sábado, 29 de junho de 2013

Um hectare de palha gera energia para 20 casas

29/06/2013 - 13:57FOLHA DE S.Essa viabilidade foi um pouco ofuscada nos últimos anos porque os leilões do governo na área de energia não foram favoráveis à biomassa. Mas a possibilidade de produção comercial de álcool de segunda geração deve dar novo impulso ao setor. Uma parceira entre o CTC e a New Holland, empresa produtora de máquinas e equipamentos agrícolas, está tornando esse recolhimento viável economicamente, segundo Marcelo Pierossi, especialista em tecnologia agroindustrial do CTC. A palha serve de matéria-prima tanto para a produção do álcool de segunda geração como para, feitos alguns ajustes, alimentar as caldeiras. Projeto do CTC busca conhecer toda a cadeia de produção, definindo desde quanta palha pode ser retirada do campo à utilização final dessa matéria-prima. Os primeiros estudos mostram que a retirada da palha depende do solo e do clima. A retirada em excesso dessa palha poderá prejudicar o solo. A não retirada poderá aumentar as doenças nas lavouras e até trazer prejuízos à brotação da cana. Um segundo ponto importante na avaliação do especialista é como tirar essa palha do campo e, finalmente, como colocá-la nas usinas. A New Holland aposta nesse setor, em vista do potencial econômico da palha de cana. A partir do próximo ano a empresa deverá produzir, na Bélgica, enfardadoras adaptadas para as condições do Brasil, segundo Samir Fagundes, especialista em cana e biomassa da empresa. A demanda dessas máquinas no país vai definir investimentos da empresa na produção interna. Essas enfardadoras compactam a palha em fardos de 450 quilos, viabilizando o transporte dessa matéria-prima às usinas. Fagundes diz que a viabilidade econômica da palha é importante devido à grande área utilizada com cana no país. São 8,9 milhões de hectares, segundo a Conab. Pierossi diz que a palha de cada hectare utilizado com cana pode gerar energia para um mês de consumo em 20 casas. Encontro Uma das discussões ontem no seminário sobre o setor sucroenergético foi por que ainda investir, apesar dos problemas vividos pelo setor. O evento foi realizado em São Paulo pela Unica. Matriz limpa Na avaliação dos participantes, um dos pontos positivos desses investimentos é a busca de uma matriz energética mais limpa. Mudanças A continuidade desses investimentos necessita, no entanto, de algumas definições urgentes no setor. Pressão Os produtos agrícolas mudaram de tendência e voltaram a pressionar a inflação interna. Os dados de ontem do IGP-M referentes a este mês indicam alta de 1,01%, após queda de 0,77% em maio. Altas As principais pressões registradas pela FGV vieram de soja em grãos (mais 11,4%) e do farelo de soja (18,3%). O feijão também esteve presente na lista das pressões (2,6%).

Nenhum comentário:

Postar um comentário