto; e do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, dentre outros.
Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) indicam que, em 2013, foram exportadas 15,62 mil máquinas agrícolas, queda de 7,7% sobre 2012.
Entretanto, o presidente da Frente Parlamentar de Agricultura e Pecuária, deputado federal Luis Carlos Heinzer (PP/RS), destaca que os estados do Sul do Brasil são grandes produtores de maquinário para agricultura de grande qualidade.
"Acho importante abrirmos para a exportação, mas o primeiro problema que temos é o chamado custo Brasil", avalia o deputado. O termo "Custo Brasil" é utilizado para descrever o conjunto de gargalos estruturais, burocráticos e econômicos que encarecem o investimento no País e comprometem a competitividade da indústria nacional. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Albert Neto, destaca que um dos entraves do setor de máquinas é a questão tributária. "O agronegócio dá certo porque é o setor mais subsidiado que temos, as máquinas têm que estar cada vez mais baratas para que o produtor possa comprar. Temos que tirar a carga tributária de quem produz", diz. De acordo com Neto, o País só ultrapassará os Estados Unidos na produção de máquinas agrícolas se forem feitas desonerações ao setor.
"Não sou contra a exportação de commodities, mas o setor não pode ter sua dependência em 90% de minério de ferro e soja nas vendas para o comércio exterior", critica o presidente.
Neto lembra que, em 2013, o governo brasileiro gastou cerca de R$ 245 bilhões para pagar juros. Segundo ele, a sociedade civil (onde se inclui a Abimaq) foi responsável pelo pagamento de mais R$ 350 bilhões. "Neste contexto não sobra dinheiro para investir em desenvolvimento. Enquanto não forem solucionados os problemas de juros, falta de paridade nas taxas de câmbio e alta carga tributária, não conseguiremos ter competitividade no comércio internacional", enfatiza.
Mais Alimentos
Durante a solenidade de abertura do evento foi assinado o primeiro contrato comercial internacional do programa Mais Alimentos, desenvolvido pelo MDA. São US$ 35 milhões financiados ao Ministério do Desenvolvimento da Agricultura, Mecanização e Irrigação da República do Zimbábue, representado pelo ministro Joseph M. Made, para que o país possa investir em tecnologia agrícola e importar máquinas brasileiras.
Para o deputado Heinzer, "o que estão fazendo com a África é importante e o ideal seria a expansão do programa a outros países. Foi um mercado que se abriu naquele continente e logo é possível que se abram outros mercados", diz o parlamentar.
O programa Mais Alimentos já contempla pequenos e médios produtores no Brasil, com foco em agricultura familiar, a fim de subsidiar o investimento em modernização de maquinário e crescimento do setor. O montante financiado pode ser pago em até dez anos, com três anos de carência e juros de 2% ao ano.
Recorde esperado
Após declarar que este seria seu último ano à frente do evento, o atual presidente Maurílio Biagi Filho, estima que esta seja a maior Agrishow já realizada.
"Esperamos cerca de 170 mil pessoas apesar das incertezas causadas por condições climáticas e seca. Acreditamos que isso não afetará o faturamento da feira e queremos superar os R$ 2,6 bilhões obtidos na receita do ano passado", projeta Biagi.
Segundo ele, o grande objetivo da feira é trazer pessoas de diversos estados, que atuem em culturas distintas para terem contato com as tecnologias disponíveis para a implementação.
O governador Alckmin declarou que foi realizada a cessão da área para que o evento aconteça em Ribeirão Preto pelos próximos 30 anos, até 2042.
Algumas das principais áreas contempladas na feira são máquinas e implementos agrícolas; agricultura de precisão; agricultura familiar, armazenagens, equipamentos para irrigação, software e hardware, seguros, entre outros.
Neri Geller, que representou a presidente Dilma Rousseff, reafirmou seu compromisso com o setor no prosseguimento dos programas já implantados.
"Em 2013 foram vendidos mais de 83 mil equipamentos agrícolas, 18,6% a mais do que 2012, sendo que a grande maioria desses equipamentos foi financiada por recursos equalizados pelo tesouro nacional", lembrou o ministro da Agricultura.
Data de Publicação: 29/04/2014 às 19:50hs
Fonte: DCI
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