sábado, 29 de junho de 2013

Pecuária: abate de fêmeas em MT cresce mais e representa 53% este ano

29/06/2013 as 11:11 por RedaçãoFonte: Só Notícias Mais da metade do rebanho bovino abatido de janeiro a maio deste ano e enviado para frigorífico em Mato Grosso é de fêmea. Ao todo, foram 1,28 milhão de matrizes, o que representa 53% do total até maio, aponta o levantamento feito pelo Instituto de Economia Agropecuária (Imea), a pedido da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e divulgado hoje. O aumento do abate de fêmeas está sendo registrado desde 2011 e esta evolução é influenciada por uma série de fatores que compõem a cadeia da carne. O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, aponta que o início deste movimento ocorreu com os problemas nas pastagens, primeiramente devido à seca em 2010 e depois devido ao ataque de cigarrinhas no ano seguinte. “Com o pasto degradado e sem renda para fazer a recuperação o produtor é obrigado a reduzir o plantel e para isso envia as fêmeas para o frigorífico”. O prolongamento da situação, entretanto, é de cunho financeiro, explica Vacari. “A função da fêmea é gerar bezerros e não há motivos para liquidar o rebanho quando há lucro na atividade. Porém, os preços pagos aos produtores não remuneram a atividade como deveria e não permite investimentos”, afirmou, acrescentando que a crise de 2012 e 2013 é de renda. As consequências deste aumento da participação das fêmeas nos abates no Estado são de longo prazo e ainda não estão sendo percebidas no mercado. O chamado ‘apagão de bezerros’ deverá ocorrer intensamente a partir do que vem. “Este ano estamos vendo uma ligeira valorização do bezerro e até 2015 faltará bezerros no mercado e toda cadeia sentirá o reflexo disso”, acrescentou. Luciano Vacani expôs ainda que o bezerro é considerado a moeda da pecuária e quando falta bezerro todos os elos que compõem a cadeia da pecuária são influenciados. Quando há aumento no preço do bezerro, a arroba também tende a ser valorizada e consequentemente isso chega ao consumidor final. “Quando há aumento no preço da arroba isso é refletido no mercado de carnes, mas nem sempre a proporção é a mesma. O varejo tende a majorar a valorização, prejudicando o consumidor de carne”. A crescente participação das fêmeas nos abates terá como consequência a redução no rebanho comercial de Mato Grosso, atualmente com 28,6 milhões de animais e considerado o maior do país. Levantamento do Imea aponta que, sempre que o abate de fêmeas em um ano equivale a 10% ou mais do total de vacas há uma redução no rebanho total, informa a assessoria da Acrimat. O superintendente conclui que, a partir deste ano, a redução no rebanho mato-grossense será mais acentuada. “Ano passado, houve uma variação de 1,8%, mas até 2015 a redução do rebanho será progressiva e mais impactante para o Estado”.

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