terça-feira, 2 de abril de 2013
ONU aprova primeiro tratado sobre comércio global de armas
ONU aprova primeiro tratado sobre comércio global de armas
terça-feira, 2 de abril de 2013 14:39 BRT
NAÇÕES UNIDAS, 2 Abr (Reuters) - A Assembleia-Geral da ONU, com 193 nações, aprovou nesta terça-feira por maioria esmagadora o primeiro tratado sobre o comércio global de armas, que visa a regulamentar um negócio internacional de 70 bilhões de dólares em armas convencionais, desde armas leves a tanques e navios de guerra.
Houve 154 votos a favor, 3 contra e 23 abstenções.
Irã, Síria e Coreia do Norte impediram na semana passada o consenso necessário para a adoção do tratado durante uma conferência na sede da ONU. Dessa forma, as delegações que apoiam o tratado não tiveram escolha a não ser recorrer à votação na Assembleia-Geral.
O tratado será aberto a assinaturas dia 3 de junho e vai entrar em vigor 90 dias após a 50ª assinatura de ratificação.
China e Rússia, grandes produtores de armas, receberam o apoio de Cuba, Venezuela, Bolívia, Nicarágua e outros países na abstenção.
Alguns países se queixaram que o tratado favorece mais os países exportadores do que os importadores.
Os Estados Unidos, maior exportador de armas do mundo, disseram na semana passada que iriam votar a favor do tratado, apesar da oposição do poderoso lobby pró-armas dos EUA Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês).
O NRA se opõe ao tratado e prometeu lutar para impedir sua ratificação pelo Senado dos EUA quando chegar a Washington. O NRA diz que o tratado prejudicaria os direitos de posse de armas nos EUA, uma posição que o governo dos EUA rejeita.
O embaixador sírio na ONU, Bashar Ja'afari, repetiu que seu governo se opõe ao tratado de comércio de armas, porque não proíbe a venda de armas para atores não-estatais e "terroristas", como o governo descreve os ativistas na Síria, onde uma guerra civil de dois anos já deixou ao menos 70 mil mortes, segundo estimativas da ONU.
A Síria rotineiramente refere-se aos rebeldes que tentam derrubar o presidente Bashar al-Assad como "terroristas" apoiados por governos estrangeiros.
(Reportagem de Louis Charbonneau)
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