Ministério da Justiça vai analisar perfil de refugiados no Brasil

Ministério da Justiça vai analisar perfil de refugiados no Brasil Estudo quer identificar o perfil dos estrangeiros que se refugiam no país. Uma das principais dificuldades deles é com a língua portuguesaEdição do dia 13/04/2013 13/04/2013 23h03- Atualizado em 13/04/2013 23h05 O Ministério da Justiça vai fazer um estudo para conhecer o perfil dos refugiados que vivem no Brasil. Uma das principais dificuldades desses estrangeiros é com o idioma. Na primeira aula de português, 35 alunos. Olhos fixos no professor para tentar aprender. Eu quero, eu trabalho, eu jogo, eu brinco. Para os brasileiros, essas frases são muito fáceis, mas para os estrangeiros na sala de aula não é tão simples assim. Eles vieram do Haiti, da República do Congo, do Senegal, do Peru e do Afeganistão. Chegaram ao Brasil há poucas semanas e ainda enfrentam o idioma como principal barreira. O curso é dado por voluntários. Os livros foram doados por uma escola de idiomas e a sala de aula é emprestada por um cursinho pré-vestibular. A expectativa é de que em seis meses os alunos consigam fazer o próprio currículo. “Um curso como esse oferece um aprendizado de forma mais estruturante, até porque a segunda dificuldade é o acesso ao mercado de trabalho. Então, aprender a língua portuguesa de forma qualificada é imprescindível nesse processo”, explica Victor Mellão, diretor do Instituto de Reintegração Refugiado-Brasil. O Ministério da Justiça estima que hoje existam 4.700 refugiados no Brasil, sendo que 40% deles vivem em São Paulo. Foi para lá que Vladimir Arauzo decidiu ir, depois de deixar o Peru por razões políticas. Professor de gastronomia, ele diz que aprender o português é fundamental para exercer a profissão. Wakilahmad está no Brasil pelo mesmo motivo. E já sabe algumas palavras. Médico no Irã, foi perseguido e fugiu do país com a família. Agora, quer começar de novo, e sabe que precisa aprender mais para poder trabalhar e ficar de vez por aqui. JORNAL NACIONAL