quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

EUA não devem "ditar" ordens ao mundo, diz novo secretário de Defesa

WASHINGTON, 27 Fev (Reuters) - O ex-senador Chuck Hagel, veterano condecorado da Guerra do Vietnã, tomou posse nesta quarta-feira como secretário de Defesa dos Estados Unidos, após uma acirrada disputa pela confirmação no Senado, e prometeu renovar velhas alianças e forjar novas, sem tentar "ditar" ordens ao mundo. Falando a funcionários do Pentágono logo depois de uma pequena cerimônia de posse a portas fechadas, Hagel falou de forma otimista, embora vaga, sobre os desafios globais que esperam os Estados Unidos e a importância da liderança norte-americana no mundo. "Não ditamos para o mundo. Mas devemos nos engajar com o mundo. Devemos liderar com nossos aliados", disse Hagel, no que parecia ser um discurso de improviso. "Nenhuma nação, por maior que sejam os EUA, pode fazer nada disso sozinha." Ele também falou com franqueza sobre o contingenciamento orçamentário previsto para entrar em vigor em 1o de março. "Essa é uma realidade. Precisamos entender isso. Vocês estão fazendo isso. Precisamos lidar com essa realidade." Se o Congresso não reverter nos próximos dias o chamado "sequestro" orçamentário, o Pentágono deve sofrer cortes de 46 bilhões de dólares em suas verbas. Hagel foi durante oito anos senador pelo Partido Republicano, com o qual rompeu durante o governo de George W. Bush, tornando-se um duro crítico da guerra no Iraque. Muitos republicanos que se opuseram à nomeação dele repreenderam-no por causa da posição sobre o Iraque e manifestaram dúvidas sobre a firmeza do seu apoio a Israel, da sua dureza contra o Irã ou do seu compromisso com uma dissuasão nuclear robusta. Hagel teve seu nome aprovado pelo Senado na noite de terça-feira por 58 x 41 votos, o mais apertado resultado para a nomeação de um chefe do Pentágono na história. Apenas quatro republicanos votaram a favor. Em sua fala nesta quarta-feira, o novo secretário não citou as críticas dos republicanos, nem revelou preocupações por trabalhar com um Congresso dividido. Mas expressou a opinião de que os EUA precisam ser cautelosos ao exercerem seu poderio.

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