domingo, 26 de maio de 2013

Indicador do clima da actividade económica mantém-se favorável durante o primeiro trimestre

Publicado em: Dom, Mai 26th O relatório do Instituto Nacional de Estatística aponta que apesar das dificuldades dos empresários, as perspectivas macroeconómicas do mercado são animadoras considerando-se a produção de bens. A actividade económica no país apresentou uma tendência favo­rável nos seus princi­pais indicadores no decurso do primeiro trimestre desse ano. Segundo dados reve­lados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o indicador de confiança económico manteve a tendência evolutiva desde o tri­mestre anterior, mas permanece abaixo da média da série. Os dados referentes ao pri­meiro trimestre mostram que o indicador de confiança do sec­tor de indústria transformadora, mais uma vez contrariou a tendên­cia evolutiva do trimestre ante­rior permanecendo deste modo abaixo da média da série. Assim, comparativamente ao período homólogo, observou-se um comportamento positivo da produ­ção e boas perspectivas da mesma para o trimestre seguinte. O relatório acrescenta ainda que as empresas desse sector sen­tiram maiores dificuldades em desenvolverem as suas activida­des no período em análise em rela­ção ao período homólogo. A falta de água, energia e mão–de-obra especializada, foram os principais constrangimentos, apontados pelos empresários, adi­cionando o elevado absentismo da -mão-de-obra as frequentes ava­rias mecânicas nos equipamen­tos, dificuldades financeiras e a falta de matérias-primas. Segundo o INE, a informação disponível resulta da operação de recolha contínua do inqué­rito de conjuntura dos sectores da indústria extractiva, trans­formadora, construção, comér­cio, turismo e transportes nas províncias de Luanda, Benguela, Huíla e Kwanza-Sul. Cerca de 80 por cento das empresas do país encontram-se localizadas nes­sas quatro províncias e empre­gam aproximadamente 53,50 por cento dos trabalhadores. O INE realça ainda que o inquérito aos sectores da indús­tria extractiva e do turismo foi implementado no I trimestre de 2011. Por essa razão, só a par­tir do I trimestre de 2012, com a existência de dados de períodos homólogos, foi possível iniciar a apresentação de gráficos adicio­nais que permitem a análise da evolução dos dois sectores. Síntese dos resultados A conjuntura económica no sec­tor de indústria transformadora é desfavorável, o indicador con­trariou a tendência evolutiva e permaneceu abaixo da média da série, ao passo que no sector da construção, o indicador de con­fiança mais uma vez abrandou, mantendo deste modo uma con­juntura desfavorável. Na área do comércio, a con­juntura é favorável a dois tri­mestres consecutivos, pois o indicador evoluiu positivamente em relação aos períodos homólo­gos e permanece acima da média, assim como nos transportes onde a conjuntura económica conti­nua favorável para as empresas transportadoras, pois o indica­dor evolui positivamente desde o II trimestre de 2012 que se tor­nou favorável. Segundo o INE, os dados foram recolhidos de seis princi­pais sectores de actividade, desig­nadamente indústria extractiva, transformadora, comércio, trans­portes, construção e turismo. A indústria extractiva é constitu­ída por 32 empresas com maior relevância na economia. A pro­víncia de Luanda apresenta o maior número de empresas com 29, seguida de Benguela e Huíla com 2 e 1, respectivamente. A indústria transformadora é constituída por 150 unidades empresariais distribuídas por Luanda com 81; Benguela com 30; Kwanza-Sul com 23 e Huíla com 16. Já o sector da constru­ção é composto por 50 empre­sas, das quais, Luanda possui 27 empresas; Benguela 10; Kwan­za-Sul 8, e Huíla com 5. O sector do comércio é consti­tuído por 300 empresas com maior relevância no sector. Luanda tem 162 empresas; Benguela, 60; Kwanza-Sul 45 e Huíla com 33. O sector turístico comporta 49 empresas. A província de Luanda apresenta maior número com 45, seguida da Huíla com 3 e Ben­guela com 1. Já o sector dos transportes possui 50 empresas, das quais 27 sedeadas em Luanda; 10 em Benguela 8 no Kwanza-Sul e 5 unidades empresariais na pro­víncia da Huíla 5. Principais limitações Os resultados obtidos no perí­odo em referência mostram que o indicador de confiança no sec­tor de construção manteve a ten­dência descendente do trimestre anterior, por isso, permaneceu abaixo da média e observou-se ainda uma evolução negativa do indicador em relação ao período homólogo como consequência do comportamento desfavorá­vel de todas as variáveis que compõem o indicador. A insuficiência da procura, dificuldades na obtenção de cré­dito bancário e o nível elevado da taxa de juro, o elevado absen­tismo da mão-de-obra, a deterio­ração das perspectivas de vendas e o excesso de burocracia foram os principais constrangimen­tos apontados pelos empresários desse sector. Comércio e turismo Quanto ao sector do comércio e em conformidade com os números registados, o indicador manteve a tendência ascendente desde o trimestre anterior e permaneceu acima da média da série. Cons­tatou-se também uma evolução favorável do indicador em rela­ção ao período homólogo, resul­tante do aumento do stock. Assim, na opinião dos empre­sários, mais empresas sentiram constrangimentos ao desenvolve­rem as suas actividades em com­paração ao período homólogo. O excesso de burocracia e as dificuldades em encontrar pes­soal com formação apropriada foram os principais constran­gimentos no sector. Por conse­guinte, o elevado absentismo do pessoal ao serviço e as difi­culdades financeiras cons­trangiram simultaneamente as empresas comerciais. O mesmo não aconteceu com o sector dos transportes onde há quatro trimestres consecutivos, a conjuntura económica se man­tém favorável, pois o indicador de confiança evolui positiva­mente em relação aos períodos homólogos e permanece acima da média da série. Observa-se ainda um aumento da actividade actual e boas perspectivas de emprego no próximo trimestre. Quanto ao turismo, a conjun­tura económica, neste sector, vol­tou a ser favorável, pois o indicador, contrariou a tendência descen­dente que observava desde o tri­mestre anterior e voltou a situar-se acima da linha média. Observa-se ainda uma evo­lução positiva do indicador em relação ao período homólogo que de acordo com os empresários deveu-se ao aumento da activi­dade das empresas. Assim, no que concerne às actividades das empresas, menos empresas sentiram limitações nas suas actividades em relação ao período homólogo. Dificuldades financeiras e falta de pessoal qualificado, excesso de burocracia e regula­mentações estatais, absentismos ao serviço, foram os principais constrangimentos registados. Indústria extractiva No que tange à indústria extrac­tiva, dos resultados obtidos, observou-se que o indicador de confiança manteve a tendência evolutiva dos trimestres ante­riores, permanecendo acima da média da série e evoluiu positiva­mente em relação ao período homó­logo. A conjuntura económica no sector é favorável, pois a evolu­ção homóloga deveu-se essencial­mente ao aumento da produção e da boa perspectiva da mesma nos próximos três meses. Os empresários do sector senti­ram menos dificuldades ao desen­volverem as suas actividades em relação ao período homólogo. A falta de mão-de-obra espe­cializada e a falta de produtos intermédios e energéticos foram os principais constrangimentos por outro lado, o elevado absen­tismo da mão-de-obra, equipamen­tos insuficientes e as frequentes avarias mecânicas nos equipa­mentos foram apontados como factores que limitaram a activi­dade das empresas. PEDRO PETERSON (Jornal de Economia & Finanças)

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