quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Lula fala sobre investigação da PF e diz que sobreviverá à 'pancadaria'

29/10/2015 12h44 - Atualizado em 29/10/2015 17h07 Lula fala sobre investigação da PF e diz que sobreviverá à 'pancadaria' Empresa do filho do ex-presidente foi alvo de buscas da Polícia Federal. Ele discursou em encontro do PT e disse que sabe enfrentar ‘adversidade’. Nathalia Passarinho e Filipe Matoso Do G1, em Brasília
Três dias após empresas de um de seus filhos terem sido alvos de uma operação da Polícia Federal, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (29), em discurso no encontro do Diretório Nacional do PT, que sobreviverá à "pancadaria”. Na última segunda-feira (26), a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão no endereço onde funcionam empresas de Luís Cláudio Lula da Silva, filho mais novo de Lula. A ação foi um desdobramento da Operação Zelotes, que investiga fraudes em julgamentos e vendas de sentenças no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda, e incentivos fiscais supostamente irregulares em favor de empresas do setor automotivo. Não queria que ficassem preocupados com esse problema. Ninguém precisa ficar com pena, porque se tem uma coisa que aprendi na vida é enfrentar a adversidade. Se o objetivo é truncar qualquer perspectiva de futuro, então vão ser três anos de muita pancadaria e, pode ficar certo, eu vou sobreviver." Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “Não queria que ficassem preocupados com esse problema. Ninguém precisa ficar com pena, porque se tem uma coisa que aprendi na vida é enfrentar a adversidade. Se o objetivo é truncar qualquer perspectiva de futuro, então vão ser três anos de muita pancadaria e, pode ficar certo, eu vou sobreviver”, afirmou o ex-presidente, aplaudido pela plateia de dirigentes petistas. No início do discurso, Lula afirmou que o partido vive o maior “bombardeio” da história do país, “atacado 24 horas por dia”. “Quero compartilhar com vocês o que estou vendo. A primeira coisa que acho que temos que fazer é uma aferição correta sobre a conjuntura política. Certamente nós não vivemos o nosso melhor momento. Nós vivemos um momento de um acirrado bombardeio contra o PT e os petistas. Acho que nunca houve na história do país o bombardeio que nosso partido recebe 24 horas por dia”, afirmou. No discurso, Lula também atribuiu parte da atual crise à "mudança de discurso" do governo da presidente Dilma Rousseff em relação às promessas da campanha eleitoral do ano passado. Na avaliação de Lula, a presidente está fazendo exatamente o que afirmou que não faria enquanto tentava conquistar mais um mandato. O ex-presidente destacou em outro momento que a aprovação das medidas de ajuste fiscal pelo Congresso é mais importante que "derrubar" o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. “Nós não podemos ficar mais seis meses discutindo ajuste, não podemos passar mais seis meses discutindo CPMF. Temos de começar a votar amanhã, se for o caso [o ajuste], porque tudo o que interessa à oposição é que a gente arrume 500 pretextos para discutir qualquer assunto e depois a gente discuta o que interessa: aprovar as coisas que a Dilma mandou para o Congresso”, disse. “Ah, primeiro vamos derrubar o Cunha, depois vamos derrubar o impeachment e, depois, se der tempo, a gente tentar as coisas que a gente quer. Eu acho que é importante a gente medir [as prioridades] porque o tempo do governo urge”, concluiu. Lula diz que mudança no discurso de Dilma intensificou crise política Presidente do PT diz que família de Lula sofre 'ataque odioso' Operação Zelotes prende 5 e faz buscas em empresa de filho de Lula Receita pede quebra de sigilo de Carvalho e empresas de filho de Lula Rui Falcão Antes de Lula discursar, o presidente do PT, Rui Falcão, criticou o que classificou de “ataque odioso” à família do ex-presidente. “É preciso acabar com a ofensiva que se dirige ao governo, à presidenta, ao nosso partido e à nossa liderança maior que é o presidente Lula. Há uma campanha coordenada para nos fragilizar. […] E agora tem esse ataque odioso à família do presidente Lula e, simultaneamente ao companheiro Gilberto Carvalho”, disse Falcão. O presidente do PT afirmou que o Ministério Público Federal realiza operações em datas simbólicas para o partido, com o objetivo de enfraquecer a legenda. Ele citou o fato de o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto ter sido conduzido à delegacia, para prestar depoimento de forma coercitiva, às vésperas do aniversário de 35 anos do partido. “Setores se valem do momento simbólico do nosso partido para ofensivas pretensamente de combate à corrupção, mas que têm outro alvo. Vaccari foi conduzido para prestar depoimento às vésperas dos 35 anos do nosso partido”, afirmou. tópicos: Gilberto Carvalho, Luiz Inácio Lula da Silva, Ministério Público Federal, Ministério da Fazenda, Polícia Federal, Rui Falcão

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