segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Milho: Na CBOT, preços dão continuidade ao movimento de queda e março/15 chega a US$ 3,68 por bushel

Os contratos da commodity exibiam desvalorizações entre 1,75 e 2,25 pontos
As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a semana em campo negativo. Os contratos da commodity exibiam desvalorizações entre 1,75 e 2,25 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 3,68 por bushel, com queda de 2,00 pontos. O mercado dá continuidade às perdas registradas na semana anterior e opera ainda de forma técnica, frente à falta de notícias nesse momento. Ainda assim, os analistas destacam que os investidores começam a observar o andamento da safra da América do Sul. Na Argentina, a safra deverá ser maior do que o esperado e, caso do Brasil, há a colheita do milho da safra de verão, também são fatores observados pelos participantes do mercado. Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta novo boletim de embarques semanais, importante indicador de demanda. Na semana anterior, o número ficou em 886,825 mil toneladas, volume pouco acima do esperado pelo mercado, entre 540 mil a 740 mil toneladas do grão. Veja como fechou o mercado na última sexta-feira: Milho: Com forte alta do câmbio, mercado termina sessão em alta e março/15 chega a R$ 28,40 As cotações do milho negociadas na BM&F Bovespa terminaram a sexta-feira do lado positivo da tabela. As principais posições do cereal finalizaram o dia com valorizações entre 0,64% e 1,43%. O vencimento março/15 era cotado a R$ 28,40 a saca, após ter fechado o dia anterior a R$ 28,00 a saca. Pelo quarto dia consecutivo as cotações futuras acompanham a movimentação do dólar e exibem ganhos. Nesta sexta-feira, a moeda norte-americana encerrou a R$ 2,6894 na venda, com alta de 2,96%. Na máxima da sessão, o câmbio chegou a R$ 2,6919. Essa foi a maior alta desde setembro de 2011, conforme dados da agência Reuters. O movimento é decorrente do resultado do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA em 2014, que cresceu 2,4%. Paralelamente, o mercado também repercute as declarações do novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de que o real não deve permanecer valorizado artificialmente. Nos últimos dias, as cotações do milho na bolsa brasileira também esboçaram uma recuperação após as perdas expressivas observadas recentemente. Em relação à safra do Brasil, a redução na primeira safra e o clima irregular, são fatores que já foram precificados pelo mercado. Ainda assim, a expectativa é que a partir de fevereiro o mercado começa a observar melhor a situação da segunda safra. Em muitas regiões onde o plantio da soja atrasou devido ao clima irregular, a perspectiva é de redução na área cultivada com o grão. Isso sem contar a diminuição dos investimentos em tecnologia, em função do maior risco. Mercado interno No mercado interno brasileiro, semana foi preços ligeiramente mais altos. De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bitencourt Lopes, na região de Ubiratã e Londrina, ambas no Paraná, a semana foi de leve ganho de 2,56%, com a saca do milho cotada a R$ 20,00 nesta sexta-feira. Em Tangará da Serra (MT), a alta foi de 2,86%, com a saca do milho a R$ 18,00, preço de fechamento de hoje. Já em Campo Novo do Parecis (MT), a valorização foi de 3,23%, com a saca negociada a R$ 16,00. Na contramão desse cenário, em Jataí (GO), os valores recuaram 11,11%, e a saca de milho terminou a sexta-feira a R$ 20,00. No Porto de Paranaguá, a semana foi de estabilidade, porém, em relação ao dia anterior, o preço voltou a subir, cerca de 1,85%, terminando a sexta-feira a R$ 27,50 a saca. Contudo, o economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, destaca que, ao longo de janeiro, os preços recuaram entre 4% a 5% e dependendo da praça, a queda chegou a 10%. "O milho passa por um momento de transição forte, estamos finalizando as exportações da temporada e fevereiro, se tivermos embarques será de algum remanescente. Com isso, a formação dos preços será confinada ao mercado interno e estamos em um momento em que os agricultores procuram liquidar lotes para abrir espaço para a safra de verão, por isso, temos preços pressionados", ressalta o economista. Motter também destaca que o volume colhido na safra de verão deverá ficar no mercado interno e somar aos estoques da safra 2013/14, que são elevados. Conforme dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), os estoques finais deverão ficar acima dos 14.458,8 milhões de toneladas. "O produtor deve observar com cautela. Temos uma expectativa em relação à safrinha, primeiro com o atraso no plantio da soja e, portanto, uma janela ideal de cultivo mais ajustada. E, segundo como o clima irá se comportar, já que temos uma prolongação das irregularidades climáticas. Tudo isso gera uma aposta nos produtores, de que os preços irão se recuperar, que pode, ou não se confirmar", acredita o economista. Bolsa de Chicago A semana foi negativa aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Nos últimos quatro pregões, as principais posições do cereal terminaram em campo negativo e perderam importantes patamares de suporte. Nesta sexta-feira (30), as perdas ficaram entre 1,50 e 1,75 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 3,70 por bushel. O consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, destaca que o mercado operou de maneira uma técnica durante essa semana. "Estamos em um período de falta de notícias e como as cotações perderam patamares de suporte, os investidores acabaram liquidando as suas posições. E a perspectiva é que esse cenário se mantenha até a próxima semana", explica. Além disso, os investidores começaram a observar melhor o andamento da safra da América do Sul. Frente às boas chuvas que estão sendo registradas na Argentina, a expectativa é que a safra de milho fique entre 24 milhões a 26 milhões de toneladas nesta temporada. O número está acima da última estimativa do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), de 22 milhões de toneladas. "A colheita da primeira safra no Brasil também começa a ser o foco dos investidores. No Rio Grande do Sul, temos em torno de 20% da área colhida, no Paraná, o índice é de 10% e, por enquanto, as produtividades são positivas, de até 10 mil quilos por hectare. Com isso, o mercado largou os fundamentos e passou a operar de maneira mais técnica", diz Brandalizze. O consultor ainda destaca que a fraca demanda nos Estados Unidos, também contribuiu para preços pressionar os preços. Diante das nevascas no país, o fluxo de ração para o interior fica parado, fator que também influencia nas cotações. Data de Publicação: 02/02/2015 às 10:10hs Fonte: Notícias Agrícolas

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