quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Dirigente da indústria faz previsão pessimista para futuro governo

Dirigente da indústria faz previsão pessimista para futuro governo MARIA CRISTINA FRIAS ENVIADA ESPECIAL A MILÃO "Na Itália, não somos muito bons em fazer aliança, em geral, ainda mais com as experiências que já tivemos." A frase de Paolo Zegna, vice-presidente da Confindustria (Confederação Nacional da Indústria da Itália) ilustra o pessimismo diante das perspectivas após as eleições. Como nenhum bloco político assegurou cadeiras suficientes para formar maioria no Senado e na Câmara, não se sabe ainda quem formará o novo governo. O empresário, que é também presidente do grupo Ermenegildo Zegna, tampouco tem expectativa de uma definição para esta semana, espera um período de instabilidade no país e afirma que a crise pode se agravar. "Não foi um belo resultado porque não houve resultado. É um impasse. Tudo está para se descobrir." O trabalho nos próximos dias será buscar na atual difícil e delicada situação a alternativa menos negativa que se possa encontrar, os tipos de acordo viáveis. "Mas não se deve esperar muito [dessa procura]", diz, desanimado. "A crise pode se tornar pior." Zegna lembra que o spread [diferença entre os títulos italianos e alemães] subiu depois do resultado, um reflexo da queda da confiança externa. Foi a 345 pontos-base, mas fechou ontem um pouco abaixo, a 336 pontos-base. "Não tem nada pior do que ver um mercado financeiro internacional que cria ainda mais problema para o país." Para as empresas, isso só piora a delicada situação em que muitas já se encontram. "Essa incerteza não ajuda nada as empresas, que precisam se expandir. São incertezas relativas ao custo de investimentos, ao custo do dinheiro, à reação de consumidores", diz. Há também o temor do humorista Beppe Grillo, frisa. Ainda que fosse conhecido, para Zegna, foi um fenômeno de poucos meses. "Na verdade, foi nos últimos quatro meses que criou seu movimento, que só critica, quando um movimento deve também construir." Para Zegna, é difícil saber o futuro de Mario Monti. "Mas, para mim, ele salvou a Itália. Monti tornou a imagem da Itália mais positiva na Europa e no mundo. Teve de fazer uma limpeza. Claro, que não podia perfumada, com flores. Ele apertou o cinto. " "Poucos dos eleitores compreenderam que o remédio dado era justo e que para mudar a Itália precisa de um processo longo e penoso." 28/02/2013 - 03h00

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