quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Depois da Helicoverpa armigera, “Lagarta Parda” causa danos na Bahia

29/10/15 - 15:55 Após sofrer perdas bilionárias com a Helicoverpa armigera, a Bahia enfrenta agora a ameaça da “Lagarta Parda” (Thyrinteina arnobia), que vem atacando as lavouras de café, cacau e até eucalipto. A Secretaria estadual de Agricultura (Seagri) deu início neste mês a um programa fitossanitário de controle biológico na região Sul do estado. “A primeira ocorrência que suscitou um trabalho foi no Extremo Sul foi por conta do eucalipto. Nós temos a necessidade de fazer um controle não só nas grandes propriedades, mas também nos pequenos produtores”, afirmou a engenheira agrônoma Suely Xavier, da Agência de Defesa Agropecuária do Estado da Bahia (Abab), uma autarquia da Seagri. “As lagartas estão entre as principais pragas que atingem os plantios de eucalipto. São 110 espécies nativas do Brasil. Picos populacionais da praga geralmente estão associadas aos eventos que deflagrem algum tipo de desequilíbrio ambiental. Em nosso cenário, possivelmente, os aspectos climáticos contribuíram. Essa praga é um problema de interesse nacional, das empresas e do Estado, devido à importância econômica da atividade tanto para a região, como também pela sua participação na pauta de exportação da Bahia”, explica o diretor geral da Adab, Oziel Oliveira. Nada menos que 10 milhões de vespas, que são predadoras naturais da Lagarta Prada, foram liberadas na região. “O programa lançado visa estabelecer um método de controle preventivo, para que não aconteça, por exemplo, o que aconteceu no Oeste do Estado com a Helicoverpa Armigera”, justifica o superintendente de Políticas do Agronegócio da Seagri, Guilherme Bonfim. O controle à praga de lagartas nos plantios de eucalipto está sendo realizado com um inseticida biológico à base de Bacillus thuringiensis. O produto é específico para lagartas, ou seja, não oferece risco à saúde do homem e animais. O mecanismo de ação do B. thuringiensis se dá através da liberação de toxina no sistema digestivo alcalino das lagartas e é inofensivo a todos os demais organismos, inclusive aos pássaros que se alimentam das lagartas mortas e aos insetos, como as abelhas. O diretor de Defesa Vegetal da Adab, Armando Sá, explica que a infestação se deu em função das secas no Nordeste do Brasil: “Já em 2014, tivemos um levantamento nas áreas do Extremo Sul, e identificamos que tinha uma lagarta. Esse ano, por conta do clima, que teve chuvas reduzidas, a praga veio em um volume maior. Então foi necessário o programa”. Sá conta que as propriedades da região não podem aplicar agroquímicos porque possuem um “selo de qualidade internacional”. “Por conta da certificação internacional, elas só utilizam o produto biológico. Essas propriedades monitoradas são certificadas. Então, não podemos utilizar o produto químico”, conclui. Agrolink Autor: Leonardo Gottems

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